quarta-feira, março 30, 2011

Again, and again...

"Existe aqui uma mulher
Uma bruxa, uma princesa
Uma diva, que beleza!
Escolha o que quiser
Mas ande logo
Vá depressa
Nem se atreva
A pensar muito
O meu universo
Ainda despreza
Quem não sabe
O que quer...

Meu coração
Eu pus no bolso
Mas apareceu um moço
Que tirou ele dali
Não!
Isso não é engraçado
Um coração, assim, roubado
Bate muito acelerado...

Devolve, moço
Devolve, moço
O meu coração
No bolso..."

(Ana Cañas - Devolve, moço)

sexta-feira, março 11, 2011

Mil vezes

"É tão difícil de explicar. A dor de vê-lo sofrendo por ela é a mesma dor que eu sinto aqui quando sofro por ele. Difícil de explicar quando tudo dói. Vê-lo com ela dói, e vê-lo sem ela também dói, pois a tristeza dele é também a minha. Assim fica fácil de entender o que quer dizer aquela história de que quando a gente gosta de verdade de alguém, queremos ver a pessoa feliz. Eu quero ver ele feliz, por mais que eu sofra ao acompanhar de camarote o "casal perfeito". Mas fazer o que, mil vezes prefiro ele sorrindo, mil vezes, mil vezes."

(texto na minha agenda no mesmo janeiro de 1992)

quinta-feira, março 10, 2011

Nós

"Eram mais de dez da noite e eu estava sentada sozinha na mesa* pensando sobre o que escrever aqui. Deitei a cabeça e fiquei mordendo a caneta, procurando as palavras. S.** chegou em silêncio, e encostou a mão no meu ombro, que está completamente ardido do sol. Reclamei, e ele sentou do meu lado. Um sorriso lindo, com aquelas bochechas vermelhas. Meu coração bateu tão forte que quase saiu pela boca. Fiquei com o rosto virado para o outro lado, sem me mexer. Ele começou a passar a mão no meu cabelo. Fiquei morrendo de vergonha porque está tudo embaraçado***. Tentei fazer ele parar, reclamei, mas ele me mandou ficar quieta e começou a desembaraçar cada pedacinho do cabelo. Fiquei paralisada. Não conseguia falar nada. Só fechei os olhos e fiquei ali, sentindo aquela presença. A melhor e a pior sensação das férias. Misturadas."

(texto da minha agenda em janeiro de 1992)

*Era uma daquelas mesas de madeira com bancos únicos de cada lado, enormes, antigos.
** Já citado neste blog anteriormente como pedestal-mor
*** culpa da mistura de areia, mar, sol e vento com a minha falta de jeito para cuidá-los.

Isto é o que você ganha

"...Karma Police, arrest this man, he talks in maths
He buzzes like a fridge, he's like a detuned radio


Karma Police, arrest this girl, her Hitler hairdo, is making me feel ill
And we have crashed her party

This is what you get, this is what you get
This is what you get, when you mess with us

Karma Police, I've given all I can, it's not enough
I've given all I can, but we're still on the payroll

This is what you get, this is what you get
This is what you get, when you mess with us

For a minute there, I lost myself, I lost myself
Phew, for a minute there, I lost myself, I lost myself

For a minute there, I lost myself, I lost myself
Phew, for a minute there, I lost myself, I lost myself..."

Ácida




"She turned away, what was she looking at?
She was a sour girl the day that she met me
Hey, what are you looking at?
She was a happy girl the day that she left me

She turned away, what was she looking at?
She was a sour girl the day that she met me
Hey, what are you looking at?
She was a happy girl when she left me

What would you do?
What would you do if I followed you?
What would you do?
I follow!

Don't turn away, what are you looking at?
He was so happy on the day that he met her
Say, what are you looking at?
I was a superman, but looks are deceiving

The rollercoaster rides a lonely one
I paid a ransom note to stop it from steaming
Hey, what are you looking at?
She was a teenage girl when she met me

What would you do?
What would you do if I followed you?
What would you do?
I follow!

