sábado, novembro 15, 2008

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Carta do dia: A Estrela

"Há momentos em que somos testados a manter uma fidelidade a uma postura mais sublime, em termos de reação ao mundo que nos cerca. A Estrela, significante de conselho para este momento em sua vida, vem sugerir a necessidade de cultivar a esperança como uma forma de manter acesa a sua luz interior. Ainda que os elementos concretos lhe desafiem ou lhe forneçam sinais negativos, é a sua postura de pensamento positivo que lhe permitirá superar os obstáculos. Procure manter o alto astral, a postura positiva e não desanime. Atue de forma clara, aberta, sem joguinhos, e no mínimo as pessoas lhe darão o maior valor!"

É, vamos ver... Porque eu acho que é bem aí que tá pegando mesmo... No valor que me dão... Tem horas que me entristece um pouco ver que as coisas não voltam da mesma forma que vão... Mas com certeza voltam na mesma intensidade... Positiva ou negativa, a força é a mesma, sabem? Tem horas que me cansa um pouco, daí tenho vontade de parar mesmo, ficar na minha, fechar a lojinha um pouco, colocar o pé em cima da mesa e refletir... Em alguns dias é momentâneo... Hoje, por exemplo, não será... Nem sei se vai passar... Às vezes algumas coisas que acontecem me fazer colocar um pequeno asterisco mental ao lado de certas pessoas, sabem? Uma pequena marca, uma lembrança. Não é mágoa, nem tristeza, nem nada, é só uma marca... Algo como: vá com calma por aqui, cuidado, porque o terreno é incerto, pode machucar, pode ser ruim pra você ir com tanta fúria, tanta sede. Claro que não é algo saído do nada... Funciona como uma conjunção de fatores que levam a isso. E nesse caso agora foi. Tá marcado. Pra apagar isso... Vixe, acho que ainda não aconteceu... Ou pelo menos não me lembro agora, ou foi tão gradual que eu nem percebi... Mas uma coisa é fato... É difícil deletar... Uma pena, mesmo. Putz, que pena, meu... Mas é assim que funciona no meu mundo. Você vai até um certo ponto, e terá toda a minha entrega, minha verdade, minha atenção, dedicação, minhas palavras, meu carinho, meu ombro, tudo, tudo mesmo... Entrega total... Mas... Passando do meu limite, não rola mais. Porque eu não deixo mesmo. E talvez não deixe nunca mais. Entra uma barreira estranha, uma proteçãozinha mesmo. É como uma daquelas cercas de espinhos... Ela cresce entre eu e a pessoa, e eu não sei muito bem lidar com ela. Não vejo mais alguns aspectos, não enxergo certas coisas... A pessoa sai do meu foco, e passa a ser aquela do lado de lá da cerca. E é involuntário esse meu afastamento. Quase defesa... Porque é engraçado, ela começa a ME machucar também. Já vi acontecer algumas vezes... Quando tento voltar atrás, sabe? Machuca. Dói, e me arrependo de tentar... Porque me lembro, sei lá... Daí bloqueia tudo. Não sei se estou sendo subjetiva demais. Talvez. Mas precisava registrar o asterisco. Que não deixa também de remeter à estrela da carta. Engraçado isso. Muito engraçado. Se não fosse triste. Mas tudo bem. Cada um sempre receberá e terá o que merece. Ponto. Desculpaí (não literalmente, mas ironicamente), mas eu sinto que mereço mais, bem mais... É bom ter essa noção, sabe? De que eu mereço mais e ando recebendo menos. Quase que um milagre dentro daquela mocinha de auto estima meio baixa. Mas é tudo parte de um processo. De entrega, de confiança, de desejos comuns. Não dá pra forçar, não dá pra atropelar os desejos de uma outra pessoa. Não dá pra chegar e se instalar, se o lugar ainda está meio sujinho, meio esquisito, com um cheirinho de mofo pairando no ar, manjam? Eu já limpei quase tudo aqui. O que resta é o normal, o natural, aquilo que eu acho que nunca vai sair mesmo. Mas até gosto. É como o álbum de fotos antigas, uma caixa de sapato com cartinhas e flores secas, as lembranças de dias bons, uma ou outra musiquinha aqui ou ali. Essa parte quase inofensiva da coisa toda. Quase, eu disse... Nunca será totalmente inofensivo. Mas voltando às limpezas internas de cada um, nem é reclamação isso. Não mesmo, porque cada um precisa do seu tempo pra sair do porão e chegar ao sótão. Eu ainda nem cheguei. Tô no segundo andar, mas ainda não é sótão. Tem fantasmas no sótão. E eu só consigo subir se me derem a mão. Menininha, né? Eu sei... Quase sempre, na verdade. Mas não nesses casos. Tecnicamente não muda quase nada. Só surge o asterisco mesmo, que traz a cerca. Que me lembra de parar de esperar, pra quem sabe começar a se surpreender. Pode ser, né? Por que não? Eu sei, eu sei que o meu ritmo é outro. (escuto a voz da minha terapeuta falando, rs). Ainda bem, ela diz. Que bom! Pra aprender, pra entender, pra exercitar meus desejos, pra conhecer coisas diferentes. Estou aberta, eu juro. Mas doer também não dá. Porque não vou deixar mesmo. Me recuso a ficar sofrendo. Via de mão dupla, sempre, aquela regra básica. Interpretações cruéis à parte, sempre gosto mais da minha versão mulher. Essa menininha vive metendo os pés pelas mãos, mesmo. Daí a pré-balzaca se enche e assume o comando. Pega o manche, abre o mapa e diz: pra lá, com toda força, apontando uma direção aleatória. Será que vai sobrar alguém no barco? rs... Pronto, segui totalmente o conselho da carta. Mais clara do que isso eu não sei ser. Porque me constrange. E absolutamente não é jogo. É só a minha forma de comunicação habitual mesmo. Lê quem passa por aqui, entende quem quer, questiona quem se interessar. E aí é que está a razão de toda essa novela. A falta de interesse, de vontade, de entrega... Aquilo tudo que me motiva e faz as borboletinhas se mexerem aqui no estômago. Bom, chega, né? That´s all, folks...

sexta-feira, novembro 14, 2008

Something

Era uma tarde daquelas bem comuns até que o telefone tocou. Faz tanto tempo. Foi num tempo
em que não haviam ainda identificadores de chamada. Também não haviam telefones sem fio. Já existiam os com teclado, mas o meu era daqueles de discar mesmo, cor de creme, bem clássico do fim dos anos 80, começo dos 90. Sempre sobrava pra mim atender o bendito. Sempre e sempre. "É sempre pra você mesmo", dizia minha mãe, o que era mentira. Era sempre pra ela, mas nem adiantava contrariar. Ninguém me telefonava nessa época. Ninguém mesmo. Quando acontecia, eu em geral não gostava. Não tinha muito o que dizer, na verdade. Era fim de janeiro, talvez começo de fevereiro, quando eu atendi aquele telefone, com uma voz de quem não falava há algumas horas:

- Alô...
- Oi, moleca
- ...

Sim, eu sabia quem era. Porque os meninos que foram as grandes paixões da minha vida sempre me arrumavam uns apelidinhos carinhosos e exclusivos. E esse era o dele. Eu não tinha apelidos pra ele na época, mas tenho um hoje: pedestal-mor. Ele também era o único menino que poderia me telefonar, apesar de ser a primeira vez que o fazia. E isso explica o silêncio, o meu susto, quase um pânico, que ele logo contestou perguntando mais alto:

- Alô, A...?
- Oi...
- Oi, sou eu, pedestal-mor, tudo bem?
- ... Eu tô bem... E você?
- Bem... Escuta, será que você pode me ajudar com aquela sua revistinha dos Beatles?
- ...

O silêncio apareceu dessa vez porque eu precisaria resolver um grave problema: como conseguir fazer com que as minhas pernas parassem de tremer para então me levantar, ir até o meu quarto, abrir a gaveta do armário e pegar uma daquelas revistinhas bem fuleirinhas que se comprava em banca de jornal com letras de música pra violão. É, minha gente, em 90 e pouco não existia o Deus Google e pra achar uma letra de música internacional você precisava manjar muito de inglês pra tirá-la de ouvido, comprar uma dessas revistinhas (procurando bem, pra achar a música certa) ou ainda ter um amigo que tivesse a sorte de ter a letra desejada. O caso dele era o terceiro, e pra minha sorte ou azar, a amiga era eu. Depois de um tempo o silêncio começou a incomodá-lo de novo:

- Alô?
- Eu tô aqui...
- E então, você me ajuda?
- Vou lá pegar, espera aí...
- Ok...

Ele nem sequer poderia imaginar que comprei aquela revistinha por causa dele. Só para impressioná-lo, só para que ele achasse que dividíamos um interesse em comum. Ela foi estrategicamente comprada e estrategicamente colocada na minha mala de viagem. Assim, meio displiscentemente, em meio a revistas "Carícia", que eu adorava, e algumas "Capricho"... Era dos Beatles, mas eu também tinha uma do Legião Urbana, outra do Raul Seixas e uma de músicas internacionais variadas. Ele caiu na minha isca. Na praia, quando nos encontramos, deixei a tal revistinha meio a vista e descobri que ele reparava, sim, nas minhas coisas. Rendeu muito papo essa revista, e agora tinah rendido tambem um telefonema. Benditos centavos que gastei naquela porcaria feita em papel vagabundo e que agora eu trazia pra sala, pro lado do telefone, como um tesouro.

- Qual você quer?
- Na verdade queria todas, mas por agora serve Something.
- Eu xeroco pra você.
- Sério?
- uhum...
- Quando você vem?
- Fim de semana, capaz...
- Passo lá então pra pegar
- uhum...
- Mas me fala a Something...

"Sâmfim". Era assim que ele falava. E eu ditei "Sâmfim" pra ele, com meu inglês ridículo. Ele anotou, com o inglês ridículo dele. Eram mais fonemas do que palavras, imagino. Nunca vi essa anotação, assim como ele nunca pegou o meu xerox, que eu com tanto carinho levei na bolsa quando estive, mais uma vez, na casa dos meus primos que moravam perto dele. Tempos depois, num ataque de raiva e ciúmes de uma namoradinha que ele tinha arranjado, rasguei os xerox todos. Não sei o que aconteceu com a revista. Provavelmente deve ter ido pro lixo também. Nem eu nem ele sabíamos direito o que queria dizer essa letra linda, mas ela tinha bastante a ver com a gente. Com o amor, a atração, o carinho que eu sentia por ele, e que hoje sei que ele sentia também, mas não demonstrava. Ou demonstrava do seu jeito menino, que eu não conseguia, não queria, não sabia captar. Não importa. O que eu sentia era algo que eu não explicava. Something... E eu não estaria aqui hoje escrevendo isso tudo sem ele, e isso é tudo o que interessa.

Something
(George Harrison - The Beatles)

"...Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know

Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how..."

quinta-feira, novembro 13, 2008

Meus novos florais de Bach

Cherry Plum (Prunus Cerasifera)

Padrões de Desequilíbrio - À beira de um colapso nervoso. Medo de perder as estribeiras.

Qualidades Positivas - Coragem calma, tranquilidade, fluência das emoções. Controle emocional . Capaz de manter a sanidade apesar de torturas físicas o mentais, por exemplo, um prisioneiro de guerra, uma vítima de sequestro. Personalidade descontraída e tranquila, calma e corajosa mesmo em momentos de crise.

Meu comentário: essa essência reflete meu modo estourado, meus berros, minhas atitudes impensadas, com as quais estou sempre brigando. Estou muito melhor, e vou melhorar ainda mais.

