sexta-feira, junho 29, 2007

Nerd Pride



Esse texto veio lá do meu antigo blog, foi escrito em 2003. Gosto dele. Resolvi publicar de novo, para não me deixar esquecer de quem eu sou e de onde eu venho. Os parênteses são observações minhas de hoje.

Eu não tenho quase nenhum amigo do colégio... (é mentira, restam alguns dos poucos e bons)Eu odiava meu colégio... As pessoas nunca gostaram muito de mim lá... As pessoas do colégio me achavam estranha, nerd, esquisita, feia, gorda, perdida no mundo, sem graça, sem jeito... Elas riam de mim... E elas colaboraram muito para o fato de eu também me achar tudo isso por muito tempo... E para que eu passasse grande parte da minha vida escolar tentando agradar, de alguma forma, para ser aceita...

É, eu sei... Cabeça fraca, cabeça de vento... Ingênua pra caralho... Mas na época eu não via assim... Estava até me achando esperta... Vê se pode...

Eu não sei qual era a idéia equivocada que eu tinha na cabeça... Mas eu queria estar entre os populares... Só que não rolava... Não era bonitinha, barbiezinha, não era interessante porque não era rebelde sem causa nem me dava bem com os esportes, não saía de balada, não gostava muito de me arrumar, era apaixonada platonicamente há anos por um menino que sequer sabia da minha existência e nutria um amor impossível por um amigo de infância que sabia que eu existia, mas me via como a irmãzinha mais nova dele (olha o pedestal-mor aí de novo. Carma da minha vida.)...

Mas eu consegui a atenção de uma pessoa da turma dos populares... Ela era linda, simpática, popular e nove entre dez meninos eram apaixoandos por ela... E era realmente minha amiga... Por mais que tenhamos brigado depois, eu sei que ela não foi falsa comigo, assim como eu não era com ela... Mas enfim... Depois que ela virou praticamente a minha melhor amiga, as coisas mudaram bastante pro meu lado...

Passei a ser notada... Não era mais ignorada... Pessoas passavam por mim e me notavam... Até que era boa a sensação de chegar na escola e cumprimentar as pessoas com bejinhos (nerds não cumprimentam com beijinhos na escola, é queima filme dar beijinho em nerd)... E de repente conhecer o menino pelo qual eu era apaixonada e descobrir que ele era uma pessoa normal e não o deus que eu imaginava... E passar a achá-lo sem graça... E de repente sair com os "populares"... E descobrir que eles são meio fúteis demais... Claro, não dá muito tempo de ser interessante... Eles tem tantas coisas na aparência deles para se preocupar que não sobra tempo pra mais nada...

Mas mesmo achando aquilo tudo meio estranho, sabendo que ali não era exatamente o meu lugar, mantive as aparências por um bom tempo... Me divertia "horrores" (sim, foi irônico) com aquela turma... Mas nunca fiquei com ninguém da escola... Nunca... Eu tinha um passado nerd e eles não esqueciam disso... Eles nunca iriam esquecer...

Quando fui estudar a noite, no terceiro colegial, as coisas mudaram, e muito... Mudamos pra noite eu e a minha amiga popular... Á noite eu não conhecia quase ninguém... Ninguém sabia da minha vida... Era tudo novo, uma página em branco pra escrever... E foi o melhor ano da escola pra mim... Não estava mais na cola de ninguém... Agora era eu... E eu era interessante... E um dos meninos mais bonitos da classe gostava de mim... Gostava mesmo, como eu gostava do menino sem-graça da manhã... Eu não fiquei com ele... Mas eu nunca vou esquecer do Cássio... Porque ele me ajudou a resgatar a minha auto-estima de uma forma absurda... Me ajudou a crescer e me descobrir como uma pessoa de verdade... Muito louco isso...

Eu queria voltar no tempo e Voltar pra escola com a minha cabeça de hoje... Pra mandar logo um foda-se para toda aquela futilidade... Pra sentar do lado dos nerds e conversar mais com eles, falar de RPG com eles, falar para eles que eles eram (e são!) muito mais maravilhosos, interessantes e legais do que aqueles meninos bonitinhos e bombadinhos que te olham por cima, torcendo o nariz, como se você não fosse nada...

Eu queria, mas é claro que isso nunca vai acontecer e é claro também que tudo isso fez parte do meu amadurecimento (tá, eu sei que eu ainda não sou madura, mas eu melhorei muito, hehehe)... E assim eu aprendi a respeitar minhas idéias e meus pensamentos, por mais que eles pareçam incomuns pra multidão de iguais...