The girl got reasons
They all got reasons

What would you do?
What would you do if I followed you?
What would you do?
I follow!

Hey, what are you looking at?
She was a happy girl the day that she left me
The day that she left me
The day that she left me"

(Sour Girl - Stone Temple Pilots)

E então... O que será que você faria se eu te seguisse?

terça-feira, março 08, 2011

Não fará sentido



Não sei nem por onde começar. Conversa truncada, que me fez pensar tanto, tanto. Daquelas conversas que a gente nem sabe mais contar direito e repetir. A coisa que mais detesto é a superficialidade. Preciso me forçar para sair dela, porque mergulhar mais fundo sempre foi minha prerrogativa. Sempre precisei ser assim, e por isso morro de medo quando não acontece. Porque parece que quem aparece ali não sou eu, e sim quem eu deveria ser. O que se espera que eu seja, o que se espera que eu faça. No meu nível mais superficial, é assim que eu me mostro. Mas aperta, pra ver. Eu sei que está tudo absolutamente confuso, mas como não envolve só a mim, é impossível expor com todas as letras. Impossível eu declarar tudo que foi falado, mas envolve muitas coisas importantes. Decisões definitivas, e coisas como "até onde você seria capaz de ir?". Eu sei até onde posso ir, mas não sei se me acompanham, e então minha atitude se invalida. Ele me diz muitas coisas sem falar, e muitas vezes fico perdida, tenho dúvidas sobre como ele se coloca, sobre o que eu deveria esperar, e sobre o que eu não deveria. Queria ter a conversa gravada, para poder revê-la. Mas tem coisas que eu consigo lembrar. Uma delas é: "O que você fez até agora?", o que me diz que eu não fiz nada, embora me sinta fazendo muita coisa. Outra coisa importante é "penso nisso para daqui uns anos, ou melhor, nem penso, porque agora é impossível", e outra importante é "sou difícil, sou "certinho"", sem que eu consiga entender exatamente o que essa definição me mostra. O que é ser assim tão certinho? É se considerar certo? Eu estou errada? Estou certa da minha maneira de ser certinha? Difícil, fico extremamente confusa. Nossa, que dificuldade. Não nos afastaremos, embora as coisas se afunilem, embora eu não possa mais bater na minha tecla de sempre - e tenha prometido que não o farei mais. Também não tomei a decisão definitiva porque nitidamente ele não bancou por ela - e não o culpo por isso, de coração. Gosto da sinceridade, entendo a forma como ele me diz as coisas, sem dizer nada, sei que assustei, que pressionei, que talvez tenha apertado ele demais, mas eu precisava. Precisava dizer coisas que estavam entaladas e que inevitavelmente seriam ditas em momentos errados depois. E assim fomos, foi uma boa conversa, me lembrarei de mais partes dela provavelmente, é engraçado como na hora tudo parece fazer muito sentido, mas depois muitas sequências se perdem. Letgal lembrar de algo que ele nunca havia antes falado, que é a minha escolha mesmo sabendo das dificuldades que isso acarretaria, coisa que ele considera minha responsabildade, e da qual não fujo, embora eu não soubesse que o problema era assim tão grave - e se soubesse, meu deus, tinha evitado a todo custo isso tudo, de coração. O fim foi bom, mas tenho medo às vezes de ser só isso, de ser "superficial", mas aparentemente essa é a forma que ele tem de me dizer tudo o que ele quer, e respeitarei. Esse é o texto mais confuso de todos os tempos, mas ele faz tanto sentido pra mim que ninguém mais poderia mesmo compreender. É um sentido só nosso, e isso é o principal. Precisava registrar, a minha memória de peixe aliada ás férias da terapeuta me deixam quase em desespero para resgatar certos momentos importantes, como se eu pudesse deixá-los escorrer entre os meus dedos se não registrasse com a ajuda de algo externo. Tudo começou por conta da despedida, mas acho que deixei claro que a única coisa que eu quero é poder estar perto dele, o máximo que eu puder. Desculpem as palavras truncadas. Volta logo, Nara! :)