Impatiens (Impatiens Royale)


Padrões de Desequilíbrio - Irritadiço. Impaciente. Fisicamente irrequieto. Nervoso. Faz tudo depressa, como forma de aliviar a tensão mental devido à frustração e a outras pressões, não consegue esperar, quer tudo "imediatamente". Grande sentido de independência, preferem trabalhar sozinhos. A tensão faz com que tenham dores na nuca, no pescoço e nos ombros.

Qualidades Positivas - Personalidades vibrantes, mas menos apressado na acção e no pensar. Mais relaxado, paciente, tolerante e gentil em relação às limitações dos outros e às "situações desagradáveis". Pessoas activas e decididas, brilhantes as mais das vezes, que colocam a sua agudeza mental e inteligência ao serviço dos outros, conseguindo desfrutar a vida e usando de diplomacia para lidar com os outros e com as situações que se apresentam.

Meu comentário: sou eu, descrição perfeita. Ansiedade sempre a mil. Mas vou melhorar também. Ah, vou sim!

Hornbeam (Carpinus Betulus)

Padrões de Desequilíbrio - Cansaço, Esgotamento por desgaste e fadiga mental. Debilidade face à rotina quotidiana. Dúvida acerca da capacidade de encarar ou de suportar as coisas, conseguindo no entanto concretizá-las. Dificuldades para digerir o excesso de estimulação mental. Sobrecarga mental que gera irritação e cansaço.

Qualidades Positivas - Certo da própria capacidade e força para encarar problemas e aquilo que, a princípio, possam parecer dificuldades insuperáveis. O Remédio que dá forças para os que se sentem cansados física e mentalmente e não conseguem suportar as coisas do momento, desperta e liberta a mente. Vitalidade, dinamismo e vigor para fazer o que dá prazer e fazer com prazer o que se faz.

Meu comentário: ultimamente tudo o que eu desejo é ter vontade de fazer com prazer o que eu faço.

Wild Oat (Bromum Asper ou Bromus Ramosus)

Padrões de Desequilíbrio - Indecisão no que diz respeito ao que fazer. Indefinição das ambições, vocação indeterminada ou insatisfeita. Pessoa talentosa, ambiciosa; tenta muitas coisas, mas nenhuma lhe traz felicidade, tornando-se frustrada e deprimida. Pode sentir-se entediada. frustração por não encontrar o caminho na vida, falta de metas, de harmonia interior, de direcionamento e canalização das suas energias de vida. Frustração, aborrecimento, falta de realização. Dificuldades de integração social, quer seja por remar contra a corrente ou por não ter direção.

Qualidades Positivas - Carácter definido, talentos e ambições claras. Metas definidas e perseverança para lá chegar; objectivação, metodologia em relação ás metas. Capacidade de reconhecimento dos próprios potenciais e perseverança para os desenvolver. Wild Oat é o Remédio que pode ajudar na escolha de uma carreira. Vida plena de significado e felicidade.

Meu comentário: Há tempos que não tomava Wild Oat, mas quem sabe é o momento...

Oak (Quercus Pedanculata ou Quercus Robar)


Padrões de Desequilíbrio - Stress por esgotamento, sobrecarga, á beira do colapso físico e nervoso. Trabalha demais e esconde o cansaço. Dores na nuca e ombros devido á tensão intensa, devido á postura do dever antes de tudo. Incapacidade de pedir ajuda ou mostrar fragilidade, insistindo que é capaz até á exaustão, também por medo de decepcionar os outros.

Qualidades Positivas - Forte, paciente, cheio de senso comum, pode suportar uma grande tensão. Tem coragem e permanece tranquilo em qualquer situação. Gosta de ajudar os outros. Batalhador, esforçado, estável, que não desanima nem perde a esperança. Confiável. As pessoas de personalidade Oak são corajosas e lutam contra adversidade, as dificuldades e as doenças sem perder a esperança. (Embora esta possa parecer uma descrição positiva, somente quando a força interior começa a diminuir e a entrar em colapso, causando cansaço e sinais de que a batalha está perdida, é que Oak se faz necessário.)

Meu comentário: alguém duvida que eu esteja cansada?

Chicory (Cichoriam Intybas)

Padrões de Desequilíbrio - Personalidade possessiva, por medo de não ser amada. Amor possessivo. Sente-se facilmente magoado ofendido e rejeitado. Dependente, controlador, vitimado, egocêntrico, possessivo, egoísta, manipulador. Gosta de sugerir, corrigir os outros modificar, organizar, dirigir os demais. Afetivamente carente, busca gratidão, recompensa e reconhecimento, lida mal com sentimentos de rejeição, o "mal amado", sempre com medo de perder o afeto dos outros. Dificuldade de se descontrair, desapegar, desprender gerando relações opressivas, angustiantes, esmagadoras e controladoras.
Exige que os outros se ajustem ao seu "elevado sentido de valor", especialmente em relação aos que lhe são mais próximos e queridos. Crítico. Interferente. Fala dos "Favores ou deveres que lhe são devidos". Quando contrariado, fica irritável, até mesmo chorão. Fica envenenado por essas emoções. Não gosta de estar só.

Qualidades Positivas - Preocupação e cuidado amoroso para com os outros, sem egoísmo. Dá sem nenhuma intenção de receber em troca. Personalidade com grande força interior e capacidade de amar, protetora, carinhosa, afetuosa, plena de amor desinteressado. Transmite calor humano, amabilidade, segurança e protecção, sem com isto impedir a liberdade, a independência e a autonomia, com profundo respeito pelo próximo. Grande e penetrante poder de discernimento, vontade férrea e determinação, com sentido de justiça e protecção aos necessitados.

Meu comentário: a descrição negativa sou eu completamente! Quero muito mudar!

Meus novos florais da Califórnia

- Pretty Face (Triteleia Ixioides)

Padrões de Desequilíbrio - Pessoas que se sentem feias e rejeitadas. Identificação excessiva com o aspecto físico da personalidade.

Qualidades Positivas - Ajuda a contatar com a luminosidade e beleza interiores e aceitação da aparência pessoal. Para pessoas que querem ser bonitas e agradar e que temem ser rejeitadas, desvalorizadas e tem medo de se sentirem "o patinho feio". Ajuda a vincular-se com a beleza interior, para que se encontre um ponto de equilíbrio entre o ser e o mostrar. Para adolescentes, na menopausa, na gravidez, ou quando o aspecto físico é posto em causa e gera sofrimento. Ajuda os que se consideram feios e sem valor, a sentirem a sua beleza espiritual. Dá beleza e coragem interior.

Meu comentário: hahaha... Bingo!

- Bleeding Heart

Padrões de Desequilíbrio - Pessoas com tendência a estabelecer relações afetivas baseadas no medo e na possessividade, criando dependência emocional. Sofrimento em virtude das perdas, do abandono, das rupturas sentimentais, nos sofrimentos emocionais, co-dependência emocional, amor sufocante, simbiótico. Para pessoas que vivem no espaço emocional do outro. Ruptura amorosa.

Qualidades Positivas - Potencia a verdadeira capacidade de amar o outro de forma incondicional, com liberdade emocional. Fortalece e purifica o coração, dá suporte nas perdas emocionais. Faz a pessoa sentir que tem valor por si mesma, não por estar com alguém. Dá liberdade emocional, amor incondicional, de coração aberto. Estimula o chacra cardíaco, equilibra a pressão sanguínea e alivia problemas circulatórios. Proporciona paz, harmonia, auto valorização.

Meu comentário: é, esse negócio é bom mesmo!


- Rabbitbrush - (Chrysothamnus Nauseousus)

Padrões de Desequilíbrio - Aquelas pessoas que se perdem ou se sentem oprimidas pelo excesso de detalhes ou das muitas coisas que tem que fazer ao mesmo tempo, o que as faz esquecer metade delas ou então não conseguir lembrar de tudo, o que contribui para aumentar mais a confusão mental que o detalhismo provoca.

Qualidades Positivas - Dá mobilidade e flexibilidade, torna a atenção mais vívida, melhora a visão global possibilitando a incorporação de detalhes e a realização simultânea de diferentes actividades. Desenvolve a atenção e a concentração sem fechar o campo de visão total, o que permite integrar ambos os aspectos. Elimina o sentimento de angustia.

Meu comentário: preciso de um litro!

Chamomile (Anthemis Cotula)

Padrões de Desequilíbrio - Pessoas que se irritam com facilidade e tem grandes mudanças de humor e estados emocionais flutuantes."Perdem as estribeiras" com facilidade e são incapazes de liberar as tensões emocionais. Tensão no estômago. Stress, mau humor, irritabilidade. Flutuações emocionais, acessos de raiva, ciclotímicos. Distensão abdominal, caprichos.

Qualidades Positivas - Relaxa, equilibra, permite liberar a tensão. Ajuda a liberar a tensão acumulada durante o dia e dá uma disposição serena e equilíbrio emocional.

Meu comentário: perfeito!


Mariposa Lily (Calochortus Leichtlinii)

Padrões de Desequilíbrio - Pessoas que tiveram algum tipo de perturbações nos seus vínculos com a mãe: abandono, super proteção, mãe sobrecarregada ou outros, que deixaram no paciente uma sensação de distância, e vazio afetivo. Falta de modelo feminino.

Qualidades Positivas - Melhora os vínculos com a mãe interior e ajuda a criar modelos a partir de si mesmo, melhora a relação com todo o feminino, tanto em homens como em mulheres e portanto, com todos os seres que nos cercam. Faz com que a pessoa se sinta amada e capaz de amar. Melhora a relação com a mãe, especialmente nos adolescentes e com a figura feminina em geral. Melhora os vínculos com a mãe interior, ajuda a criar modelos a partir de si mesmo, melhora a relação com todo o feminino, tanto no homem como na mulher. Para filhos não desejados, adoptivos, filhos de lares destruídos. Enternece e é um bom remédio para a maternidade e a paternidade positivas. Identificação com o feminino, nutrição e calor materno.

Meu comentário: sim, mamãezinha, você me faz MUITA falta.

Buttercup (Ranunculus Occidentalis)

Padrões de Desequilíbrio - Baixa auto-estima, insegurança, timidez. Dificuldades de relacionamento. Tendência a desvalorizar-se e a comparar-se com os outros. Reserva excessiva, auto desvalorização, temor do fracasso.

Qualidades Positivas - Tende a auto valorização e "esquecimento" da auto anulação, começa a apreciar o seu próprio valor. Para crianças introvertidas e que se sentem diminuídas em família, ajuda a encontrar a aceitação. Estimula a memória e a lucidez. Tranquiliza nos momentos de provação e melhora o rendimento e a expressão. Proporciona calma e equilíbrio para falar em público. Para idosos que deixam de encontrar um sentido na vida. Melhora o rendimento nos exames e permite encontrar um recanto de amor no lar. Aporta uma luz interior radiante, sem apegos ao reconhecimento externo.

Meu comentário: mais uma vez o lado negativo me descreve perfeitamente.

Tansy (Tanacetum vulgare)

Padrões de Desequilíbrio - Pessoas que protelam as coisas. Pessoas indecisas, passivas, descuidadas, com inércia ou desinteressadas. Baixa energia, entorpecimento, letargia, indiferença e despreocupação.

Qualidades Positivas - Decisão e orientação para os objetivos, direcionamento dos propósitos. Ajuda a cumprir com decisão os objetivos e as motivações. Reforça o propósito, a vontade e a iniciativa, permitindo atingir as metas. Ajuda a concretizar.

Meu comentário: um litro pras Mamíferas!

