quinta-feira, julho 31, 2008

Niilismo

Tá um vazio tão grande aqui ó. Uma vontade de que algo de diferente aconteça. Sim, já fui até a cantina e comprei uma barra de chocolate descomunal. Não adiantou. Na verdade só me deixou malz, porque eu estava indo super bem na alimentação até o almoço, e desandei tudo por conta do vazio chato. Queria ser menos boba, não me culpar nem encanar demais. Olhar mais nos olhos das pessoas e sorrir. Sorrir, deverdade, e dizer: "putz, que bom que você apareceu, era tudo o que eu estava esperando, te ver! Agora tô feliz!"... Mas não disse nada. Mantive minha postura nariz erguido de sempre, meu campo de força invisível ativado, impedindo qualquer incauto de acelerar e se aproximar. E aos que tentaram, raios zeta mortais. Pena. Porque depois sou eu mesma quem me arrependo. Estava tão bem na segunda-feira, nada disso me preocupava na verdade. Como diria a minha querida Fernandinha, tempo, tempo, mano velho, seja legal, conto contigo... Conto contigo para transformar meu vazio em algo concreto. Conto contigo pra não meter os pés pelas mãos de novo só pra cobrir o vazio. Não quero uma camadinha fina de argamassa. Quero algo concreto, fixo, firme, forte. Quero preencher de verdade, não só enganar. Quero respeitar a movimentação da vida, sem atropelar. Por que eu sou tão diferente de todo mundo?

"...Mas nós vibramos em outra freqüência
Sabemos que não é bem assim
Se fosse fácil achar o caminho das pedras
Tantas pedras no caminho não seria ruim..."

(Humberto Gessinger - Outra Frequencia)

Por acaso?

"...Mil acasos me levam a você
O sábado, o signo, o carnaval
Mil acasos me tomam pela mão
A feira, o feriado nacional

Mil acasos me levam a perder
O senso, o ritmo habitual
Mil acasos me levam a você
No início, no meio ou no final
Me levam a você
De um jeito desigual

Mil acasos apontam a direção
Desvios de rota é tão normal
Mil acasos me levam a você
No mundo concreto ou virtual
Me levam a você
De um jeito desigual

Quem sabe, então, por um acaso
Perdido no tempo ou no espaço
Seus passos queiram se juntar aos meus
Seus braços queiram se juntar aos meus..."

(Mil Acasos - Skank - Samuel Rosa e Chico Amaral)

É uma pena. Não poder te falar que às vezes eu continuo lembrando.

quarta-feira, julho 30, 2008

13 anos

Hoje na terapia, me enxerguei novamente aos 12, 13 anos. Aquela menina estranhinha e calada, que não sabia o que fazer para disfarçar as espinhas no rosto, que se achava gorducha e desajeitada no uniforme que em nada favorecia as pernas grossas e que tinha um jeito meio desengonçado ao andar. Aquela menina que cultivava paixões platônicas e impossíveis, pelo garoto mais bonito da escola que mal sabia de sua existência, pelo amigo mais velho que ja tinha namorada, pelos ídolos inatingíveis do voleibol e do futebol. Me vi ali, achando que tudo era impossível, que eu não era merecedora mesmo. Mas não era triste, pelo contrário, me satisfazia nos meus platonismos, nas minhas ilusões, sonhando acordada, suspirando e criando cenas dentro da minha cabeça, onde nada de errado acontecia, onde eu sempre sabia o que dizer e onde eu era sim inteligente, interessante, bonita e agradável. Tinha meus momentos de choro e decepção, mas no geral era sim feliz, e me protegia, fechada na conchinha, das tempestades, dos maremotos, ficava a observar a vida sem exatamente participar dela. Esperava que num momento mágico algo simplesmente acontecesse, sem que eu tivesse necessariamente que interferir naquele momento. Não acontecia, claro, mas era bom imaginar meu conto de fadas.