Esse texto é dedicado para vocês... Du, Massa, Xande e Renê - (os nerds maravilhosos, fofos e muito queridos que estudavam comigo) Vocês não eram fracos como eu e não disfarçavam a sua condição de nerd para conseguir um pouco da atenção das pessoas... Se eu tivesse passado mais tempo da minha vida escolar com vocês, talvez eu tivesse entendido como as coisas funcionavam antes, muito antes... A gente não era tão amigo na escola, mas nos reencontramos depois e foi tudo de bom nessa vida!! Vocês ainda seriam meu grupo de RPG favorito se tivéssemos mais tempo... Mas não temos... Pena... Um beijo, meus queridos.

Ultimate modern neurotic woman



Depois de muito passear por avatares variados decidi escolher a imagem da Francine (da HQ Estranhos no Paraíso). Por vários motivos. Primeiro porque Estranhos no Paraíso é uma das histórias que eu mais gosto no mundo. Não espalhem por aí, mas eu costumo gastar dinheiro com esse vício, já que vivo comprando tudo o que eu encontro sobre Estranhos...

Em segundo lugar, me identifico profundamente com a Francine. Ela é extremamente passional e vive metendo os pés pelas mãos, além de ter vários probleminhas de auto-estima, confiança e etc. Além disso ela, assim como eu, tem extrema devoção pela Katchoo (outra personagem da HQ) e pode ser perigosa (risos) quando tomada pela raiva ou ciúmes.

No site oficial de Estranhos tem uma descrição muito legal da Francine:

"FRANCINE is sweet. You'd like her. She was the baby sitter you trusted, the worst clarinet in the school band, the cute girl who had a crush on you in high school but you were never interested because it was just too easy and she had no charisma. You wanted a cheerleader, Francine was a choir girl. She's taller than you would expect, and she always smells nice. Her upbringing gives her a sense of decency that anchors her life and paralyzes her with guilt.

She is heterosexual by nature, remember the All-American dream and all that, but the extraordinary events in her life lead her to Katchoo. Watching what she does with that is fascinating. Francine is just as multi-faceted as Katchoo, but far less confrontational, even with herself, hence the pleasant sidekick persona.

But when circumstances force her hand, Francine can be just as brave, angry, jealous, strong or mistaken as any woman. Interestingly enough, Francine never rises to the challenge on her own behalf, but always does so for Katchoo. She is the ultimate modern neurotic woman, capable of so much more but doing so much less."

Fonte: http://www.strangersinparadise.com

Pra ficar mais perfeito só quando ela tiver um filhote :op

O retorno



Ele voltou. O pedestal-mor. Apareceu num sonho. Igualzinho como sempre foi. Me seguia pela casa, por onde quer que eu andasse. Como uma sombra. Assombração. Muito real o sonho. Não gostei. Que permaneçam as 700 léguas de distância. Mais seguro e menos assustador.

quarta-feira, junho 27, 2007

Empacados



Só tem uma coisa no mundo que me irrita mais do que burrice: preconceito!!
O irônico é que eu odeio preconceito mas acabo sendo preconceituosa pacas com gente burra... Mas gente burra merece, né?
Entenda que é o burro que quer ser burro, não o burro que é assim por falta de oportunidades de estudar, de se informar, etc.
Agh, não aguento! Falto com o respeito mesmo...

domingo, junho 24, 2007

Interna



Já contei que o filho do dono da quitanda amava de paixão Stone Temple Pilots, né?
Carlinhos era incorrigível...

sábado, junho 23, 2007

ansiedade descontrol



Por que quando eu fico ansiosa o tempo demora a passar????
Por que quando eu espero uma resposta ela nunca vem????

Que agonia!!!!!!

Queria poder controlar essa minha ansiedade maluca....

sexta-feira, junho 22, 2007

Na boca do sapo



Chega a ser sexy essa música... E eu não tô brincando. Céu parece que canta no nosso ouvido... Ui...

"Tome tento
Fique esperto
Hoje não tem papo
Jogo-lhe um quebrante
Num instante
Você vira sapo
Bobeou na crença
Príncipe volta ao seu posto de lenda

Seu nome ri na boca do sapo
Sua boca...

Já tá feito
Tá mandando
O seu trono tá plantado
Fica acerca de mim
Seu nome na boca do sapo
Sua boca na minha
O resto é boi dormindo em história errada de carochinha"

(Lenda - Céu)

E se eu cantar baixinho?