Paz

Puta saudade de você, poetinha. Esmagadora mesmo. De repente me deu um medo de nunca mais falar contigo. Um medo da gente nunca mais ser amigo. E pelo visto é por aí que vai acontecer. Eu queria tanto que você me entendesse, queria tanto que você percebesse que foi minha salvação. Queria que você soubesse que me salvou, que me ergueu, que me mostrou quem eu era, que me resgatou de onde eu andava rastejando e chorando. Limpou minhas lágrimas, sorriu pra mim, me inspirou, me curou (ou ao menos iniciou a cura que está terminando agora). Cara, se estou aqui agora de cabeça erguida, sorrindo, cuidando da minha vida, do meu filho lindo, amando até demais da conta, feliz, em grande parte é culpa tua, querido. Sei que você não queria as coisas exatamente assim, sei que te pareço egoísta, cruel e mais umas quinze mil palavras duras. Eu sei. Uma pena eu ter falhado com você enquanto você me fez tantas coisas boas, mas a intenção era das melhores, eu te garanto, eu te juro, eu nem sei mais como tentar te expicar uma coisa dessas. Eu sei que o tempo não adianta pra você. "Depois pra mim é nunca" você me disse uma vez, explicando que o tempo não te moldava, mas sim as atitudes. Minhas atitudes foram as mais sinceras possíveis... Amei tudo que podia, me entreguei até onde consegui, e quando não consegui mais, me afastei, mas nunca foi mentira, nunca foi falsidade, nunca foi invenção, nunca usei você, nunca enganei, nunca tive má fé. Simples assim. De vez em quando você me surge tão forte aqui que simplesmente preciso, tenho necessidade de dizer algo. Eu entendo suas reações, não tiro sua razão, mas queria que você soubesse que estarei sempre aqui, e que não precisa fazer nada, só me deixar aproximar, e estarei por perto de novo, pra te ajudar no que você precisar, pra falar sobre o que você quiser, enfim, pra você. Fique em paz.

Close to you

Lindo, você. Nem preciso dizer muito. Só de te olhar já consigo dizer o quanto você me deixa feliz. Mas faz tão bem registrar aqui também que tive que vir agora mesmo, enquanto ainda te sinto aqui perto. O perfume, o abraço, a presença toda. Te percebi hoje de um jeito diferente. O canceriano sempre esteve ali. Fácil de ver, simples de entender. Doce, carinhoso, querido, meio rabugentinho e contrariado de vez em quando, mas de um jeito encantador, rs. Mas buscava o aquário de você. Não via bem. Hoje achei. Os olhos brilhando enquanto falava, que lindo. Adoro te ouvir falar do que você realmente gosta... Explicar, detalhar. Tranquilo, sereno, buscando exemplos pra me ajudar a entender. Meu coração chega a doer de tanto carinho que sinto. Fico olhando, admirada mesmo. Com as reações que você anda me provocando. Químicas também. Todas elas. Reajo a você de mil formas. Da meiguice à completa entrega mesmo. Fico em suas mãos, e me sinto extremamente segura ali. Me dá uma força que você nem imagina. Não mesmo. Porque às vezes acho que não consigo demonstrar essas revoluções que acontecem aqui dentro, devagar. Bom que seja devagar, porque vou vendo bem onde estou pisando, e assim não despenco. Bom te ver, amore, bom saber. Que ainda consigo ser assim, entrega total. Obrigada.

"That is why all the girls in town
Follow you, all around
Just like me, they long to be
Close to you..."

(Close to you - Carpenters)

quarta-feira, novembro 12, 2008

Baú

Andei lendo uns trechos de um livrinho água com açúcar cujo autor e tema agora nem mais interessam. Não era uma grande obra da literatura, mas mexeu comigo, que é o que realmente
importa. Palavras com sentimento sempre mexem comigo. As histórias de amor também, mesmo as mais óbvias, porque na obviedade me reconheço também. Tenho vontade de registrar certas coisas, pra que não se percam, pra que não desapareçam. Palavras ficam, mesmo quando as pessoas vão. Aprendi assim, mas nunca consegui contar com a verdade necessária. Sempre deixo algo no ar, como quem teme ser reconhecida no meu amor. Me sinto nua quando me exponho tão abertamente. Então cubro o que me interessa, deixando que vejam só onde eu quero que vejam. Também porque não quero confundir ninguém. É que quando a gente escreve, aquilo não é passado, vira presente, porque revive e se eterniza ali, naqueles parágrafos, naquelas letras. E os motivos pra eternizar algo podem confundir. Meus motivos são tão simples: mexer com meus leitores, fazê-los acessar gavetas empoeiradas atrás de uma antiga fita cassete, revirar o lixo e encontrar uma foto rasgada ao meio, e ter vontade de colar com durex. Fazer suspirar, fazer que se sintam vivos, como certas pessoas fazem comigo diariamente. Daí que retomo, sem grandez pretensões, aquilo que já antes abandonei, o exercício diário de repassar alguns momentos importantes e pessoas importantes. Tudo no passado mesmo. Pra não deixar cair no esquecimento. Só pra não virar poeira de estrela. Pra não ficar "numb"... Acho que vocês vão gostar.

"...because he's in love with a drug
one that makes him numb
one that stops him feeling at all
he's in love with a drug
forget everyone
he really doesn't care anymore
anymore...
he doesn't want to care anymore
just keeps loving the drug
the one that makes him numb
the one that stops him feeling at all
just keeps loving the drug
the drug that he's become
he isn't really here anymore...
And that makes me cry..."

(The Cure - Numb)

terça-feira, novembro 11, 2008

"É preciso que haja um ritual"

" - Teria sido melhor se voltasses à mesma hora - disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
__ Que é um "ritual"? -perguntou o principezinho.
__ É uma coisa muito esquecida também -disse a raposa. __ É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adoram um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais."

(Pequeno Príncipe)

Que bom que meus dias não são mais todos iguais... :oD

segunda-feira, novembro 10, 2008

Joaninha

Ô minha linda dos cabelos vermelhos, que bela lavada de roupas sujas tivemos, né? Sei lá, parei aqui de repente e resolvi repensar nosso papo de sexta e, putz, foi um papo bão demais. Sempre bom te ler, em qualquer mídia, sempre bom te ouvir tão sensata, menos quando fala de você mesmo, que daí tua sensatez toda vai pras cucuias. Que bom que disso tudo me restou você. Que bom que dessa profusão de sentimentos nossos restou umas lições aprendidas pelas duas. Que bom que eu consegui te contar o último detalhezinho que faltava falar, e que me incomodava. Nem era assim tão cabeludo o tal segredo, era mais uma bobagem, mais uma daquelas loucurinhas que eu fiz naquela época. Faz tanto tempo, já, né? Mas era por amor, porque o amor me move assim, fazendo pequenas e doces loucurinhas. E eu precisava falar, e falei, e agora estou em paz. Que bom que nossas vidas continuam sincronizadas, seja pelos meninos (sim, meninos) que amamos juntas, pelas confusões que dividimos, pelas fotos que trocamos, por tudo que brigamos. Te odiei um tanto, e o mesmo tanto fui odiada, te amo um tanto e da mesma forma me sinto amada e recompensada por aquele período estranho. E quem diria que no fundo foi você quem arquitetou isso tudo, héim? Formou os pares, fez os acertos, e lá fomos nós mergulhar no escuro. E quem foi que duvidou que a gente consegue tudo o que pede? Tem que ter cuidado com os pedidos, né, ruivona? Era isso, amada, não se incomode com pequenez do mundo, com esses vazios todos, não se perturbe, pois o incômodo que causamos em geral é reflexo da insegurança alheia. Imensos beijos de carinho sempre.

Espelho, espelho meu

Recebi um e-mail comentando que ando vaidosa, por conta do aparelho que coloquei e do regime que estou fazendo. Fiquei pensando sobre isso, e acho que é mesmo verdade, eu ando um pouco mais vaidosa mesmo. Tem várias explicações pra isso. Primeiro é que esto feliz e por estar feliz acabo buscando maneiras de me sentir ainda melhor comigo mesma e de demonstrar ao mundo minha felicidade. Claro que tudo isso não é um processo consciente, mas acaba rolando. Em segundo, acho que estou arrumando formas pra lidar com minha insuportável insegurança. Claro que eu não fico o dia todo só pensando nas coisas em mim que eu não gosto, mas quem me conhece bem sabe que eu sempre acabo perguntando se estou muito gordinha ou feia de aparelho, rs. É estranho, porque mesmo sabendo de algumas coisas, me faz muito bem ouvir. É como se a opinião alheia falasse mais alto do que o próprio espelho às vezes. Além de refletir, ressoa, ecoa e aquilo se fixa melhor na minha mente. Viagem, né? Eu sei... Mas sabe que hoje até que estou me achando toda bonitinha? rsrs...

quinta-feira, novembro 06, 2008

Três coisinhas

Basicamente, muito trabalho e três coisas novas... Emagreci 600 gramas nessa semana... Estou pesando 70,2 kg...
Aé que esta bom pra quem teve um ataque de formiga, rs...

Outra novidade é o aparelho ortodôntico que eu coloquei... Uffs, nos primeiros dias foi bem estranho, agora já estou bem acostumada...

Andei meio chorona e tristinha nesses dias, será tpm? De novo? Argh, ninguém merece...

terça-feira, novembro 04, 2008

Pra quem pode

É engraçado.
Aqui tem muita gente que vive de nariz erguido, olhando todo mundo por cima. Já nem ligo mais.
Porém, algumas pessoas surpreendem. Poderiam ser as mais antipáticas do mundo, mas sorriem de verdade e conversam te olhando nos olhos.
Essas sim valem a pena.
Poder é transitório, né... Já caráter...

quarta-feira, outubro 29, 2008

Ufa!

Quarta-feira é dia de pesar. Dessa vez eu peguei firme mesmo no regime, não falei?
Emagreci mais 1 quilo e 200. Estou pesando 70,8 kg. No total já mandei embora 3 quilos e 200 em três semanas.

Vieram me perguntar como estou fazendo, mas não é nada demais mesmo. Primeiro, estou tomando florais (auto estima vai lá pro alto). Segundo, o calor anda me deixando sem fome mesmo. Eu uso o esquema do vigilantes, é um esqueminha super prático de soma de pontos. Com o tempo você nem precisa mais ficar somando tudo, automaticamente vai fazendo escolhas melhores e mais saudáveis. É bem prático.

Outra coisa que tenho feito direitinho é caminhar bastante. Mesmo no fim de semana, peguei o Samuel e me mandei pro parque. Caminhei muito, foi bem gostoso. Durante a semana caminho depois do almoço, todos os dias.

Da outra vez que eu fiz o primeiro mês foi também o auge do emagrecimento, e depois a coisa estaciona mesmo. Estou hiper consciente disso, de que daqui pra frente a tendência não é mais emagrecer quilos, mas sim gramas. Outra coisa importante é que vem aí a TPM, o que significa inchaço e retenção de líquidos, e naturalmente uma perda menor de peso. O importante é não desistir, espero que dessa vez eu vá até o fim, rs...

terça-feira, outubro 28, 2008

arrepio

Andei lendo de novo umas coisas antigas. Como eu era ousada! Como eu falava tudo o que sentia, sem sequer engasgar! Como ando medrosa e contida, um medo bobo que nunca fez parte de mim. Cautela, medo de quebrar a cara, que será? Não sei identificar, e olha que eu nunca achei que ficaria assim. Tenho ímpetos em que aquela velha menina parece passear por aqui, mas dura pouco. Em geral a racionalidade predomina. Preciso estar muito à vontade pra menininha aparecer de novo dizendo aquelas coisas meio sem sentido, mas que pra mim sempre fazem, e soam tão apropriadas, como se não existissem em outros lugares sem ser naqueles momentos.

