sábado, novembro 15, 2008

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Carta do dia: A Estrela

"Há momentos em que somos testados a manter uma fidelidade a uma postura mais sublime, em termos de reação ao mundo que nos cerca. A Estrela, significante de conselho para este momento em sua vida, vem sugerir a necessidade de cultivar a esperança como uma forma de manter acesa a sua luz interior. Ainda que os elementos concretos lhe desafiem ou lhe forneçam sinais negativos, é a sua postura de pensamento positivo que lhe permitirá superar os obstáculos. Procure manter o alto astral, a postura positiva e não desanime. Atue de forma clara, aberta, sem joguinhos, e no mínimo as pessoas lhe darão o maior valor!"

É, vamos ver... Porque eu acho que é bem aí que tá pegando mesmo... No valor que me dão... Tem horas que me entristece um pouco ver que as coisas não voltam da mesma forma que vão... Mas com certeza voltam na mesma intensidade... Positiva ou negativa, a força é a mesma, sabem? Tem horas que me cansa um pouco, daí tenho vontade de parar mesmo, ficar na minha, fechar a lojinha um pouco, colocar o pé em cima da mesa e refletir... Em alguns dias é momentâneo... Hoje, por exemplo, não será... Nem sei se vai passar... Às vezes algumas coisas que acontecem me fazer colocar um pequeno asterisco mental ao lado de certas pessoas, sabem? Uma pequena marca, uma lembrança. Não é mágoa, nem tristeza, nem nada, é só uma marca... Algo como: vá com calma por aqui, cuidado, porque o terreno é incerto, pode machucar, pode ser ruim pra você ir com tanta fúria, tanta sede. Claro que não é algo saído do nada... Funciona como uma conjunção de fatores que levam a isso. E nesse caso agora foi. Tá marcado. Pra apagar isso... Vixe, acho que ainda não aconteceu... Ou pelo menos não me lembro agora, ou foi tão gradual que eu nem percebi... Mas uma coisa é fato... É difícil deletar... Uma pena, mesmo. Putz, que pena, meu... Mas é assim que funciona no meu mundo. Você vai até um certo ponto, e terá toda a minha entrega, minha verdade, minha atenção, dedicação, minhas palavras, meu carinho, meu ombro, tudo, tudo mesmo... Entrega total... Mas... Passando do meu limite, não rola mais. Porque eu não deixo mesmo. E talvez não deixe nunca mais. Entra uma barreira estranha, uma proteçãozinha mesmo. É como uma daquelas cercas de espinhos... Ela cresce entre eu e a pessoa, e eu não sei muito bem lidar com ela. Não vejo mais alguns aspectos, não enxergo certas coisas... A pessoa sai do meu foco, e passa a ser aquela do lado de lá da cerca. E é involuntário esse meu afastamento. Quase defesa... Porque é engraçado, ela começa a ME machucar também. Já vi acontecer algumas vezes... Quando tento voltar atrás, sabe? Machuca. Dói, e me arrependo de tentar... Porque me lembro, sei lá... Daí bloqueia tudo. Não sei se estou sendo subjetiva demais. Talvez. Mas precisava registrar o asterisco. Que não deixa também de remeter à estrela da carta. Engraçado isso. Muito engraçado. Se não fosse triste. Mas tudo bem. Cada um sempre receberá e terá o que merece. Ponto. Desculpaí (não literalmente, mas ironicamente), mas eu sinto que mereço mais, bem mais... É bom ter essa noção, sabe? De que eu mereço mais e ando recebendo menos. Quase que um milagre dentro daquela mocinha de auto estima meio baixa. Mas é tudo parte de um processo. De entrega, de confiança, de desejos comuns. Não dá pra forçar, não dá pra atropelar os desejos de uma outra pessoa. Não dá pra chegar e se instalar, se o lugar ainda está meio sujinho, meio esquisito, com um cheirinho de mofo pairando no ar, manjam? Eu já limpei quase tudo aqui. O que resta é o normal, o natural, aquilo que eu acho que nunca vai sair mesmo. Mas até gosto. É como o álbum de fotos antigas, uma caixa de sapato com cartinhas e flores secas, as lembranças de dias bons, uma ou outra musiquinha aqui ou ali. Essa parte quase inofensiva da coisa toda. Quase, eu disse... Nunca será totalmente inofensivo. Mas voltando às limpezas internas de cada um, nem é reclamação isso. Não mesmo, porque cada um precisa do seu tempo pra sair do porão e chegar ao sótão. Eu ainda nem cheguei. Tô no segundo andar, mas ainda não é sótão. Tem fantasmas no sótão. E eu só consigo subir se me derem a mão. Menininha, né? Eu sei... Quase sempre, na verdade. Mas não nesses casos. Tecnicamente não muda quase nada. Só surge o asterisco mesmo, que traz a cerca. Que me lembra de parar de esperar, pra quem sabe começar a se surpreender. Pode ser, né? Por que não? Eu sei, eu sei que o meu ritmo é outro. (escuto a voz da minha terapeuta falando, rs). Ainda bem, ela diz. Que bom! Pra aprender, pra entender, pra exercitar meus desejos, pra conhecer coisas diferentes. Estou aberta, eu juro. Mas doer também não dá. Porque não vou deixar mesmo. Me recuso a ficar sofrendo. Via de mão dupla, sempre, aquela regra básica. Interpretações cruéis à parte, sempre gosto mais da minha versão mulher. Essa menininha vive metendo os pés pelas mãos, mesmo. Daí a pré-balzaca se enche e assume o comando. Pega o manche, abre o mapa e diz: pra lá, com toda força, apontando uma direção aleatória. Será que vai sobrar alguém no barco? rs... Pronto, segui totalmente o conselho da carta. Mais clara do que isso eu não sei ser. Porque me constrange. E absolutamente não é jogo. É só a minha forma de comunicação habitual mesmo. Lê quem passa por aqui, entende quem quer, questiona quem se interessar. E aí é que está a razão de toda essa novela. A falta de interesse, de vontade, de entrega... Aquilo tudo que me motiva e faz as borboletinhas se mexerem aqui no estômago. Bom, chega, né? That´s all, folks...

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