Da última vez que comecei a contar essa história, não consegui terminar. Doeu, e eu parei. Vamos de novo, porque é preciso colocar pra fora para que se possa refletir.

Tudo começou porque eu simplesmente não conseguia ver aquele menino sempre triste e não fazer nada. Ele nem meu amigo era. Era só um conhecido. Mas estava magoado, eu sabia o motivo e queria ajudar. As nuvenzinhas. Sempre pretas, em cima de sua cabeça. E eu, tonta-mor, tinha vontade de fazer uma piadinha pra ver se ele se distraía um pouco. Às vezes dava certo, às vezes não.

Acontece que começamos a conversar mais por conta disso. Nada a ver com piedade, foi mais uma boa ação mesmo. Quis ganhar uns pontinhos no céu. Mal sabia onde eu estava me enfiando. Menino legal. Mesmo. Aí começou. Como o papo era bom, tinha vontade de conversar mais. Não lembro bem como as coisas se desenrolaram, foi devagar até, aos pouquinhos. Às vezes não tinha certeza se rolava da parte dele. Eu sou terrível. Nunca acredito que as pessoas possam gostar de mim.

Mas acabou que eu comecei a pensar nele. De leve, pisando em ovos, porque dava pra ver que aquilo não era lugar pra brincar. A velha regra. Namorado de amiga é mulher. Mas e ex-namorado, é o que? E como evitar o inevitável? Costumo pensar nessa história como uma noite perfeita seguida de milhares de momentos de pseudo-felicidade. Pseudo? Não sei, espera, vamos rever. Talvez felicidade pela metade. Porque ele nunca estava inteiro. Eu não sei porque eu aceitava, mas era realmente inevitável.

Era inebriante, lance forte mesmo, que eu não tô aqui pra brincadeirinha. Arrisco dizer que um dos mais fortes até hoje. Top 5 fácil. Talvez top 3.

Aquela noite, a primeira, não esqueço. Fui pedir permissão pra amiga. Que piada. Acho que eu tinha bebido um pouquinho a mais. Mas foi linda, aquela noite, Me senti genuinamente feliz. Um aniversário. Assim como na última vez. A bebida e o aniversário.

Não me orgulho desse último dia, não. Mas era preciso. Me perdoei por essa falha. Era preciso se despedir para que conseguíssemos continuar seguindo nessa vida.

A intensidade do lance mexeu comigo, fiz coisas que talvez não devesse, me abri demais, me declarei demais, escancarei demais, falei demais, fiz demais, me joguei de cabeça, fiz tudo, mas ele não conseguiu, ou não quis, ou preferiu não me acompanhar. Teve medo, talvez. Não de se envolver. Mas de perdê-la. Com toda razão. Quem sou eu pra julgar? Não poderia. Cada um tem suas razões, seus motivos, suas histórias.

Não ficaram mágoas, não. Diferente dos outros, ele pra mim é sempre uma “presença” agradável, suave, tranquila, que me faz bem mesmo. Apesar da distância, alguém que confio e que sei que me entende, ou pelo menos se esforça para... Saldo positivo, enfim. Ficaram lembranças de conversas intermináveis, de palavras suaves, de um fim de tarde no telhado. De andar de mãos dadas. Cafuné, ludov, ficar sem palavras... Stone temple pilots e abraços de tirar os pés do chão....

Eu ainda o amo. De um jeito diferente, é claro, mas não consigo deixar de amar. Não sei como me explicar. Mas acho que ele entende. Só ele, e mais ninguém. Tenho tanto medo de ser mal interpretada. Não passa, esse medo. Mas preciso assumí-los, medo e sentimento, para meu próprio bem.

"Não vou mais ficar aqui sem compreender...
Sei que tudo há de vir no seu devido tempo...
Quem me dera dar o mundo pra você
e um pouco mais de paz...

Mas hoje não será ainda o dia
em que seremos felizes...

Para sempre levarei comigo a sua dor
Para o caso de um dia você a esquecer
Se tudo parecer errado
E eu deixar poemas em seu gravador... Escuta!

Sei que às vezes dá vontade de gritar
Não vou mais ficar aqui no meu cantinho
Se eu falar bem alto todos vão me escutar
Mas e se eu cantar baixinho?

Mas, em seu ombro deixa eu chorar
até o dia em que seremos felizes...

Vou te pegar a mão
te levantar do chão
te levantar do chão..."

