segunda-feira, março 30, 2009

Velocidade da luz

"...Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado no espaço.
E volto sem olhar pra trás
No escuro do céu
Mais longe que o sol
Perdido num planeta abandonado
No espaço..."

(Busca Vida - Paralamas)

Desigual

"Verdade, eu tinha qualquer coisa assim como andar de costas, quando todos andam de frente.

Qualquer coisa como gritar quando todos calam.

Qualquer coisa que ofendia os outros, que não era a mesma deles e fazia com que me olhassem vermelhos, os dentes rasgando as coisas, eu doía neles como se fosse ácido, espinho, caco de vidro."

(Caio Fernando de Abreu - O inventário do irremediável)


Seria mais fácil sim, seguir a maré. Fazer tudo como os outros, sem questionar, sem me perguntar se gosto, sem me perguntar se verdadeiramente faz sentido pra mim. Somente seguir, e ser igual, e não diferir, e não buscar o que realmente mexe comigo, o que realmente me importa. Eu sei que é mais fácil, porque já estive lá do outro lado. Já fui boazinha, já obedeci, já fui a boa menina. Mas me matava por dentro, enquanto fingia sorrir por fora. Me diminuía e oprimia, porque me fazia negar minhas verdades. As asas brigavam aqui pra sair, pra me libertar. Mas ficar calada e seguir com a multidão evitava confrontos, e evitava ter que ficar o tempo todo me explicando pra todo mundo, algo que me cansa e tira minhas energias. Hoje não aceito mais, me libertei do casulo, mas ainda morro um pouco quando alguém me aponta o dedo e mostra minhas asas pretas, diferentes do colorido habitual. Choca as pessoas. Elas se ofendem, e eu nem sei direito porque. Porque verdadeiramente não me ofendo com o movimento das asas delas, nem com suas cores, suas nuances. Cada um é livre e sabe de si, de suas verdades, de suas necessidades, do tom das suas asas. Cabe todo mundo aqui, embora às vezes não pareça...

"...Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto – se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos, num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia. Mesmo assim, insisto..."
(Caio Fernando Abreu - Fotografias - Morangos mofados)

quinta-feira, março 26, 2009

Mercuriocromo

Do Personare:

"Entre os dias 26/03 (Hoje) e 02/04, você estará vivendo o seu aniversário de Mercúrio! Esta é uma fase de valor singular, pois é quando o planeta Mercúrio completa um ciclo revolutivo em torno do Sol, voltando para a mesma posição em que estava no momento em que você nasceu. Este momento é traduzido como uma fase de renovação da mente, de redefinição das suas prioridades no que diz respeito a objetivos e empreitadas de curto e médio prazo. Sua mente fica poderosa nesta fase, de modo que lhe parecerá mais fácil chegar a conclusões a respeito dos problemas que você tem para resolver. O aniversário de Mercúrio é uma fase em que novas idéias transbordam, nos indicando novos caminhos. Aproveite!"

Viva!!!! Pode deixar!
:o)))

segunda-feira, março 23, 2009

True love Waits

Eles tocaram mesmo um pedacinho!! Eu não tô maluca, não sonhei, nem a dor no corpo, o cansaço e a perplexidade me fizeram imaginar a música!! Viva!!!

"...I'm not living
I'm just killing time
Your tiny hands
Your crazy kitten smile

Just don't leave
Don't leave

And true love waits
In haunted attics
And true love lives
On lollipops and crisps

Just don't leave
Don't leave..."

(Radiohead - True love Waits)

Rain down on me



Set Lists de ontem... *_________*
Que show, gente, que show...
To quebradaça mas valeu cada segundo... Mas CADA segundo mesmo... Nos silêncios e nas gritarias...

Los Hermanos - showzinho gostoso mesmo, passou super rápido, só as músicas que todo mundo canta junto, entraram adiantados, estávamos num lugar tranquilo, dava pra ver tudo... Adorei... Belo esquenta! Melhores momentos: "Assim será" (minha favorita), "Sentimental", "Morena", "Retrato pra Iá iá" e "Casa pré-fabricada".

Set List

01. Todo carnaval tem seu fim
02. Primeiro andar
03. O vento
04. Além do que se vê
05. Condicional
06. Morena
07. Do sétimo andar
08. A outra
09. Cara estranho
10. Deixa o verão
11. Assim será
12. Cher Antoine
13. O vencedor
14. Retrato para Iá Iá
15. Casa pré-fabricada
16. Último romance
17. Sentimental
18. A flor

Kraftwerk - impressionante, os caras mal se movimentam no palco mas fazem chover lá em cima... O melhor de tudo, além de Autobahn, foi "The Robots". Gostei de Radioactivity também, com efeitos de luzes maravilhosos... Não vimos as duas últimas músicas porque era hora de começar a se movimentar para frente na espera do Radiohead. Copiei o set list do G1, mas como não conheço direito pode ter algum errinho heim? rs

Set List

“Intro”
“The man-machine”
“Planet of visions”
“Numbers”
“Computerworld”
“Tour de France”
“Autobahn”
“The model”
“Les mannequins”
“Radioactivity”
“Tee”
“The robots”
“Aerodinamyk”
“Musique non stop”