Mesmo não me reconhecendo em certos momentos, parece ser o melhor agir com cautela. Não quero me precipitar demais (a menininha aqui dentro agora assopra no meu ouvido dizendo: vai! precipite-se! se joga!), mas eu faço um psiu com cara de mãe brava pra ela, e a pobrezinha de aquieta.

É bom também viver cada momento de uma vez. É bom ter certeza absoluta da verdade do que se fala. Não que antes eu não tivesse certeza absoluta, mas apenas fazia parecer que algo seria eterno quando na verdade era um sentimento tão forte que tinha dimensões eternas. Mas eu não sustentei. Me doei tanto, me entreguei com tanta força, que o sentimento se esgotou, e escorreu ralo abaixo.

Dessa vez não quero nada escorrendo. Quero sentir tudo sim, intensamente, mas quero também que seja algo com o qual eu possa lidar, algo que eu possa sustentar sem que meus joelhos se dobrem. Quando o peso vai aumentando devagar e gradativamente, a gente se prepara pra ele, e não despenca. Pelo contrário, vamos ficando mais fortes, mais seguros, mais preparados.

Acho que a menininha vai embora mesmo, e voltará só pra visitas furtivas, praqueles momentos em que o sentimento é tão intenso, que precisa ser colocado pra fora de imediato. Tô crescendo, acho... Que bom, né?

Afora isso, estou meio que estagnada. Faço as coisas do trabalho porque sou obrigada, mas tenho umas coisas paralelas pra resolver e ando desanimada, meio que sem vontade de pegar firme. Tenho emails pra responder, florais pra pendular, projetos pra tocar, contas pra acertar, e ao mesmo tempo uma vontade imensa de ficar quieta, calada, observando o movimento. Costumo respeitar esses ímpetos, mas não sei quanto tempo poderei continuar assim sem me prejudicar. Enfim, cá estamos...

"...But on and on
From the moment I wake
To the moment I sleep
I'll be there by your side
Just you try and stop me
I'll be waiting in the line
Just to see if you care..."

(Coldplay - Shiver)

quinta-feira, outubro 23, 2008

um mais um mais um

Dá três. Um quarto de ano, pros mais afobados. Parece pouco? Passou rápido, e ele diz que quando tá bom passa assim rápido mesmo. E eu acredito, como acredito em tudo que ele me diz com aquele jeitinho de sabe-tudo. Ainda não deu vontade de duvidar de nada. Legal quando é assim, né? Uma confiança gostosa mesmo, misturada com admiraçao e com uma vontade absurda de sentar e ficar ouvindo ele falar. Talvez porque ele não fale muito. Na verdade até que ele fala bastante sim, mas não é sempre e não é com todo mundo. Comigo tem falado a cada dia mais. Mas tem ficado mais calado também, e eu nem tenho me incomodado com o silêncio. Tenho gostado, até. Porque invejo um pouco essa capacidade de se calar sem ficar um vazio chato. Tenho tentado aprender um pouco com esses silêncios, com essa calma, com essa presença que não invade, que só me acrescenta. Me atrapalho ainda com algumas coisas, porque andava acostumada com a falta de certezas, mas é melhor assim, muito melhor. Saber quando onde como e por que. Não me angustia, não me maltrata, tenho respostas, tenho algo com o que lidar. Um mês, mais um mês, mais outro mês e cá estamos. Ninguém lembrou do aniversário de 3 meses, mas não importa. Não mesmo. Como já disse antes, a data certa é o que menos importa. Ainda assim ando gostando por demais de fazer esses tipos de considerações. Deve ser coisa da idade essa repentina empolgação de lembrar datas e comemorá-las, não sei. Velhice é fogo, rs. Mas talvez seja bom registrar mesmo. A mudança, as folhinhas do calendário caindo e o sentimento ficando de repente mais paupável, mais definido mesmo. Porque a gente vai se reconhecendo e vou encontrando nele a cada dia mais uma porção de pequenos detalhes que fazem diferença pra mim. Pro bem, é claro. Vou ancorando ali e me deixando ancorar. Pronto. E aí, bora mais três? Atenção à progressão...

"Para que servem os anjos?
A felicidade mora aqui comigo
Até segunda ordem"
(A montanha mágica - Legião Urbana)

Nada a ver?

"Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem. Estou te querendo muito bem neste minuto."

"- O que há em mim e não compreendes é o mesmo que há em ti, e tampouco compreendes."

(Caio Fernando)

quarta-feira, outubro 22, 2008

2 quilos já foram

Quarta-feira novamente...
Nada como essa primeira semana de regime! Por conta da desintoxicação emagreci 2 quilos redondinhos... Estou pesando 72kg...
Parece bobagem, mas faz uma diferença danada, principalmente na auto-estima...
Viva!!
Agora a tendência é emagrecer cada vez menos, mas estou feliz!

quinta-feira, outubro 16, 2008

Bendita quarta-feira

É, eu sei que hoje é quinta.
Mas é que tô falando de ontem, meu povo...
ai ai...

Quer brincar de pra sempre comigo, menino bonito?
Tô tão feliz que só quero saber de você hoje.
Sempre e sempre e pra sempre.

"Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas

A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente, não
mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma..."

(Benditas - Zélia Duncan - Martinália)

quarta-feira, outubro 15, 2008

Magérrima

Estou pesando inacreditáveis 74 quilos.
Diante desse absurdo (para meus 1m68) e aproveitando que hoje é quarta-feira, dia em que o grupo materna alimentar conta como começo de semana, estou voltando à ativa no grupo e voltando a marcar os pontos de tudo que eu como...
Não foi nada difícil da primeira vez, pelo contrário, acho que me dei muito bem com o programa e cheguei a emagrecer 4 quilos em pouco tempo. O problema é que a ansiedade me levou a voltar a comer como uma monstrinha novamente, mas agora acho que tenho tudo pra entrar no esquema sem recaídas.
Estou muito menos ansiosa e muito mais feliz, acho que está na época certa de começar de novo, rs...
Desejem-me boa sorte, please!
Brigadinha!

segunda-feira, outubro 13, 2008

três letras

Estou chorona como sempre acontece na TPM. Só esperando que ela venha logo, pra me livrar dessa sensação de "não me toque". É engraçado, parece que tudo é comigo, pessoal e intransferível. Aquele olhar torto foi pra mim, aquela resposta atravessada foi pra me machucar, a ausência foi planejada para me entristecer e tudo o que é feito é com intenção inegável de me ferir. Claro que não é verdade, mas explica pras lagriminhas que teimam em cair sem parar? Paciência, minha gente, daqui uns dias passa, espero.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Marcas

É um texto daqueles bobos que a gente recebe por e-mail... Mas me balançou. Porque existem pessoas na minha vida que deixaram esse tipo de marca mesmo. Uma marca linda, inesquecível, e ler essa história me fez pensar nelas... Não pensei em lugar melhor pra deixá-lo do que aqui, então vamos lá... Nem precisa ler, crianças, esse é um post extremamente umbigóide, rs...

"...Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança.
Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala.
Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.
Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.
Minha primeira experiência pessoal com esse gênio-na-garrafa veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho.
Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia.
Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até que pensei: O telefone!
Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente a cômoda da sala.
Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido.
Alguém atendeu e eu disse:
- "Uma informação, por favor".
Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido.
- "Informações".
- "Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência.
-"A sua mãe não esta em casa?", ela perguntou.
-"Não tem ninguém aqui...", eu soluçava.
-"Está sangrando?"
-"Não", respondi.
- "Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo..."
-"Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou.
Eu respondi que sim.
-"Então, pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.
Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo.
Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philadelphia.
Ela me ajudou com os exercícios de matemática.
Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu.
Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido.
Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável.
Eu perguntava:
-"Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?"

Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente:
-"Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..."
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.

No outro dia, lá estava eu de novo.
-"Informações", disse a voz já tão familiar.
-"Você sabe como se escreve exceção?"

Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacífico.
Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto
e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho
que ficava na nova cômoda na nova sala.
Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória. Freqüentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.
Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um menininho.

Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos.
Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos.
Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora
daquela minha cidade natal e pedi:

-"Uma informação, por favor".

Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo:
-"Informações".

Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando:
-"Você sabe como se escreve exceção?"
Houve uma longa pausa.

Então, veio uma resposta suave:
-"Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul".
Eu ri. "Então, é você mesma!", eu disse.
"Você não imagina como era importante
para mim naquele tempo".

- "Eu imagino", ela disse.
-"E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse".
Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã.
-"É claro!", ela respondeu.
-"Venha até aqui e chame a Sally".

Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã.
Quando liguei, uma voz diferente respondeu:
-"Informações".

Eu pedi para chamar a Sally.
-"Você é amigo dela?", a voz perguntou.
-"Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul".
- "Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente.
Infelizmente, ela morreu há cinco semanas".

Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou:
- "Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul"?
- "Sim."
- "A Sally deixou uma mensagem para você.

Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse.
Eu vou ler pra você".

A mensagem dizia:
" Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender".
Eu agradeci e desliguei.
Eu entendi..."

(do site Somos Todos Um)

segunda-feira, setembro 29, 2008

Brilho

E me vieram essas imagens assim, de repente. Banco da frente, segurando sua mão quentinha, e te beijando no farol. Sair sem blusa, porque tenho você pra me abraçar. Que delícia. Você sorrindo no sábado. Estava lindo e feliz, e me deixou tão feliz te ver assim, que nem sei dizer. Daí quis registrar aqui. Que tua alegria, pelo visto, faz a minha surgir. Não vai embora não, tá? Fica aqui bem pertinho, bem pertinho... s2

"...Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Estarei aqui...
Se você quiser alguém
Prá ser só seu
É só não se esquecer
Estarei aqui..."

(Eu era um lobisomem juvenil - Legião Urbana)

... ao outro

"...Never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
All these words I don't just say
And nothing else matters

Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
And nothing else matters...

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters..."

(Nothing Else Matters - James Hetfield - Lars Ulrich - Metallica)

Bem clássico, né? Mas é que ontem essa música fez umas fichinhas caírem por aqui. Ainda bem mesmo, que nada mais importa... De um extremo ao outro, lá vou eu... Nem é comparação, é constatação, mesmo. Um extremo de carinho, confiança, proximidade e tudo mais que me interessa e motiva. Ainda, bem, que bom. Que nada mais importa...

De um extremo...

"...Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu..."