(O Dia Em Que Seremos Felizes - Ludov)

Enfeitando nosso amor

E já que tô falando do meu rádio hoje... Achei essa música tão fofinha, tão meiguinha. Tô me saindo uma grande e bela bocó mesmo.

"Se eu fosse algum rei, teu imperador
Eu ordenava, teu coração a gostar do meu
Inventava canções de rei,
Conquistava o teu amor,
Desobedeceria a lei,
Revelava quem eu sou
Te mostrava que só eu sei,
Onde tudo começou
Inventando canções de rei
Pra enfeitar o nosso amor..."

(Max Viana - Canções de Rei)

E tem dias que esse blog deslancha. Impressionante.

Esse tanto, esse tonto, esse tão grande amor...

Faz tempo que eu não interpreto nada, de poesia a canção... Mas hoje no rádio Dia Branco gritou pra mim. E quando é assim eu não escapo, não fujo, não deixo passar.
Dia branco fala do amor incondicional, sem pedir nada em troca, sem exigir nada. Que te darei se você vier comigo? Nada. Te darei o sol, isso se o sol sair. Ou a chuva, se ela cair. E mais nada. Mas se é pra vir comigo, tem que vir pra valer, pro que der e vier, pro que for... Não importa o lugar, o dia, se for dia branco ou o dia que for. Acho interesante não oferecer nada em troca, só o amor. Esse tanto, esse tonto, esse tão grande amor. Acho esse verso maravilhoso. Porque todo grande amor é mesmo um pouco tonto, de tão bom.

Enfim. Não sou mais a mesma, mas vou melhorar. Eu queria conseguir demonstrar a grandeza dessa música, mas é quase impossível. Só ouvindo mesmo. Com o Geraldo tocando e a Elba cantando ao vivo. Um sonho.

"Se você vier pro que der e vier comigo
Eu te prometo o sol... se hoje o sol sair
ou a chuva... se a chuva cair
Se você vier até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Um pedaço de qualquer lugar
Neste dia branco, se branco ele for
Esse tanto,
esse canto de amor...
Se você quiser e vier pro que der e vier comigo
Esse tanto, esse tonto, esse tão grande amor, grande amor...
Se você quiser e vier pro que der e vier comigo..."

(Dia Branco - Geraldo Azevedo)

quinta-feira, junho 21, 2007

Yellow Submarine



Atendendo a pedidos (por que diabos vocês vem até aqui e comentam por e-mail seus desnaturados!) vou detalhar mais a história do pedestal-mor.

A questão não é estar apaixonada. É lógico que não estou, longe de mim. Não por ele. A desgraça é a sensação de se ter um pedestal, que me agrada muito. Quando estou num relacionamento estável, tranquila e absolutamente feliz e realizada, como agora, sinto falta das dores e delícias de ser creep. Terrível, né? Não é da pessoa que sinto falta, é daquela sensação dolorida/divertida.

Sei que é maluquice, mas acho que não tem cura, fazer o que?

E ele está longe, bem distante mesmo, fora do país. Casado, assim como eu. Nada nada nada NADA a ver mesmo.

Mas vocês querem a história, né, bando de sádicos... Essa é complicada. Ele é a minha paixão de criança, sabe? Desde uns 10 anos. Era ele. The chosen one. Ele é uns dois ou três anos mais velho. Crescemos juntos, brincávamos juntos, passávamos as férias juntos.

Era um menino diferente, que me dava atenção e conversava comigo. Não era da escola, portanto não me achava nerd. Porque fora da escola eu era diferente pacas. Me abria mais. Não era tão freak. Sei lá, acho que me fechei na escola por conta de vários motivos... Mas essa fica pra outro post.

Enfim, era por ele que eu suspirava quando criança. Continuou assim na adolescência, até que ele arrumou uma namorada. Sofria horrores, chorava, achava que eles iam se casar.

Mas ele queria ser pedestal. Adorava. Incentivava a minha paixonite. Eu escrevia cartas de amor para ele, sonhava acordada, comprei o perfume dele e passei em todos os meus bichinhos de pelúcia e ficava lá sonhando, chorando. Quando passava na rua dele de carro com o meu pai o coração acelerava. É sério isso.

Éramos até que próximos. Se já existisse internet ele tinha virado meu namorado. Porque escrevendo, meu bem, não há concorrência para Kath. Mas ao vivo eu sempre fui pata choca.