Radiohead - Nossa, que emoção! Fomos o mais pra frente que conseguimos pela lateral. Perdemos um pouco a visão dos telões centrais mas achei o lugar muito bom, via o Yorke perfeitamente (insira coraçõezinhos aqui - pq ele é muito fofo! Vide aquela carinha encarando a câmera em You and whose army, rs). O show é lindo, em alguns momentos me pegava embasbacada olhando aquilo tudo tão de perto. Aquelas luzes, o som (perfeito!), galera meio em transe, uau... Muito louco. O público estava ótimo, os caras da banda super simpáticos, e quando ninguém mais esperava eles ainda voltaram para um terceiro bis... Maravilhoso!!! Melhores momentos pra mim: 15 Step, There There, Fake Plastic Trees, Paranoid Android, Karma Police, Lucky, Nude e o final com Creep, porque realmente enganou todo mundo, ninguém esperava o terceiro bis... Pontos ruims: a dor nas costas do final, a saída super bagunçada e o fato de que faltou No surprises e Airbag.... Mas nossa, como tô feliz!!!

Set List

“15 step”
“There there”
“The national anthem”
“All I need”
“Pyramid song”
“Karma police”
“Nude”
“Weird fishes/ Arpeggi”
“The gloaming”
“Talk show host”
“Optimistic”
“Faust arp”
“Jigsaw falling into place”
“Climbing up the walls”
“Exit music”
“Bodysnatchers”

Primeiro bis
“Videotape”
“Paranoid android”
“Fake plastic trees”
“Lucky”
“Reckoner”

Segundo bis
“House of cards”
“You and whose army”
“Everything is in the right place”

Terceiro (!) bis
“Creep”

sexta-feira, março 20, 2009

Dor de amor

Perdido na caixinha, um e-mail de um amigo lá em 2005:

"Acho que tenho mania de pegar pesado com vc....
Desculpe se te dou uns trancos de vez em quando....acho que faço isso por que gosto de vc.....é estranho.....lembra na escola quando os meninos puxavam seu cabelo para te chamar a atenção???
Acho que é isso..."

Me fez sorrir. O amor se manifesta das maneiras mais improváveis, às vezes.

An airbag save my life

Thanks, airbag, tô pronta pra salvar o mundo de novo... E de novo. Sempre.
Em contagem regressiva pra ver Radiohead \o/

"In the next world war
In a jackknifed juggernaut
I am born again

In the neon sign
Scrolling up and down
I am born again

In an interstellar burst
I am back to save the universe

In a deep deep sleep of the innocent
I am born again

In a fast german car
I'm amazed that I survived
An airbag saved my life

In an interstellar burst
I am back to save the universe

In an interstellar burst
I am back to save the universe..."

(Radiohead - Airbag)

quinta-feira, março 19, 2009

Problema Técnico

"Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível. Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?"

(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, março 18, 2009

Simplesmente me abrace

"E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti..."

(Sutilmente - Samuel Rosa / Nando Reis)

segunda-feira, março 09, 2009

Batismo

Meus bichinhos de pelúcia foram rebatizados.
Tive a brilhante idéia enquanto ria sozinha da implicância (divertida) que meu querido namorado tem diante de minhas tendências políticas.
Acho que ele vai adorar! Né amore? :o)
Ainda mais porque foi ele quem me deu cada um dos bichinhos!

A tartaruga Caracol chamará Caracol Marx
A gatinha Beth será Beth Engels
A simpática vaquinha Mumu será Mumu Lenin.
Chamarei o burrinho sem nome de Che, o que deve agradar o querido pela analogia.
(Mas todos nós sabemos que eles são os animaizinhos mais inteligentes :o))

Ontem ganhei um gatinho preto lindo, que segundo Samuel se chama "O jornalista"... (vai entender esse menino)...
Daí ficou "O Jornalista Trotsky"

Fidel e Prestes aguardam na lista de futuros nomes.
Lindo, né?

AMO VOCÊ, sabia?

Little boxes

Eu tenho as minhas caixinhas. Que podem ser chamadas como vocês preferirem. Gavetinhas, arquivinhos, departamentos, buracos, espaços... Nessas caixinhas, eu despejo pessoas. Eu arquivo essas pessoas. E esqueço delas. Quando elas me fazem sofrer de alguma forma, são colocadas nessas caixas e arquivadas. É como uma proteção, um lugar seguro, um jeito de me prevenir de mais dor. Mas as chaves ficam por aí, meio largadas. De vez em quando eu tropeço nelas, e isso me faz encontrar a caixinha correspondente. Por vezes é preciso remexer o conteúdo, o que implica em reviver certas coisas que seria melhor esquecer. Estou tentando abolir as caixinhas. Faxinão mesmo. Não sei se vai rolar, mas acho que pode até ser uma boa idéia. Se eu conseguir lidar com a poeira, as teias de aranha, os espirros, a irritação que tudo isso vai causar. O problema é que não sei bem por onde começar. Talvez pelo começo. Pelas rebarbas, diz a psicóloga. Vou tentar.

"...Little boxes on the hillside
Little boxes made of ticky tacky
Little boxes
Little boxes
Little boxes all the same
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same"

("Little Boxes" - Malvina Reynolds)