quarta-feira, março 02, 2011

Sobre maldades e sobre meus meninos

Estou triste e decepcionada. Mas não tenho muito o que fazer. Não posso obrigar as pessoas a serem minhas amigas, e também não posso obrigá-las a gostar de mim. Mas a tristeza vem da certeza de que nada fiz de errado e de que estou sendo incompreendida mesmo, pré-julgada, e que não há esforço e sequer tentativa de conciliar, mesmo com minha disposição. Estou assustada porque comigo em geral é tudo muito preto no branco. Não faço joguinho. Não finjo. Não ando com gravadorzinho embaixo da blusa posando de boa moça, criando provas a meu favor. Não faço tipo. Não foco na razão deixando o coração do lado de fora da porta. Não atuo nem repito falas decoradas. Não sou irônica tentando parecer gentil. Quando gosto, gosto muito. Me entrego e me devoto. Quando desgosto, é sempre muito nítido, sem rodeios. Essa atuação toda me assusta, porque é algo falso demais, montado demais para o que eu estou acostumada a vivenciar. Tenho medo do que vejo, tenho medo do que esse tipo de pessoa faz com outras a sua volta. Na verdade já sabia de algumas coisas, mas agora é como um diagnóstico fechado. Agora tudo está claro, e é feio demais o que vejo, infelizmente. Tenho medo de ser envolvida na teia mais uma vez, embora agora esteja de olhos bem mais abertos. Fui envolvida sem perceber e quando a ficha caiu foi muito dolorido. Mas talvez seja mesmo uma lição, algo a ser vivenciado e entendido. Que não posso controlar as coisas sempre, que muitas vezes o melhor é mesmo deixar pra lá, não se importar tanto com algumas coisas, me focar na diversão e deixar pessoas pequenas de lado, perdidas em suas insignificâncias, em seus achismos, em sua busca pelo controle. Paciência. Talvez seja o caminho mais fácil mesmo no momento. E o principal: me focar em quem realmente importa. Três coisas boas: percebo que naturalmente sou colocada ao lado das pessoas que realmente gosto da companhia e das idéias, e isso é um facilitador. Meus meninos estão do meu lado, como sempre, e isso é algo bom de se saber. I, P, L, E, meus queridos, querisíssimos amigos, cada qual em seu momento, cada qual de seu jeito, pessoas que carrego por perto sempre pois significam muito, e são importantes demais. Obrigada por estarem aí sempre. Estarei sempre aqui pra vocês. Em segundo lugar, dessa decepção toda surgiu uma amizade muito forte e muito verdadeira, pessoa especial mesmo, que sinto que estará por perto por muito tempo. B, você não tem noção de sua importância em minha vida no momento. Ficar sem falar com você faz parecer que falta alguma coisa no meu dia. De coração, obrigada pelo bom senso de sempre e pelos conselhos sempre tão certeiros. Você é um anjo. Em terceiro, e mais importante do que tudo e do que todos, o meu amore. Embora certo envolvimento seja inevitável, consegui deixar o amore um pouco longe disso, ainda bem. Ainda sinto que precisamos conversar, mas no geral tudo está bem. Eu o amo demais. Tanto, tanto, que dói saber que talvez ele fosse também envolvido na maldade. Medo dele acreditar em julgamentos alheios. Medo de me colocar perto de alguém que ele de certa forma tem algum tipo de ligação. Mas sinto que nosso lance se fortalece nas dificuldades, ainda bem. Não seria a primeira vez, não será a última. Ai, que difícil que é se relacionar com o mundo às vezes. Difícil demais. Suspiros... Muitos suspiros...