A menina cresceu um pouquinho. Não tem mais espinhas, mas se tivesse já saberia exatamente o que fazer para disfarçá-las. Ainda se acha meio gorduchinha, mas sabe valorizar melhor o que tem de bom e de ruim nesse corpo que não é nem nunca vai ser de modelo da revista, mas também é bonito, a seu jeito, do seu modo. Mesmo crescida, ela ainda anda de um jeito meio desengonçado, talvez por isso prefira um all star ou tênis desses bem confortáveis a um salto alto. Mais estilo e conforto, menos tipo. Essa é a filosofia. Ah, e as paixões platônicas? Dessas nunca se curou. Escolhe os mais difíceis, os mais distantes, talvez justamente para não correr o risco de alcançá-los. Auto-boicote? Talvez. Em nome da segurança, de se ter certeza de onde está pisando. Também, é claro, por não achar que mereça. Muita areia pra esse caminhãozinho, né? Será? Daí quando o impossível parece menos comlplicado, quando aquele cara lindo desce de seu pedestal e sorri, o bicho pega mesmo. Com sua zona de conforto alterada, perde a cabeça mesmo. Pega de surpresa sem antes escrever seu roteiro infalível, fica vulnerável, e volta a ser aquela garotinha de 12 anos, que abraça com força o diário secreto, fica vermelha de vergonha e sai correndo, antes do maremoto. Se tranca no quarto, em segurança, e escreve uma historia com final bem bonito, bem feliz, bem daquele jeito que ela acha que nunca vai conseguir realizar de verdade.

Será?

"Eu sou uma contradição
E foge da minha mão
Fazer com que tudo que eu digo
Faça algum sentido"

(Pitty - Memórias)

Só pra deixar registrado

O ambiente atua forte em nosso estado de espírito. Impaciente, ansiosa, nervosa, aflita, querendo que as coisas caminhem sei lá para onde, querendo que o mundo gire e me leve junto com ele pra algum lugar, qualquer lugar. Impatiens total... Percebo que voltar ao trabalho me deixa muito mais ansiosa do que de costume, mas ao mesmo tempo voltar ao trabalho também significa voltar à terapia e isso e bom demais.

terça-feira, julho 29, 2008

Passos

Lembra dessa musiquinha dos anos 80 breguíssima?

"... e às vezes faço que nem vejo e nem ligo,
e finjo ser distraída demais..."