(Djavan - Jorge Drexler - A idade do céu)

O tempo já curou muita coisa, mas é difícil ainda pra mim entender essa necessidade de agredir, de machucar, de ferir. É difícil também entender por que eu me deixo ferir... Porque é uma brecha que eu abro, eu deixo que as pessoas se aproximem e façam esse tipo de maldade comigo. Deixo que elas virem o jogo e que me façam parecer a vilã da história toda. Tenho consciência que permito isso, mas não sei bem controlar. Será que estou agindo errado permitindo esse tipo de reação? Como barrar? Como bloquear? Sei que é um processo meu, que eu posso, se quiser, erguer por aqui um escudo e não deixar que as palavras ácidas e que os comentários maldosos me atinjam, mas anda complicado. Porque parece que a minha necessidade de manter sempre tudo bem com todo mundo fala mais alto do que a minha necessidade de me proteger dessas dores. Porque dói. As lágrimas escorrem, fartas, chego a chorar de sluçar, perdida em meio da agressividade alheia. Nada bom, nada bom.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Bloqueios

Até onde eu crio um mundo ideal quando escrevo sobre ele? Até que ponto posso ir em minhas criações e histórias? Até que ponto eu consigo manter esse nível tão alto de cobrança que eu faço comigo mesma? Por que faço isso? Busco respostas que confirmem minhas próprias inseguranças ou afirmo de coração tudo aquilo que me mobiliza? Mil questionamentos hoje pós terapia, talvez pudesse ficar horas dissertando sobre isso. Também falamos sobre os meus bloqueios. É impressionante como eu vivo as coisas com uma passionalidade incrível, e então quando elas se esgotam, ou quando acho que não saberei lidar com tanto sofrimento ou com tanta intensidade, parece que eu bloqueio aquilo tudo. E fica assim, como se nunca tivesse existido. Vira nada. É um processo de defesa, claro, consigo perceber isso nitidamente, mas o que afinal faz com que eu precise me defender? E por que por exemplo não bloqueei certos sofrimentos com tanta facilidade como bloqueei outros? Estranho pensar assim... Não quero esquecer de me questionar sobre isso daqui em diante. Está sendo, como sempre, muito rico fazer terapia. Estou aprendendo demais...

terça-feira, setembro 23, 2008

Pedacinhos

Deslumbramento que é essa história de cavar memórias. Um negócio, mesmo. Quanto mais a gente cava, mais fósseis a gente encontra. Acho que cavoquei tanto ontem, que sonhei com a casa da tia Dorotéia, aquela mais antiga, colada à escola. Quantas, quantas, quantas lembranças. Daqueles primeiros amores com gosto de bala chiclete e guaraná de garrafa de vidro. Quantas tardes correndo, chutando bola, acertando na cesta e pedalando na bicicleta atrás dos meus primos queridos. Tardes mergulhando na piscina de plástico e rolando no chão, e riscando com giz enquanto os meninos falavam de coisas que a gente ainda não entendia. Noites quentes fugindo quando no beijo-abraço-aperto de mão a gente caía pra beijar um primo, mesmo morrendo de vontade de beijar, só pra ver que gosto que tinha. E quantas e quantas vezes a gente sonhou juntos, repetindo e repetindo "que é que você quer do mundo?". E quantas vezes eu chorei porque não corria tão rápido e meu primo mais querido, aquele que eu vou amar sempre e que sempre me escolhia pra dar passeio no bosque de mãos dadas, passava a mão no meu cabelo chanelzinho, igualzinho ao dele, e me dizia que ia brincar comigo, só comigo. Brincadeira bobinha, sem maldade alguma. Que saudades, favorito, do seu cabelinho igual ao meu. Saudades também daquela época em que a gente ia pra Caraguá no começo do ano brincar de nadar no rio perto das pedras e de boiar em câmara de pneu. E lavar louça depois do jantar virava programão, porque era a hora de ver "os meninos". Alguém pegava um violãozinho velho desafinado e tocava Legião Urbana e a gente ria, e cantava disputando quem conhecia mais letras. E o pedestal-mor passava os dedos pelo meu cabelo embaraçado até tirar cada nozinho, e me olhava com aquela carinha corada de sol, um cheiro de maresia misturado com Brut, dizendo que me amava "pra sempre", e eu corria escrever versinhos na agenda. Tonta. Pra sempre sempre acaba, né? Mas nada vai conseguir mudar o que ficou não... Andava de carro naquelas ruas de Guarulhos procurando um husky siberiano. Às vezes dava sorte. E toca ir todo mundo tomar sorvete de limão pra depois levar bronca da vó, que quando ficava brava sempre ia chamar um e errava o nome, e a gente ria, e ela acabava rindo também. E o menino magrinho que tinha os olhos azuis enormes e uma irmã com nome de princesa fazia o pedestal ficar morrendo de ciumes porque vinha me beijar na testa e dizer naquela agitação pré-adolescente que o gol que marcou era pra mim. E sorria, naquele sorriso raio de sol, e eu corria escrever de novo na agenda um final feliz pra gente. E o pedestal, sempre ele, me ajudava a passar nas fases mais difíceis do vídeo game. E ele nem sabia que eu detestava aquele jogo, e só jogava pra ele me ensinar. Vieram tantas lembranças misturadas agora, estranho que no sonho que eu tive, no lugar da quadra da escola tinha um rio. E tinha um menino também, mais alto, sem camisa, e eu era apaixonada por ele, mas não era nenhuma dessas paixõezinhas, era um desconhecido. Mas cantarolava "Hold me tight", igualzinho ao pedestal. Eu consigo lembrar como se fosse hoje. A gente naquele quarto mal iluminado, porque a persiana era amarela, porque o dia não era dos mais bonitos, porque a gente não queria mesmo que o sol entrasse ali. Nós dois no andar de cima, no quarto, e todo o resto do mundo lá embaixo. Porque só a gente gostava de ouvir os discos, e era lá que a vitrolinha ficava. Consigo descrever a roupa toda que ele vestia. A camiseta cinza, com uma estampa estranha, e gola virada, a bermuda comprida, os chinelos Rider, aquele bonezinho vinho de sempre, virado pra trás. Um olhar expressivo, de quem divide uma descoberta importante, aquele jeito que ele só tinha quando ficava sozinho comigo. O tom de voz carinhoso, doce, o sorriso secreto, igual ao da música, aquele que ele só usava comigo. Amor, muito amor mesmo eu sentia por ele. O primeiro que eu amei. E eu que nem sabia que diabos ele queria dizer com aqueles versinhos em inglês cantados todos errados. Hoje eu sei, será que ele desconfiava?

"It feels alright now
Hold me tight
Tell me I'm the only one
And then I might
Never be the lonely one

So hold me tight
tonight, tonight
it's you,
you, you ,you...

Hold me tight
Let me go on loving you
Tonight, tonight
Making love to only you

So hold me tight
tonight, tonight
it's you,
you, you ,you...

Don't know what it means to hold you tight
Being here alone tonight with you

It feels alright now
Hold me tight
Tell me I'm the only one
And then I might
Never be the lonely one..."

(Hold Me Tight - The Beatles)

Remediado está

"Fecho os olhos. Somente a memória fala: porque é certo que as pessoas estão sempre crescendo e se modificando, mas estando próximas uma vai adequando o seu crescimento e a sua modificação ao crescimento e à modificação da outra; mas estando distantes, uma cresce e se modifica num sentido e outra noutro completamente diferente, distraídas que ficam da necessidade de continuarem as mesmas uma para a outra.
— Não vou perguntar por que você voltou, acho que nem mesmo você sabe, e se eu perguntasse você se sentiria obrigado a responder, e respondendo daria uma explicação que nem mesmo você sabe qual é. Não há explicação, compreende? Eu também não queria perguntar, pensei que só no silêncio fosse possível construir uma compreensão, mas não é, sei que não é, você também sabe, pelo menos por enquanto, talvez não se tenha ainda atingido o ponto em que um silêncio basta? É preciso encher o vazio de palavras, ainda que seja tudo incompreensão? Só vou perguntar por que você se foi, se sabia que haveria uma distância, e que na distância a gente perde ou esquece tudo aquilo que construiu junto. E esquece sabendo que está esquecendo.
— Não quero complicar nada. Nunca quis. Também não queria falar. Mas eu não podia simplesmente receber você com a cara de ontem.
De repente sinto medo. Um medo antigo, o mesmo que sentia o menino escondido embaixo da escada, esperando castigos. Um medo e um frio que nascem de alguma zona escondida no cérebro, nas lembranças, nas coisas que o tempo escondeu ao avançar, como se recuando súbito pusesse a descoberto todos os cantos invisíveis, todas as teias de aranha recobrindo velhos muros, os mesmos que tantas vezes tentei escalar sem que houvesse nada depois, nenhum caminho, nenhuma casa. Nada.

EU — Mas detesto analista amador.
ELA — Campo ou bosque ou deserto, qualquer coisa assim, compreende? O importante é que seja ao ar livre. Colabora, imagina. É só um teste.
EU — Um deserto, então.
ELA — Sem nada?
EU — Nada.
ELA — Mas nem uma palmeira?
EU — Nenhuma.
ELA — Um rio, qualquer coisa?
EU — Nada. Só areia.
ELA — E árvores?
EU — Nada.
ELA — Bichos?
EU — Nada.
ELA — Vento?
EU — Nada.
ELA — Água?
EU — Nada.
ELA — E a chave?
EU — Não encontro a chave.
ELA — E o muro?
EU — Muro tem.
ELA — E como é o muro?
EU — Antigo, feio, todo descascado, tijolos aparecendo, um pouco de limo, enorme.
ELA — Você sobe?
EU — Tento subir. Várias vezes. Mas caio, arranho os pulsos, sai sangue. Dói muito. Sempre tento subir, sempre caio outra vez. Mas sei que um dia eu consigo.
ELA — E depois?
EU — Depois o quê?
ELA — Depois do muro, o que tem?
EU — Nada.
ELA — Nada?
EU — Absolutamente nada.
ELA — E você, o que você faz, no nada?
EU — Não sei, me desintegro, acho.
ELA — E não dói.
EU — Não. Não dói.

...

ELA — Você agora vai-me achar piegas, mas deixa eu perguntar.
EU — Pergunte.
ELA — Você não acredita em amor?
EU — Acho que não. Como é que você sabe?
ELA — Não existe água. A água é o amor.
EU — Ah. Que mais?
ELA — Nada.
EU — Nada?
ELA — É. Nada. Você não acredita em nada. Acha tudo estéril. Vazio. Seco. Um deserto. Nem problemas você tem.
EU — Problemas?
ELA — É. Os bichos.
EU — Ah.
ELA — Nem ideais. Com o perdão da palavra.
EU — Ideais?
ELA — É. As árvores.
EU — E daí?
ELA — Daí, nada.
(silêncio)
EU — Pronto: mergulhou no silêncio oceânico.
(silêncio)
ELA — Você não passa dum puto niilista. O diabo é que eu gosto de você paca.

Ela não sorri. Houve um tempo em que tive um rio por dentro, mas acabou secando.

EU — É possível um rio secar completamente?
ELA — Claro que é.
EU — Mas será que ele não enche depois? Nunca mais?
ELA — Alguns sim, outros não.
EU — Mas nunca mais?
ELA — Sei lá, acho que não.
EU — Você tem certeza?
ELA — Certeza eu não tenho. Só estou dizendo que acho. Afinal não sou nenhuma especialista em matéria de rios, secos ou não.
EU — Sabe?
ELA — O quê?
EU — Eu tinha esperança que o rio voltasse a encher um dia.

Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Não digo. Atrás do aquário, os dois olhos confundidos com os peixes. Será que peixe gosta de maçã? Mas se tivesse ido até o fim, teria voltado? Voltar não será como ir até o fim, não será prolongar o processo em vez de abreviá-lo? Nunca soube a cor exata de seus olhos. Quando os via muito de perto, minha única preocupação era observar o movimento dos pontinhos dourados no fundo das pupilas. Mas em que cor estavam contidos esses pontinhos, boiando em castanho, em azul, em verde, em negro?

EU — Você gosta de mar?
ELA — Gosto. Parece uma coisa que eu sinto às vezes por dentro e nem sei bem como é. Nem o que é. Acho que se um dia eu me matasse seria no mar. Queria ir entrando na água bem devagarinho, vestida de branco, descalça, cabelos soltos.
EU — Poesia fácil
ELA — Vá à merda.