A gente se falava pelo telefone. Quando ligava pra ele fazia listas de assuntos para não ficar sem falar nada. Era ridículo. Quando ele ligava meu coração quase saía pela boca e eu não conseguia falar nada. Ele sabia que eu era doida por ele e sempre me mandava cartinhas, cartões, escrevia nas minhas agendas de adolescente, me tratava como a melhor amiguinha, estávamos sempre juntos e tal.

Ah, sim, no telefone ele sempre desligava dizendo que me amava. "Beijo, tchau" "tchau... te amo..." Sempre tinha alguns segundinhos entre o tchau e o "te amo". E eu me arrepiava inteira, da cabeça aos pés. Eu tinha muita vontade de dizer que o amava, mas não conseguia responder, não tinha coragem. Um dia quando ele falou "te amo" eu disse "eu também"... Ele ficou mudo, não desligou... Fiquei ouvindo a respiração dele do outro lado e ele a minha. Depois ele riu. Não riu de mim, riu de feliz. "Que bom...", ele falou. "Que bom saber..." e desligou.

Ele era mau. Cruel, até. Nas férias, namorando, não desgrudava de mim. Fomos para a praia e a namorada não foi. Teve que fazer vestibular. (ela era um pouco mais velha). Eu passava horas fazendo cafuné no cabelo dele, e ele no meu. Deitávamos nas pedras olhando as estrelas. Ia com ele no orelhão ligar pra ela. Andávamos de mãos dadas. Mas nada aconteceu entre nós. Nunca. Cheguei a mentir para algumas amigas dizendo que já tínhamos ficado porque tinha vergonha de dizer a verdade.

Mas o mundo gira, minhas amigas. O namoro dele acabou. Ele sumiu um pouco, já não nos encontrávamos mais nas férias. Eu cresci e comecei a namorar também. Lembro até hoje do dia em que a minha prima me ligou dizendo que ele queria ficar comigo, que tinha conversado com ela, contado coisas. Mas pra mim já era tarde.

Daí quando ele realmente me quis eu estava em outra. Ele chegou a aparecer na porta da minha casa num aniversário meu com um buquê de rosas vermelhas nas mãos. Ajoelhou aos meus pés e disse que queria me namorar. De verdade. Nem nos meus mais românticos pensamentos eu imaginei que viveria uma situação dessas. Não com ele. Mas já estava cansada de ser feita de boba. Então eu tive o imenso e sádico prazer de dizer NÃO, OBRIGADA... Quer dizer. Fiquei com as flores, mas não com ele.

Tenho uma foto desse dia. Eu, ele e as flores. Ele com uma cara de frustrado e eu sorrindo. Nesse dia o abracei tão forte. O perfume nunca mudou. Como alguém consegue usar o mesmo perfume dos 12 aos 20 anos? Até hoje de vez em quando sinto esse perfume por aí...

Eu tinha 17 anos, faz mais de uma década. Nos vimos poucas vezes desde então. Ele ficou magoado, acho. Sentiu na pele. Daí ele sumiu, desapareceu mesmo. Não havia google que o encontrasse. Ninguém sabia do paradeiro dele. Achei que tinha morrido. Sério.

Não tinha coragem de perguntar pra ninguém por achar que iam pensar que eu ainda não tinha superado a paixão.

Mas ele me procurou. Faz alguns dias. Por um triz não deleto o e-mail. Mas uma luzinha se acendeu quando li o nome. Daí o frio na barriga. Não é todo dia que mortos revivem. Definitivamente. Ele tá bem, que bom, isso é o que importa. Foi uma pessoa importante na minha vida, um resgate do meu passado, do que eu fui e do que me fez ser quem sou eu hoje.

O título do post é porque ele sempre amou Beatles e Raul. Sempre estava cantarolando alguma coisa deles. Cantou algumas pra mim, mas essa é a que me pega. Se algum dia o pedestal-mor da sua vida cantarolar essa música enquanto faz carinho na sua mão em uma noite estrelada na praia você vai entender. Ah, vai sim.

"As we live a life of ease
Everyone of us has all we need
Sky of blue and sea of green
In our yellow submarine
We all live in a yellow submarine
Yellow submarine, yellow submarine..."

quarta-feira, junho 20, 2007

10 reais pelo msn da mary + as voltas dos pedestais que não foram

E não é que de repente, um a um, eles foram reaparecendo? Saindo dos cantos mais obscuros, dos lugares mais ermos. Um aparece no orkut, outro no msn, outro eu encontro sem querer no corredor do trabalho. Um a um. Todos eles. Os caras que eu mais fui afim/gostei/fui apaixonada. Os pedestais-mor.
Não sei se comemoro ou se fico preocupada. Será que eles se juntaram para planejar um retorno conjunto? Será que devo me prevenir com creeptonita? Que mundo é esse, meu Deus?
E tem um, unzinho deles, que me fez sentir um friozinho na barriga rápido e rasteiro. Mas fico eu aqui tentando enfiar na cabeça que foi o susto. Ah, só pode ser!