Não tô fazendo joguinho, eu juro! Nem me divertindo com a situação. Pode até parecer, mas não estou... Não finjo nada, não encubro nada, e o meu "faço que não vejo", é só timidez mesmo... Pura e simples... Falta de jeito, vergonha, acanhamento, não saber o que fazer com as mãos, não saber direito que palavra escolher, falta de desembaraço... Tudo isso e mais um pouco. Mas como a própria musiquinha brega diz na estrofe anterior, tenha certeza, você faz toda a diferença, você não tem idéia de quanta diferença faz... É essa controvérsia toda que me instiga ultimamente, na verdade. Não é conquista, não é flerte, nem galanteio ou qualquer um desses sinônimos. Na verdade não é nada, e ao mesmo tempo é tudo. Essencial e indispensável, pra eu perceber que estou aqui, vivinha da silva, pronta para emoções cada vez mais fortes. É algo que me mobiliza, não necessariamente de uma forma afetiva. Não consigo explicar bem, mesmo porque não entendo direito. Acho que você já deve ter percebido, eu não faço o tipo que força a barra, nem o tipo conquistadora barata (e chata)... Nada a ver. Sou desencanada, relaxada e deixo rolar, na medida do possível. Morro por dentro, mas não demonstro. Afinal, mil vezes um bom papo e um amigo fiel, um oásis nesse deserto de futilidade e vazio, do que uma forçada de barra sem noção. Isso com tudo, em todas as áreas da vida. Eu simplesmente vou deixando rolar. Mas não me lembro bem de outras vezes em que isso aconteceu assim, dessa forma. Pelo menos não na vida adulta, rs. Sei lá, talvez eu tenha algo pra resolver contigo. Como saber? Pendências dessa vida... De outras, rs... Não que eu acredite nessas bruxarias todas, mas vai saber, né... Porque é forte demais... Num ponto que me incomoda, me deixa inquieta e afoita. É impulso, energia, choque elétrico, atração, simpatia, inclinação, ímã, magnetismo, tudo ao mesmo tempo agora bagunçando minha percepção já meio alterada de mundo, me fazendo gravitar por aí sem saber direito o que estou buscando. Bom, muito bom, extremamente prazeroso. Ao mesmo tempo ruim, colérico, e isso justamente por escapar de minhas mãos, me amarrar, atar, imobilizar. Eu não sei bem como agir, daí eu fujo, escapo, correndo, deslizo, muda, calada, mas sempre te olhando, pode ter certeza absoluta disso... Que eu sei onde você está, mesmo sem te olhar diretamente, que eu em geral sinto quando você chega, te acompanho de longe, adivinho seus passos, mesmo sem conhecê-los direito. E quando eu olho pra cima e peço uma ajudinha do universo, ela acontece. E você surge, de surpresa, me assustando, sorrindo por aí e deixando o dia mais divertido, ou ainda tropeçando nos meus passos pelas ruas, e aparecendo com uma palavra legal de ouvir, com um comentário interessante. Difícil de ignorar. É no mínimo curioso. E curiosidade me atiça demais pra eu deixar pra lá. So queria que você entendesse, só isso, sem me achar muito maluca nem ficar com medo de tanto sentimento queimando aqui dentro. Porque atração é sentimento, pânico é sentimento, e dúvida também, oras... Modificações dos sentidos... Desordenando tudo, sei lá pra que! Assim vamos indo, não tô reclamando, só expressando mesmo, porque me alivia a cabeça, me distrai, e então vou ajeitando melhor a confusão aqui de dentro. Ou tentando, sempre, não necessariamente com êxito, rs. Ai.

"todo dia eu só penso em poder parar
meio dia eu só penso em dizer não..."
(Chico Buarque)

"A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá..."
(Chico Buarque)

Vinte por cento

"...Hoje acordei vinte por cento
Hoje eu não agüento sair pra conversar
Hoje ligo o som desacordado
Levantei do lado errado
Peço uma colher de chá

Amanhã, amanhã, amanhã
Amanhã conto piada
Amanhã dou gargalhada
Deixo a noite me curar

Amanhã, amanhã, amanhã
Amanhã eu pulo o muro
Amanhã, meu bem, eu juro
Que te levo pra dançar..."

(Ludov - Amanhã)

sintonizando

Quantas vezes uma mesma coisa precisa se repetir para que a gente finalmente olhe para ela? Eu não sei na verdade. Tenho olhado bastante, juro. Pensado também. E algumas coisas tem acontecido demais, repetidas vezes. Meu lado racional briga comigo, diz que é coincidência, mas sei lá. Uma intuição estranha, diferente, uma voz aqui dentro me diz: bote reparo, olhe pra isso... Ah, sei lá... Sinceramente, não sei como agir mais. Pode parecer ridículo, e às vezes eu tmbém acho que seja, mas eu tenho simplesmente deixado rolar. Jogo a rsponsabilidade pro universo mesmo. Que alguém aí me mostre o caminho. E sigo. E as mesmas coisas se repetem. Tá difícil interpretar, seu Jung, será que rola uma consultoria?

"Longe de ser uma pura relação de causa e efeito, a sincronicidade significa uma vivência ilógica, muda, secreta, pessoal. Muitas vezes decisiva, mas difícil de ser percebida em sua totalidade no momento que acontece. Só de um outro ponto de vista pode ser integralmente compreendida, assimilada, contada. As vezes é preciso até viver muitos anos para, olhando o passado, dizer: como aquele fato, aquele dia foi importante, a vida inteira parece que só me preparei para ele."
(Doucy Douek)

ai ai...