Atira a maçã para cima, recebe-a de novo, indecisa, num movimento que quase descobre os seios. As pernas compridas, um pouco brancas demais. Os olhos talvez meio estrábicos. Mas a cor? Que cor? O gesto antigo de afastar um fio de cabelo inexistente.
— Vá embora — ela diz.
Visto a roupa devagar. Começo a descer as escadas. Não olho para trás. De que adiantaria olhar? De que adianta não olhar?
Vou desviando das poças sujas da chuva de ontem. O asfalto esburacado. O céu cheio de fumaça. E de repente uma maçã espatifada contra o cimento. A carne madura demais espalhada em torno. Não há nada a dizer sobre ela, não passa de uma maçã morta..."

(Caio Fernando Abreu - O inventário do ir-remediável)

segunda-feira, setembro 22, 2008

Um mais um

Já tem dois meses que te olhei meio tímida no carro e te perguntei se era isso mesmo. E você disse que era. Dois meses de um coração aos saltos, sem entender direito pra onde a gente estava indo, mas indo assim mesmo. Porque não dava mais pra me afastar de você. Já faz mais de dois meses que sua mão ficou segurando a minha por horas e horas e a madrugada ficou tão mais feliz e tudo em volta de repente meio que perdeu sentido literal, enquanto aqui dentro algumas coisas se encaixaram tanto, tanto... Tanto quanto sua mão se encaixa na minha até hoje. E nem tem como largar. E tem dois meses que eu posso te dizer todo dia o quanto você tem feito diferença por aqui. Tem dois meses que estou vivendo um dia de cada vez, com uma tranquilidade que eu antes desconhecia, porque é você quem traz ela pra mim. Não tem mais tanta ansiedade contínua ou uma sensação perene e ruim de tristeza, de vazio, porque eu sei onde você está e percebo onde você quer estar também. Não me sinto sozinha, porque te sinto muito, muito perto, muito acessível e disponível pra mim, mais perto do que qualquer outro. E, um fato, eu não sou nada boa com datas, pelo contrário, eu detesto todas elas, não me dizem nada. Namoro pra mim não tem dia pra comemorar, tem que comemorar todo dia mesmo. Clichê, mas um clichê real. Não adianta lembrar sem significar nada, mas de vez em quando eu também sei lembrar quando significa. Parece mais tempo, talvez porque realmente seja. Já faz tempo que estamos por aqui, sempre perto, sempre perto, e isso já pode ser somado. Não na tal "comemoração", mas nas contas gerais e tal, e aqui estamos. Não sei bem porque escolhi essa música, mas certamente há motivos subliminares, e eu, assim como a Melissa, não costumo deixá-los de lado. Acho que é porque a gente já se afastou algumas vezes, mas achamos outros caminhos de se encontrar de novo. Mas o que importa agora é a partir daqui. "Maybe you and I could go from here..." Daí vem meu lado romântico e bobinho, que vai dizer "And then nothing will keep us apart"... Porque é a minha verdade mesmo agora... Nada, nada... Será que você me aguenta mais uns dois meses? :o)) Tomara... Bacio...

"...We said good-bye with so much left to say
We knew inside we'd find another way
We'll have it all, it's not too late to try
Maybe you and I could go from here
Maybe you and I can make it, this time we'll...

Fall in love when we meet again
We can finish what we started
Fall in love if we try again
And then nothing will keep us apart

We're not the same as when we first began
We'll try to change, we'll take another chance
Maybe you and I could work it out
Maybe you and I can make it, this time we'll

I see your face, it's always on my mind
A time and palace we almost left behind
This time we'll fall in, this time we'll..."

(When We Meet Again - Alanis Morissette)

domingo, setembro 21, 2008

Some more patience

Vem como uma nuvenzinha mesmo. Aquela minha tristeza conhecida, já... Invade tudo, deixa frio, mesmo quando estou de casaco e edredon... Mesmo depois da sopinha, de um banho quente... Mesmo depois de tudo... Não é externo nem físico, é um frio estranho, que parece vir da alma mesmo. As lágrimas escorrem fáceis e sozinhas, e eu nem sei bem dizer porque. Não sei mesmo. Seria bom saber na verdade. Sinto falta das pessoas, mas não consigo explicar o que me incomoda, nem muito bem o que quero delas. Eu sempre espero que elas saibam, mas é difícil. Dói um pouco às vezes, parece que não dá pra aguentar. Então eu fecho os olhos e deixo me levar mesmo. Já veio antes, e eu sei que aguento. Só é estranho quando se está no meio do processo. Pelo menos já estou verbalizando, sei lá... Ou escrevendo, o que pra mim é praticamente o mesmo, talvez mais eficiente... Enfim, não é nada mesmo, mas ao mesmo tempo é tudo. Vou ficar bem, prometo... Tô tentando...

"Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência"

(Lenine - Paciência)

sábado, setembro 20, 2008

amor eterno ou não dá

"Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade

Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade

Paper clips and crayons in my bed
Everybody thinks that i'm sad
I'll take a ride in melodies and bees and birds
Will hear my words
Will be both us and you and them together

Cause i can forget about myself, trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
And please my day
I let you stay with me if you surrender

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
(I can forget about myself trying to be everybody else)
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
(I feel all right that we can go away)
Pode ser a eternidade má
(And please my Day)
Eu ando sempre pra sentir vontade.
(I'll let you stay with me if you surrender)..."

(Janta - Marcelo Camelo - Mallu Magalhães)

Meio amargo

Ele chega e tira os óculos, que é pra poder me ver melhor. Chega com cheiro doce e gosto meio amargo, de chocolate, que já sabe que é o meu favorito. E sorrisos de amores, e cafunés para adormecer, e silêncios de segredo e olhares fixos que andam me dizendo tanto, tanto. E faz o frio desanimado passar, e vai embora cedo, mesmo quando é bem tarde. Porque pra mim sempre é cedo. E deixa tudo vazio, meio oco, mas ao mesmo tempo tão cheio, tão pleno. Ai. Nem sei. Me calo, porque nem precisa dizer mais nada. Precisa?

"A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada."

(Adélia Prado)

quinta-feira, setembro 18, 2008

Saudades

"...Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar:
Um século, um mês,
três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?
... Vou pensar.

- Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
- Não sei mais
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!..."

(O Vento - Rodrigo Amarante - Los Hermanos)

Sou só eu que sinto falta deles?

Outro lado

"...antes que eu me esqueça do que eu queria dizer era isso eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro ou do outro lado..."

(Caio Fernando Abreu - Carta para Além do Muro)

Rosas

Eu espero demais das pessoas. Sempre e sempre. Espero atitudes, espero opiniões, espero que se expressem, espero que tomem a frente, que se mexam, que façam acontecer, que me surpreendam! Mas claro que nem sempre é assim. Cada qual com seu ritmo, cada um com seu movimento próprio e tão particular. Mas eu me frustro um pouco. Sem razão, eu sei, porque não tenho o direito de querer controlar o que as outras pessoas fazem. Porque não posso basear minha satisfação, minha sanidade, minha tranquilidade numa reação de outro. Além do mais, cada um certamente deve ter seu motivo para agir e reagir de tal forma, para responder de certo jeito ou de outro. Mas é difícil esse processo de me desligar disso. Sou controladora, quero que tudo aconteça da minha maneira. Também fantasio muito, moldo as pessoas da forma que eu acho que elas são, então quando me deparo com o real, às vezes é complicado lidar... Mas estou trabalhando, devagarzinho... Admitir onde estou errando é um grande passo, eu acho. É engraçado, parece que as respostas que eu cobro, são minhas mesmo, ou pra mim. Cobro aceitação, cobro retorno de sentimentos, de dúvidas, de preocupações. Quero retorno na mesma intensidade, e isso não existe... Cada um, cada um. Ainda bem, na verdade. Só quero ter calma. E, por agora, um pouquinho de Adélia Prado.

à beira de um poema

Podei a roseira
no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas.
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira
constelada,
os botões,
Alguns já com rosa- pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizam-se
diante do recorrente milagre.
maravilhosas faziam-se
as cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro

(Adélia Prado)

quarta-feira, setembro 17, 2008

Meet me in outer space

"How do you do it?
Make me feel like I do.
How do you do it?
It's better than I ever knew.
You are stellar..."

(Brandon Boyd - Incubus - Stellar)

Postzinho pra comemorar template novo, fase nova, tudo renovado...

Curtiram?

:o)))))

terça-feira, setembro 16, 2008

Leveza

"...Por ser exato
não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim..."

(Djavan - Pétala)

Falar amor é forte, é? Mas está tudo como sinônimo. Pode olhar. Tudo sentimento, tudo relacionado. Afeto, adoração, carinho, amizade, ligação forte, plena. Não tenho preconceito nenhum com a palavra. Não com essa. Com as outras, prefiro especificar. Não é bem exato no sentido de perfeito, preciso, porque isso é impossível, mas exato no sentido de pontual mesmo, de chegar na hora certa. Encantado, enlevado, por conta das pequenas magias, dos detalhes que vão somando brilho e beleza à coisa toda. E invade mesmo, se espalha, toma conta de tudo, e me deixa assim, meio entorpecida, tomada de sentimento. Feliz.

sábado, setembro 13, 2008

Tempo

Eu sou a pessoa mais ansiosa do mundo. Mas tô aprendendo a desacelerar um pouco, a andar mais devagar e observar a paisagem. Há tempo pra tudo, afinal. Obrigada, meu lindo, por me ensinar. Fica bem hoje, em muita paz... Tô com você em pensamento, como sempre e sempre...

"Se você quer um pouco de mim
Você deveria me esperar
E caminhar a passo lento
Muito lento

E pouco a pouco esquecer
O tempo e sua velocidade
Frear o ritmo, ir muito lento, mais lento

Ser delicado e esperar
Dá-me tempo pra te dar
Tudo o que tenho

Se você quer um pouco de mim
Dá-me paciência e verá
Será melhor que andar correndo
Levantar vôo

Si quieres un poco de mí
dame paciencia y verás
será mejor que andar corriendo
levantar vuelo

y poco a poco olvidar
el tiempo y su velocidad
frenar el ritmo, ir muy lento
cada vez más lento.

Ser delicado y esperar
dame tiempo para darte
todo lo que tengo.

Si me hablas de amor
si suavizas mi vida
no estaré mas tiempo
sin saber que siento..."

(Julieta Venegas e Penelope - Lento)

¿Por que la dejé?



A gente tem mania de ficar pensando no passado, em algo que já foi e não tem mais como voltar atrás. Tudo o que sou hoje é reflexo do que eu já fui. Cada pedaço do que sou agora tem uma razão pra estar aqui. Faz parte de mim, da minha história, das minhas descobertas, das pauladas e das alegrias que eu já vivi. Essa música linda fala de alguém que teve uma ilusão com a qual não soube lidar. Se arrepende e se questiona por isso... Era tudo o que a pessoa queria, mas ela simplesmente não conseguiu, não se permitiu aproveitar... Tive momentos assim na vida, muitos deles. Já me questionei várias vezes dessa forma e talvez ainda me questione, é claro, mas eu hoje sei a resposta exata, sei dizer que cada coisa tem seu momento mesmo, não adianta. A gente vive o que está preparado pra viver, a gente lida com as coisas da melhor forma que pode, em cada momento. Eu antes não estava preparada, hoje pode ser diferente, por que não? Linda música, andava meio cansada da Marisa, mas essa melodia mexeu comigo... Por que será, né? :o)

"...Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi

Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella no supe que hacer
y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz

É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver

Por ella no supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue..."

