quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Nobody wants my love

Pra você, amiga.
E pro seu coração meio peludinho.

Sempre achava que era culpa dela. Tinha tanto, tanto, tanto para entregar. Todo o conjunto das faculdades afetivas. Generosidade, companhia, sentimento e pressentimento. Poesia e um colo, sempre ali, pra qualquer que fosse o momento. Mãos estendidas, firmes, sempre. Olhar tranquilo, de quem sabe disfarçar a ansiedade que corrói. Mas simplesmente nunca dava certo. Nunca e nunca. Daí que, com o tempo, e com aquela sucessão de desentendimentos, de tombos, de erros, seu coração se tornara magoado. E ela sempre achava que era culpa dela. E era.

"In the absence of your love
And in the absence of human touch
I have decided
I'm throwing my arms around
Around Paris because
Only stone and steel accept my love

In the absence of your smiling face
I travel all over the place
And I have decided
I'm throwing my arms around
Around Paris because
Only stone and steel accept my love

I'm throwing my arms around
Paris because nobody wants my love
Nobody wants my love
Yes, you've made yourself plain
Yes, you've made yourself very plain"

(I'm Throwing My Arms Around Paris - Morrissey)

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Sobre encontros e desencontros

"(...) Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
- E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
- Mas não seria natural.
- Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
- Natural é encontrar. Natural é perder."

(Caio Fernando Abreu)

Eu sei, eu sei. Que eu te acho todo enigmático, mas tem horas que também não deve dar pra entender nada do que se passa aqui na minha cabeça. É porque as coisas mais sutis mexem comigo de forma tão intensa que às vezes é complicado acompanhar o movimento. Um rápido diálogo de um filme, um trecho de música tocada no momento certo, uma frase solta, um olhar diferente, o tom de voz mudado, alguma coisa que eu não entendo muito bem, ou acho que entendo, e não era nada daquilo, qualquer coisa pode fazer mexer e revirar tudo aqui dentro, e eu fico meio confusa. E então o movimento natural que eu busco, é o de confirmação. Confirmar se é isso mesmo, se você continua por aí, se as coisas ainda são as mesmas, se você ainda quer dividí-las comigo, ou se de repente algo saiu errado e mudou tudo. É insegurança, eu sei, mas é meu jeito. Pode parecer bobagem, mas é bom demais ter essa sua confirmação nesses momentos. Ver você achando graça da minha preocupação, da minha confusão, e me apertando forte, muito forte, que é teu jeito de me falar sem ter que dizer nada. Ter você perto de mim sempre assim, me abraçando forte e dizendo mesmo sem palavras que ainda está tudo bem, é tudo o que eu mais preciso nesse mundo, pode ter certeza. Obrigada pela paciência sempre. Eu amo você.