Porque cara, parece filme. Eu gostaria muito de contar aqui nos mínimos detalhes, mas eu sou uma boba e não conseguiria. Pena. Mas cenas surreais têm acontecido. Toda uma volta, todo um atraso, toda uma mudança de caminho, pessoas me atrasando, escolhas diferentes das que eu faço todo dia, tudo para que eu estivesse ali nos momentos certos. Não foi só uma vez. Já deve ser a quarta ou quinta vez que isso acontece. Da última vez, até trilha sonora teve. Eu não sei bem o que você está querendo de mim, babe... Talvez nada. Eu sei que eu fantasio, romantizo e acelero, mas nunca demonstro. É um movimento interno e meu, que não tem absolutamente nada a ver com você. Não queo forçar nada. Quero entender. Por que diabos nossos caminhos se cruzam tanto? É irritantemente perturbador pra mim, ultrapassou a barreira da normalidade, entende?

"I sit here on the stairs 'cause I'd rather be alone
If I can't have you right now, I'll wait, dear
Sometimes I get so tense, but I can't speed up the time
But you know, love, there's one more thing to consider
Said, "woman, take it slow and things will be just fine
You and I'll just use a little patience..."

rs...
sim, sei que parece extremamente ridículo e improvável, mas era essa a musica.
Não é pra matar um?

E hoje eu sonhei com o pedestal-mor. Senti ciumes dele. E o perfume também. Volto a questionar, como uma pessoa pode usar o mesmo perfume dos 13 aos 30 anos?

Ai de mim que sou romântica...

domingo, julho 27, 2008

Mexicana

Como se não bastassem meus próprios problemas, ainda tenho que me preocupar com os problemas alheios, vê se pode. Ahm, não... Cansei, não tô mais na novela mexicana. Me procurem numa sitcom bem levinha, divertida, colorida, leve, com diálogos intermináveis e deliciosos e trilha sonora agradável. Valeu!

sábado, julho 26, 2008

Então...

tá bão, viu? rs

paz
sf (lat pace) 1 Estado de um país que não está em guerra; tranqüilidade pública. 2 Tratado que mantém ou restabelece esse estado: Assinar a paz. 3 Repouso, silêncio. 4 Tranqüilidade da alma. 5 Sossego. P.-otaviana: grande quietação e sossego, como gozou o mundo romano no tempo de Otávio.

tranqüilidade
sf (lat tranquilitate) 1 Estado de tranqüilo. 2 Sossego. 3 Quietação, serenidade. 4 Repouso do corpo ou do espírito.

segurança
sf (seguro+ança) 1 Estado do que se acha seguro; garantia. 2 Proteção. 3 Certeza, confiança, firmeza, infalibilidade. Com segurança: com firmeza; livre de risco; seguramente; sem temor.

feliz

adj (lat felice) 1 Favorecido pela boa sorte. 2 Que tem um sentimento de bem-estar. 3 Ditoso. 4 Satisfeito. 5 Bem combinado. 6 Bem imaginado. 7 Bem executado. 8 Que teve bom êxito. sup abs sint: felicíssimo.

...I’m loving having you around...

quarta-feira, julho 23, 2008

Uma dama não comenta(*)

"...Com tempo de sobra
Vou ver se a obra já terminou
Vou derrubar as paredes

Acertar o prumo
Rever os meus rumos e descansar
Vou enquadrar meu espelho

Pra que terapia?
Te ver todo dia já me salvou
Vou melhorar aos pouquinhos

Me explica essa pressa
Se tudo começa a me agradar
Meu corredor tem janelas..."

(Habacuque Lima / Mauro Motoki / Fabio Pinc - Ludov - A obra)

(*) A título de curiosidade, esse também é o nome de um blog muito legal.