(Marisa Monte e Julieta Venegas - Ilusion)

quinta-feira, setembro 11, 2008

Direto de 2005 - parte 2

Em "Tereza", Manuel Bandeira assinala a trajetória do conhecimento à paixão com surpreendentes imagens que começam com a estupidez das pernas da moça e terminam com uma espécie de convulsão apocalíptica, como se o amor tivesse um caráter surreal e divino:

Tereza
(Manuel Bandeira)

"A primeira vez que vi Tereza
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna

Quando vi Tereza de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de deus voltou a se mover sobre a face das águas."

Simplesmente fofo.... ^______^

Direto de 2005

Tá, eu tenho gostos esquisitos... Eu vejo poesia onde as outras pessoas não enxergam nada... Eu me emociono com frases que para os outros não querem dizer nada também...

Em especial a frase dessa música "Há coisas que me encerram, ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto..." me assusta porque praticamente define as minhas atitudes. Minha atitude contemplativa de somente observar e me encantar com a vida, com as pessoas, com meus ídolos... De não ousar tocar para que a magia não se estrague... (evitando a qualquer custo usar a palavra creep)

Outro trecho da música é encantador pra mim.... Ele descreve que só um ligeiro olhar dela facilmente o descerra, mesmo que ele tenha se fechado antes... Assim também acontece comigo... Algo simples... Uma palavra, um jeito de olhar ou uma atitude é capaz de me fazer "encantar" por alguém...

É lindo imaginar em quem ele pensava quando escreveu essa linda música... Certamente, um pedestal... Se possível, ouçam essa poesia... Agora!

Nalgum Lugar
(Zeca Baleiro)

"Nalgum lugar em que eu nunca estive,
alegremente além de qualquer experiência...

Teus olhos têm o seu silêncio
no teu gesto mais frágil...

Há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar
porque estão demasiado perto...

Teu mais ligeiro olhar
facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,
nalgum lugar...

Me abres sempre, pétala por pétala, como a primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente)
a sua primeira rosa...

Ou se quiseres me ver fechado,
eu e minha vida nos fecharemos belamente,
de repente, assim como o coração desta flor
imagina a neve cuidadosamente descendo
em toda a parte...

Nada que eu possa perceber neste universo
iguala o poder de tua intensa fragilidade
cuja textura compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte
e o sempre
cada vez que respira

Não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre. Só uma parte de mim compreende que a
luz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas...
Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas..."

Espuma

AMEI a banda.
Procuraê...

"...Não vou embora, não é hora de partir.
Faz frio lá fora, me deixe dormir aqui. (Como eu sonhei.)
Deixa o improvável acontecer
e amanhã a gente vê o que fazer..."

(Sabonetes - Hora de Partir)

Batendo cartão

"Olhe nos meus olhos
E diga o que você
Vê quando eles vêem
Que você me vê"

Desculpem o sumiço... Mas vocês já sabem, né? Se eu sumi é porque está tudo bem... Na verdade está tudo ótimo, bem gostoso mesmo. Sintonia muito forte, ligação intensa mesmo, já consigo perceber detalhes que antes ficavam meio ocultos, já consigo sentir mais, mesmo sem ninguém dizer nada. Algumas coisas também estão aparecendo mais, e dando aquele friozinho na barriga característico, que eu tanto gosto. Tá leve, suave e doce, ao mesmo tempo que muito forte, com muita energia, se manifestando, mexendo com tudo mesmo. Nossa, que eu quero mais né? Mais nada...

"Olhe nos seus olhos
E o que eu posso ler
Que eles ficam melhores
Quando eles me lêem..."

A terapia voltou e com ela espero que eu possa me manter mais racional. Ando impulsiva, não com o querido, mas com outras coisas da vida. Andei discutindo em terapia, talvez por eu ter me segurado tanto, por tanto tempo, por sempre engolir tudo que dveria ser dito, agora eu não consiga mais engolir nada. Preciso aprender a lidar com isso, porque está muito claro pra mim agora. Outra coisa pra ser aprendida é a forma como eu permito que as pessoas mexam comigo, que me afetem. É ótimo a terapia pra nos mostrar de cara como isso é um processo que se repete, e eu consigo lidar bem com ele quando quero. A última coisa, não menos importante, é que eu preciso aprender que cada pessoa tem seu caminho pra trilhar, e que não posso mudar a trajetória das pessoas. Insistir é ser chata, e só vai me trazer coisas ruins. Tá anotado, resta trabalhar.

"Sou sua mas não posso ser
Sou seu mas ninguém pode saber
Amor eu te proíbo
De não me querer..."

(Nando Reis - Nos seus olhos)

terça-feira, setembro 09, 2008

Moinho

Não é pra mim não... É pra você, Mel...

"...Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó.

Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés..."

(O Mundo É Um Moinho - Cartola)

Meu Mel

Melissa sempre foi muito mais do que uma personagem. Alter-ego mesmo. Ela era tudo o que eu não podia ser. Ou não queria, ou não conseguia, sei lá. Mas no fundo era eu, oras. A voz de comando, as palavras, os sentimentos, eram todos meus, afinal. Ela fazia tudo o que eu tinha vontade. Arrasava corações mesmo. Conquistava a todos com doçura, simplicidade, e um certo ar de menininha desprotegida, desamparada, de quem precisa de um colinho e apoio. Era forte, muito mesmo, mas nem imaginava o tamanho da sua força. Era muito sensível, muito perspicaz, mas na maioria das vezes não aceitava ou reconhecia seus próprios insights, sua própria força de vontade. Foi ótimo jogar por tanto tempo com ela, mas o tempo dela acabou. Surge agora uma nova Melissa, uma personagem mais bem estruturada e muito mais fundamentada. Da original, herda mesmo o nome, os cabelos ruivos cor de fogo, e a criadora. Eu, por acaso. Vai ser legal ser Melissa de novo. Mesmo porque eu mesma estou tão diferente. Tudo muda, ensina o titio Vlad. Absolutamente tudo. Sou outra, portanto, e estou pronta pro que der e vier... Seja bem vinda, Mel. Tenho certeza que você também vai arrasar muitos corações, de uma forma ou de outra.

"...É um mistério. Quando penso numa história, eu só tenho uma vaga visão do conjunto, mas isso é uma coisa de momento, que depois se perde. Se houvesse premeditação, eu me desinteressaria pelo trabalho..."
(Clarice Lispector - sobre seu processo de criação)

sexta-feira, setembro 05, 2008

tão perto

"...Quando o tempo não passar, dentro de nós
Cada hora é como uma semana
Cada novo alô é mais bacana
Cada carta que eu nunca recebo
É sempre um motivo pra lembrar
Sou tão perto de você
Tão perto de você..."

(Teatro Mágico)

sábado, agosto 30, 2008

Lá em cima

A versão original com os Carpenters é breguíssima e linda, rs...
A versão da banda Killi é perfeita, mais pesadinha, com vocal lindo da Juh...
Mas tem que procurar! :/
Não achei no youtube... Mas a letra vale...

"Something in the wind has learned my name
And it's tellin' me that things are not the same
In the leaves on the trees and the touch of the breeze
There's a pleasin' sense of happiness for me

There is only one wish on my mind
When this day is through I hope that I will find
That tomorrow will be just the same for you and me
All I need will be mine if you are here..."

(The Carpenters - Top of the World)

quinta-feira, agosto 28, 2008

Sem resposta

"O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar..."

Chega de medo, vai, quero mais entrega agora... Será que rola?
Se joga, vai... Por favor...
Chega de ficar sem resposta...
Isso me dói, e por doer eu acabo recuando...
É isso que você quer?
Espero que não...

"Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor..."

(Miedo - Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis)

quarta-feira, agosto 27, 2008

Magic

"...Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa..."

Tem dias que preciso parar um pouco, respirar fundo, olhar pra dentro e sossegar. Pra me entender. Pra entender uma irritaçãozinha que surge meio do nada, pra perceber que estou meio intolerante, que o ombro está mais tenso e minha expressão mais fechada. Pra sacar que tudo, absolutamente tudo influencia no meu bom ou mau humor, do sapato que escolhi hoje à pessoa que se senta ao meu lado. Tudo mexe com as minhas energias, tudo faz com que meu humor fique diferente também. Tenho preguiça das pessoas às vezes. Parece que tudo dá muito trabalho, que ninguém simplifica nada. Parece que vivemos num extremo esforço de agradar e eu detesto isso com todas as minhas forças. Porque por mais que não concorde, vivo em sociedade e fica difícil sempre bater de frente com tudo, mesmo que esse seja um dos meus esportes favoritos. Espero mais das pessoas também às vezes. Espero que elas me surpreendam, com gestos, com frases, com olhares, com atitudes. Mas nem sempre vem. Nem sempre mesmo. Existe aquele pé atrás todo, que eu também ando usando demais ultimamente. Existe a polidez, a máscara colocada, aquela maquiagem toda, os gestos ensaiados demais. Eu sei que me olham diferente aqui porque eu venho trabalhar com a camiseta do Radiohead ou com o tênis sujinho e de cabelo molhado e odeio isso. Me faz mal e começo a pensar que se entrasse no esquema e me montasse de menininha pra vir pro trabalho, as pessoas sorririam mais e eu talvez me sentisse mais aceita. Mas daí eu olho a loirinha aqui em frente, de cabelo milimetricamente escovado, maquiagem perfeita, roupa linda, sapato de três dígitos, e o que vejo? Vazio! Não vejo nada. Talvez seja por isso, claro. Ela precisa disso tudo pra encobrir o vazio. Era tão óbvio, mas eu precisava escrever pra eu mesma perceber. Será que há limite pra idealismo? Será que não pode ser confundido com uma busca diária pelo conflito, será que não está ficando pesado demais manter a atitude? Passo então a questionar a verdade de cada um e não me sinto nesse direito. E meu ombro começa a formigar, como acontecia antes, quando eu andava mais tensa do que deveria por conta dos meus idealismos feridos. Acho que não estou sendo nada clara, mas parece que pra mim está funcionando, já chego na metade desse texto pensando diferente, talvez... Não vou mudar nada, claro. Porque continuo achando que a qualidade do meu trabalho continua a mesma esteja eu com roupa de grife ou trabalhando pelada. Poutz, será que é tão difícil entender? Por que me é tão sofrido, essa é a questão agora? É síndrome de escola, acho. Eu sei quem eles acham que trabalha melhor. Imagem vende, embora não convença na hora do vamos ver. Na hora do vamos ver, sou eu que eles chamam. Porque minha insegurança bate tão forte então, se eu simplesmente sei quem eu sou e tudo o que eu posso fazer com isso tudo que eu sou? Argh... Crise, crise... Ainda bem que hoje é quarta-feira, oficialmente meu dia preferido da semana nos últimos tempos. :o)))))

"Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa..."

(Lenine - O que me interessa)

E agora, meio que num insight, me vem na cabeça um sonho que tive hoje, com um amigo querido que tem me mostrado caminhos diferentes na vida. No sonho ele me salvava, e mostrava o caminho, e apontava. E me lembro que a carta que tirei hoje no tarô tem tanto a ver com ele, que eu quase me assusto. Só o fato de eu mexer no tarô já tem a ver com ele. E então vem essa carta. E a gente tem trocado umas idéias muito legais ultimamente. Meu querido P. que eu tanto admiro, obrigada, eu entendi tudo agora. Obrigada por me salvar, no sonho e todos os dias. E lembro de você rindo de mim a cada vez que te agradeço e descubro que esse é o caminho mesmo. É assim mesmo, um ciclo, e tudo vai se encaixando, e eu quase já sei exatamente o que fazer.