PS: Pô, Mary, que coisa, eu odeio ODEIO esses testes malditos!! Eu chuto tudo e erro sempre. Humilhação pública total e eu sem nem um jeitinho de responder por conta do desaparecimento dos seus comentários! Socorro! Doc de 10 reais pra quem me passar o msn da Mary agora! Bandida, deixa eu te pegar! rs rs rs

terça-feira, junho 05, 2007

Nasal sensual

Meu chefe vocês já conhecem de alguns posts atrás. Mala. Sem alça. E burro, ainda por cima. Praticamente persona non grata no mundo de Kath. E daí que o infeliz hoje me entra na sala e berra, a plenos pulmões: "Gente, vejam quem eu trouxe para apresentar pra vocês!" Demoro três segundos pra olhar porque a vergonha alheia já me corrói. Mas olho. Era o Juca Chaves. Ai, meus sais, eu mereço o Juca Chaves na minha sala? Veio, deu beijinho e tudo mais. Devia estar vermelha de vergonha. Pra complementar vira meu chefe e fala pra ele que eu estou tentando desmamar meu filho... De onde meu chefe tirou isso? O que o Juca Chaves tem a ver com isso? Ainda saí por cima. Falei, a la Relze, minha ídola, que ia dar mamá pra ele até ele entrar na faculdade... Por que eu falei isso pro Juca Chaves? Socorro, preciso de férias. Não. Meu chefe precisa urgentemente de férias. Bem longe, bem longe mesmo de mim.

Sempre

Ai... Por que eu sou assim, tão incorrigível?

"Sempre...
Eu te contemplava sempre
Feito um gato aos pés da dona
Mesmo em sonho estive atento
Para poder lembrar-te sempre
Como olhando o firmamento
Vejo estrelas que já foram
Noite afora para sempre

O teu corpo em movimento
Os teus lábios em flagrante
O teu riso e teu silêncio
Serão meus ainda e sempre

Dura a vida alguns instantes
Porém mais do que bastantes
Quando cada instante é sempre"

(Sempre - Chico Buarque)

Dura na Queda

Essa música, que eu amo, já foi por muito tempo a minha descrição no orkut. Me traz uma coisa tão boa, essa música. Me faz lembrar do Rio. Mas acho que ela não consegue me descrever mais... Talvez ela seja mais uma pessoa que eu gostaria de ser do que alguém que já exista dentro de mim. De qualquer forma, resta ler e tentar me inspirar...

"Perdida
Na avenida
Canta seu enredo
Fora do Carnaval
Perdeu a saia
Perdeu o emprego
Desfila natural
Esquinas
Mil buzinas
Imagina orquestras
Samba no chafariz
Viva a folia
A dor não presta
Felicidade sim
O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas

Bambeia
Cambaleia
É dura na queda
Custa a cair em si
Largou família
Bebeu veneno
E vai morrer de rir
Vagueia
Devaneia
Já apanhou à beça
Mas para quem sabe olhar
A flor também é
Ferida aberta
E não se vê chorar
O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas..."

(Dura na Queda - Chico Buarque)

sexta-feira, junho 01, 2007

E lá se foi o último grão

Não foi ruim não, apesar da minha falta de jeito. Fiquei feliz. E tudo deixou de existir. Assim, num piscar de olhos... E eu recomendo essa música. Por favor, baixe, ouça. Lembre de mim.

"Tá na minha frente
Não se perturbe, verdade é pra falar
Sei que vai morrer um pouco
Mas ainda há tanto pra lembrar
O teu sorriso lindo, indefinido
Suas mãos tão quentes atravessando o meu vestido

Palavras que falávamos simultaneamente
No meu ouvido o teu discurso indecente

Às vezes o amor
Escorre como areia entre os dedos
Não tem explicação para tantos erros
É melhor partir
Antes do último grão cair

Eu e você, podia ser
Mas o vento mudou a direção
Eu e você e essa canção
Pra dizer adeus ao nosso, ao nosso coração"

(Último Grão - Isabella Taviani)