:o))

domingo, julho 20, 2008

Bolo

Hoje tem festa de criança. Adoro. Samuelzinho vai brincar a valer, se divertir muito, vou ver as amigas, comer umas coisas gostosas... Tô feliz. Pelas festas. :o)

"Organizaste uma festa em mim
É por isso que eu canto assim..."

(Nelson Cavaquinho - Minha festa)

sexta-feira, julho 18, 2008

Psiu

Que silêncio, héim?
Gosto não...
Ainda mais nesse período do mês...
Ai, minha deusa, me ajude a exercitar o desapego, please.
Se faz necessário sempre e sempre e sempre.
gracias

"Nada tem que dar certo
Nosso amor é bonito
Só não disse ao que veio
Atrasado e aflito
E paramos no meio
Sem saber os desejos
Aonde é que iam dar
E aquele projeto
Ainda estará no ar...

Não quero que você
Fique fera comigo
Quero ser seu amor
Quero ser seu amigo
Quero que tudo saia
Como som de Tim Maia
Sem grilos de mim
Sem desespero
Sem tédio, sem fim..."

(Caetano - Eclipse Oculto)

quinta-feira, julho 17, 2008

Band aid



Não é que não dói mais. Pelo contrário. Dá uma dorzinha, assim, meio chatinha, um incômodo, algo que está sempre por ali, me lembrando. Sabe aqueles cortinhos que a gente faz em papel? É pequeno, quase imperceptível visualmente, mas dependendo da posição, a gente lembra dele. E incomoda, e dói. Passa rápido, mas logo a gente se descuida e... Ui! outro cortinho... E assim vamos levando. Mas acreditem, a cada vez está doendo menos e menos, sinto que consigo transmutar essa dor. E o curativo também tem ajudado, e muito.

Comparativamente, estou mil vezes melhor.

quarta-feira, julho 16, 2008

Sol

Recebi por e-mail. Dessas bobagens que a gente faz sem nem saber porque... A brincadeira era ligar na sua rádio favorita, e então o trecho da música que estivesse tocando, seria como um "sinal" sobre a sua vida afetiva... Bobo, né?
Mas eu fiz... Aí deu isso:

"...Meu caso de amor
Virou um caso sério
Cobrindo minha vida de mistérios
E o sol nasce em seu sorriso..."

(Caso Sério - Golpe de Estado)

Não é que deu certo?
E como nasce, e como nasce!

:oD

segunda-feira, julho 14, 2008

Folha branca

É uma delícia, né? Uma página vazia, sem linhas, sem margens, sem nada escrito, prontinha pra ser preenchida da melhor forma que se possa. Ao lado, caixas de lápis de cor, aquarelas, tintas, pincéis, adesivos, cola, tesoura, papéis coloridos e brilhantes. E na cabeça, vontade de escrever uma história nova, diferente, e bem bonita. Legal. Gostei da sensação.

domingo, julho 13, 2008

Mãos

Daí as mãos dele encontraram as minhas. E foi tão feliz esse encontro, que eu simplesmente não questionei nada. Somente deixei rolar, como se deve fazer em momentos como esse. Minhas mãos se aqueceram, mas mesmo assim ele continuou ali, a segurá-las. E a felicidade foi transbordando, inundando aquela sala toda. E eu querendo que o tempo parasse ali. E então ele parou.

Fim

"...Minhas mãos estão cansadas
Não tenho mais onde me agarrar
Tudo já se foi
Amizade, carinho e amor
Não há mais por que lutar
Minhas mãos estão cansadas
Não vou mais lhe segurar
Vou deixar que você se vá...
Procure o seu caminho
Eu aprendi andar sozinho
Isto foi a muito tempo atrás
Mas ainda sei como se faz..."