Carta do dia - O Mago - "A qualidade do momento demanda espanar a poeira e abrir-se ao novo. Muito estímulo intelectual lhe aguarda nesta etapa de sua vida, o que pode surgir na forma de livros que lhe são indicados, pessoas que surgem do nada pra bater um papo com você e lhe permitir um maior entendimento das coisas. É como se, agora, as coisas que você fosse ouvir (provavelmente da boca de gente que você nem esperava!) lhe permitissem uma libertação de uma forma antiga e superada de abordar as situações. Aproveite este dinâmico período!"

Ahm, o tarô tambem me lembra de você, viu... Você que sabe quem é você. Aliás, difícil algo hoje em dia que não me faça lembrar de você... ai ai...

domingo, agosto 24, 2008

sexta-feira, agosto 22, 2008

Proteção nunca é demais né?

Runas

Devolve não, tá?

ai ai ai...
Como é que é?
Cante o que não der pra falar, né?
Então tá...

"...Existe aqui uma mulher
Uma bruxa,
Uma princesa,
uma diva
Que beleza...
Escolha o que quiser
Mas ande logo
Vá depressa
Nem se atreva a pensar muito
O meu universo ainda despreza
Quem não sabe o que quer
Meu coração eu pus no bolso
Mas apareceu um moço que tirou ele dali
Não, isso não é engraçado
Um coração assim roubado
Bate muito acelerado
Devolve, moço
Devolve, moço
O meu coração pro bolso..."

(Devolve, Moço - Ana Cañas)

quinta-feira, agosto 21, 2008

Nós

É engraçado que a gente se acostuma a ver as coisas sempre de um mesmo jeito, parece cavalo com arreio, olhando só pra frente, seguindo só daquele mesmo jeito. Um tédio, um sofrimento. E de repente um olhar em volta muda tanto, e muda tudo. Era tão simples, nem doeu nem nada, bastava querer. É impressionante como quando tomamos nós mesmos as rédeas, o caminho parece se abrir, e a leveza que sinto agora não consigo nem explicar, algo forte mesmo, como quem se liberta, deixa um peso de lado e agora caminha mais livre mesmo.

Eu queria tanto sair por aí arrancando os arreios alheios... Queria tanto poder falar pras pessoas pararem de sofrer por bobagens e simplesmente viver... Mas infelizmente, não iam me ouvir. Não ouvem mesmo. Eu também não ouvia. Precisa vir de dentro, como qualquer mudança válida, como qualquer transformação que venha pra durar.

De resto... Ah, só sorrisos, né. Acho que deu pra ver. Poucos posts, sorriso no rosto, podem acreditar.

"...Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém..."
(Amado - Vanessa da Mata)

terça-feira, agosto 19, 2008

Limpeza

Estou mais feliz hoje. De verdade. Dando passos importantes, me entendendo, me encontrando, me descobrindo... Importante demais... Só queria registrar.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Devoro-te

"...Grita que você me quer,
porque eu te quero também..."

Porque quando eu fico sem palavras, é que revoluções imensas vão acontecendo aqui dentro, e são tão fortes, e tão intensas, que me calam. E daí se nada faz sentido? E daí se não consigo descrever? Minhas palavras tem destino certo, pra quem sabe ler. Será que sabe? Queria sentir que sabe, porque isso me falta, essa vontade de me descobrir... Essa vontade de me desvendar, de me entender... Isso me faz falta, mas não sei demonstrar... Só tentar...

"...Um dia pra esses olhos sem te ver,
é como chão no mar
Liga o rádio à pilha, a TV,
Só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora.

Os meus olhos vibram ao te ver,
são dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder,
melhor te enxergar.

Passo as tardes pensando,
faço as pazes tentando te telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando
sem você desembarcar..."

(Luz dos Olhos - Nando Reis - se possível, ouça na voz deliciosa e forte da Andréa Martins da finada banda Canto dos Malditos na Terra do Nunca)

domingo, agosto 17, 2008

Gift

"...Quebra
Em pedacinhos o meu coração de pedra
Quebra
Em pedacinhos o meu coração e guarda
Guarda
Um pedacinho do meu coração contigo
Fica com ele como prova de amor..."

(Cazuza - Pedaço do meu coração)

sexta-feira, agosto 15, 2008

"...Nem sempre se vê..."

"...mágicas no absurdo..."

Numerologia

Fiquei até com medinho. Minha descrição quase que perfeita.

Você, em função da simbologia do 7 é percebida como estudiosa, culta e especialista em determinados assuntos de seu interesse. Pode ser vista como exótica, fechada e até mesmo tímida num primeiro contato. Na verdade, provavelmente goste de causar esse impacto a quem lhe vê, a quem lhe conhece, mostrando um ar misterioso, distante, seletivo, enfim, de ser uma mulher desconfiada e na defensiva.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Se você quer alguém sem defeito, eu é que não sou

"...Ficar parada, sem dar um passo, eu é que não vou
Ficar cansada dos seus abraços, eu é que não vou

Tenho tempo e tenho paciência, e mais que tudo
Te quero dentro da minha existência, de qualquer modo
Mesmo que falte, talvez bastante, eu é que não vou
Não vou me cansar antes, eu é que não vou

Tem gente que não deveria apaixonar-se
Alguns não deveriam dizer o sim
Mas não vejo outra saída, não quero passar a vida
Sem que essa vida passe através de mim

E quem se perde completamente, eu é que não sou
Quem esconde tudo que sente, eu é que não sou
Não vou mais pisar o freio, eu é que não vou
Andar com gente que é mais ou menos, eu é que não vou

Tem gente que não deveria ocupar-se
Com coisas que não conseguem nem planejar
Eu não vejo outra saída, não quero passar a vida
Pisando uma pedra e voltando-a pisar

Se você quer um amor perfeito, eu é que não sou
Se você quer alguém sem defeito, eu é que não sou

Eu não, eu não sou
Eu é que não sou
Eu não, eu não vou
Eu é que não vou..."

(Eu Não - No Voy A Ser Yo - Luiza Possi - Composição: Jorge Drexler/ Kevin Johansen - Versão: Moska)

terça-feira, agosto 12, 2008

Apego

Tem coisas que marcam. Hoje marcou, tipo aquelas ceninhas de final de filme, no horizonte, com as pessoas caminhando, felizes, os créditos subindo. Eu de observadora, claro. E a música que toca é bem essa aqui...

"Se quiser me trocar, devolver, se livrar,
basta não responder,
Não ligar se eu chorar assim sem porquê

Me deixa louco por saber que não estou
onde há pouco eu reinava, como num salão,
e éramos dois a rodar, e rodar, e rodar

Mas se era só por sofrer pra cantar
pra sofrer por cantar
eu te entrego esta minha canção..."

(Ludov - Dois a Rodar)

Sim, eu tenho ciúmes dos meus amigos. humpf.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Mil e uma considerações sobre o silêncio, uns versos rasgados, e um título gigantesco

E está tudo bem. Caminhando como deveria, nem muito depressa, nem muito devagar. Ele é fofo e querido, me trata muitíssimo bem, nos falamos várias e várias vezes por dia de várias formas diferentes. Ele sempre dá um jeitinho de me dizer uma coisa legal, daquelas que me fazem sorrir. Tento corresponder da mesma forma, não por obrigação, óbvio, porque quem me conhece sabe que por aqui as coisas só fluem quando são de verdade. Respondo porque me mobiliza, porque tenho vontade de dizer pra ele que estou feliz. Talvez a palavra certa seja surpreendida. Me surpreende esse tipo de mudança de paradigma. Enxergar alguém por tanto tempo de uma forma, e de repente conhecer de outro jeito, diferente, e tão melhor. Por alguns segundos tenho um pouco de receio de escrever demais por aqui, mas não é nada demais na verdade. É só o que está acontecendo, só a minha verdade. Na semana passada, por conta da minha cabeça meio oca e da volta ao trabalho, estava meio desconfiada, olhando para os lados, me questionando, analisando e pensando se era isso mesmo que eu queria. Depois do fim de semana, estou mais animada e certa, mais segura. Parece que as coisas estão mais estacionadas, mas analisando meu próprio comportamento na semana passada, percebo que é parte do movimento necessário. Nada está diferente, pelo contrário. Vamos com calma, ele pede, assim como eu mesma pedi há alguns dias. Melhor assim, apesar da minha tendência primitiva de mergulhar de cabeça, a cautela é sempre desejável. Me faz aprender um pouco. Estou em outra fase da minha vida e é tão nítido. Logo eu que sempre preferi os menininhos, ando me relacionando com rapazes mais da minha idade ultimamente. Ok, ainda são mais novos ou pouco mais velhos, mas a diferença não é mais tão gritante quanto antes. Amadurecimento? Talvez. Admito que é mais fácil lidar com os garotos "vinte". Mais leves, menos machucados, mais desencanados, mais divertidos. Mas os meninos "trinta" andam me mostrando que certa segurança e estabilidade também pode ser legal. Sou taurina, afinal, estabilidade sempre foi comigo mesmo. Andei analisando que a minha atração fatal pelos garotinhos sempre foi uma forma de boicote, sim. Boicote de relacionamentos mais sérios, boicote de compromisso, baixa auto-estima (sim, porque com os menininhos EU comando a parada, rs, é mais fácil assim, né?) Mas está legal, essa diferença pequenininha de idade com meu "querido" atual me mostra que estou mudando e que está me fazendo bem demais essa mudança. Mesmo sem e-mails e sem SMSs ainda por hoje, estou numa boa, tentando não questionar demais e criar problemas que não existem. Me pego lembrando de alguns momentos, só. Felizes, felizes... Me fazem sorrir. Queria falar, mas fico tímida. Porque me alegram tanto coisas tão pequenas e bobas. Coisas mínimas, detalhes corriqueiros, que fazem toda a diferença. Estou meio bobinha, há de se confessar... Vou tentar arrumar uma forma de falar sem assustar o moço e sem me expor demais na minha bobeira. Aguardem. Bacio.

"...Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo
(...)
Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo..."

(Adriana Calcanhoto - Uns versos)

terça-feira, agosto 05, 2008

Passou?

Curitiba foi bão demais...

"...Vai passar
Tudo um dia há de acabar
Vai passar, tudo passa

Vai passar
E enfim, pra terminar
Vai sorrir e achar graça

Vai sorrir
E achar graça..."

ai ai
tô achando graça mesmo
de tudo...
meu coraçãozinho batendo forte com cada mensagenzinha recebida...
calma, menina, puxa o freio de mão aê...

FELIZ FELIZ FELIZ...

pronto, parei. Juro!

Psiu

"...Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada..."
(Caetano - Vaca Profana)

Daí é assim, quando eu tô mal, páginas e páginas vão se preenchendo por aqui. Quando então fico bem, o silêncio fica pairando por esse lugar. Não é muito justo, mas pelo menos percebo nitidamente o quanto eu reflito mais sobre a minha tristeza do que sobre a minha alegria. Talvez seja um momento legal pra repensar isso.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Pêndulo

Daí quando a gente coloca tudo na balança, um lado sempre acaba pendendo mais que o outro. Assim é a vida, certo? Tô feliz... Odeio equilíbrio.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Sapo

"...Bobeou na crença, príncipe, volta ao seu posto de lenda..."
(Céu - Lenda)

Vício

Parafraseando Mary:

Pelo amor da deusa, quanto tempo falta pra novembro??????

Resposta: se minhas contas rápidas não me enganam, faltam inacreditáveis 121 dias
Tempo demais!
argh!

Quem VIVE em Hogwarts como eu (piadinha interna), praticamente não consegue esperar.

PS: Toda uma vibe X-Men, não? UOW!