(Nenhum de Nós - Vou Deixar Que Você Se Vá)

Vai passar

"...Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar a minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam
E essa abstinência uma hora vai passar..."

(Na sua estante - Pitty)

terça-feira, julho 08, 2008

Descobertas

A terapia tem me ajudado muito. Primeiro, tem me ajudado a calar aquela crítica que existe dentro de mim. Dane-se se o que eu estou fazendo não é o que se espera ou o certo, ou o mais sensato, o que importa é entender POR QUE eu faço as coisas, por que eu digo, por que eu insisto. É um processo de crescimento, um processo de aprendizado, de bagagem. Não adianta a gente tentar barrar esse tipo de processo quando ele na verdade PRECISA acontecer. Por que lutar contra isso? Aprendi em terapia a me colocar, sem máscaras, a admitir aquilo que eu vivia tentando disfarçar. Sou fraca mesmo, estou perdida e confusa diante de tal situação. Estou com medo, tal coisa está me incomodando e eu preciso de mais tempo para lidar com ela. Tenho desejos inconscientes e eles estão aqui por algum motivo, Por que? De onde eles vêm? Como contê-los? Preciso realmente contê-los? Não sou perfeita, não sou modelo de nada, e nem quero na verdade. Sou a imperfeição em pessoa... Sei que tal coisa que faço é ridícula, pnsar racionalmente nela é ridículo, imaginar que alguma pessoa está se comportando como eu me comporto, me dá raiva! Mas é assim que funciona, oras... Aprendi, primeiro, que orkut é EGO. Que sintonia não precisa ser provada e comprovada, demonstrada para o mundo. Precisa é ser de verdade, e se os outros sabem disso ou não, pouco importa. Aprendi que é impossível controlar as outras pessoas. Podemos ter uma falsa sensação de controle, mas ela não é real, pelo conrário. Nada muda, me focar na existência alheia não muda nada em mim, não acrescenta, não me melhora... Por isso o que importa mesmo é me focar em mim, sintonizar minhas energias todas no MEU processo, na minha cura, nas minhas escolhas, não deixar que as escolhas de outras pessoas mudem algo na minha vida. Estou tão melhor. Claro que posso ter recaídas, e acho mesmo que vou ter, afinal, a gente não controla bem sentimentos, não domina mesmo. Ainda bem. Mas eu controlo o meu foco, e ele está bem melhor ajustado hoje em dia. Ainda bem mesmo.

segunda-feira, julho 07, 2008

Lágrima

Copiado daqui.
Um blog lindo e triste, mais lindo que triste.
Vá com o lencinho.

"Como é difícil encontrar o amor, filho. É que amor de verdade não é feito só de pele. O que o torna amor é ser feito de alma. Sua matéria-prima é cumplicidade. Você pode se relacionar há anos, ser casado com uma pessoa e não ser dela um cúmplice. Se ela não disser sim, não há o que eu chamo de amor. Cumplicidade, filho, é alguma coisa que você pode conquistar com alguém que parece estar longe. Uma pessoa com quem você se corresponde, por exemplo, pode chegar tão perto do seu coração, mesmo que você não a conheça fisicamente. Isso é amor. Amor de alma. Era o que eu tinha com seu pai. E tinha todo o resto também. Mas parece que as melhores coisas da vida são mesmo as mais difíceis de se encontrar."

Tudo pode acontecer

Hoje acordei com uma certeza muito forte, com uma alegria muito gostosa... Porque simplesmete me dei conta que pra tudo, absolutamente tudo, há uma saída sempre. Tudo pode acontecer, sempre. Obrigada, Arnaldo.

"...Se tudo pode acontecer
se pode acontecer qualquer coisa
um deserto florescer
uma nuvem cheia não chover

pode alguém aparecer
e acontecer de ser você
um cometa vir ao chão
um relâmpago na escuridão

e a gente caminhando de
mão dada de qualquer maneira
eu quero que esse momento
dure a vida inteira
e além da vida ainda
de manhã no outro dia
se for eu e você
se assim acontecer

se tudo pode acontecer..."

(Se Tudo Pode Acontecer - Arnaldo Antunes)

sexta-feira, julho 04, 2008

Deserto

"A verdade é que não havia mais ninguém em volta. Meses depois, não no começo, um deles diria que a repartição era como "um deserto de almas". O outro concordou sorrindo, orgulhoso, sabendo-se excluído. (...) Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra (...)"

É lá que eu trabalho. No deserto. De vez em quando, um olhar especial brilha pra mim, e eu sinto que não estou sozinha, não. E eu não preciso muito mais do que isso. Olhar e sorriso, e saber que não é tão solitária assim a tal da jornada.

"Não chegaram a usar palavras como "especial", "diferente" ou qualquer coisa assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las."

Claro que reconheci. O problema é que eu nunca sei se eu corro dele ou pra ele, mas não fico indiferente. Nunca. O coração sempre vem até a boca e depois volta pro lugar. Sei lá porque. E isso é lá o tipo de coisa que se explica?

"Tentaram afastar-se quase imediatamente, deliberando limitarem-se a um cotidiano oi, tudo bem ou, no máximo, às sextas, um cordial bom fim de semana, então. Mas desde o princípio alguma coisa — fados, astros, sinas, quem saberá? conspirava contra (ou a favor, por que não?) aqueles dois."

Porque não chegava mais a ser coincidência, mas também não era combinado. Assim como não era evitado. Sincronia é mais legal que coincidência. Porque era isso que rolava. Sintonia.

"E perdidos no meio daquilo (...), para não sentirem tanto frio, tanta sede, ou simplesmente por serem humanos, sem querer justificá-los — ou, ao contrário, justificando-os plena e profundamente, enfim: que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Tão lentamente que mal perceberam."

Continua...
Pelo menos, eu acho...

(aspas de Caio Fernando, ousadamente "completadas" por mim)

Pequena constatação

"Se você acha que está ficando muito tempo deitada no sofá sozinha, sonhando acordada, chorando, você não está amando — você está obcecada."

É...
Que eu me lembre, não era assim...
Não era tão dolorido e sofrido, não trazia tanta ansiedade e tristezas e dúvidas, não me deixava perdida e sem chão...
Não, não era assim...
Acho que isso realmente não é mais amor...
Que pena...
:o(

terça-feira, julho 01, 2008

Só minha, e não de quem quiser

Nada como postar 1º de julho num 1º de julho e ele fazer total sentido.

Como diria o inspiradíssimo Renato e aquela interpretação tesuda da Cassinha: Meu lindo, meu amor, eu não penso em me vingar não, fica tranquilo, baby. Não sou assim. Eu sei, querido, eu tenho total certeza de que a tua insegurança era mesmo por mim.
É quase com vaidade que concluo isso.

É tudo verdade, eu aprendi o mesmo tanto que te ensinei, ainda bem, porque não saí ilesa, porque cada choro, cada lágrima e cada engano me valeram.

E não, eu realmente não penso mais em te seguir. Já dei o basta há alguns dias, você sabe disso. E se você não consegue entender, por favor, não me julgue, e, principalmente, não me tente.

Porque é essa tentação que dói, que machuca. Em mim, em você, e nela, que certamente num dia desses vai descobrir nos teus braços a tua insensatez. Engraçado, não dói mais pensar nisso. Deve estar anestesiado, esse novo coração aqui.

"Eu vejo que aprendi
O quanto te ensinei
E nos teus braços que ele vai saber...

Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez...

O que fazes sem pensar
aprendeste do olhar
E das palavras que guardei pra ti...

Não penso em me vingar, não...
Não sou assim!
A tua insegurança era por mim

Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues
Não me tentes!

O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim

Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então

Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua deusa, meu amor

Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração"

(1º de julho - Renato Russo)