terça-feira, setembro 09, 2008

Meu Mel

Melissa sempre foi muito mais do que uma personagem. Alter-ego mesmo. Ela era tudo o que eu não podia ser. Ou não queria, ou não conseguia, sei lá. Mas no fundo era eu, oras. A voz de comando, as palavras, os sentimentos, eram todos meus, afinal. Ela fazia tudo o que eu tinha vontade. Arrasava corações mesmo. Conquistava a todos com doçura, simplicidade, e um certo ar de menininha desprotegida, desamparada, de quem precisa de um colinho e apoio. Era forte, muito mesmo, mas nem imaginava o tamanho da sua força. Era muito sensível, muito perspicaz, mas na maioria das vezes não aceitava ou reconhecia seus próprios insights, sua própria força de vontade. Foi ótimo jogar por tanto tempo com ela, mas o tempo dela acabou. Surge agora uma nova Melissa, uma personagem mais bem estruturada e muito mais fundamentada. Da original, herda mesmo o nome, os cabelos ruivos cor de fogo, e a criadora. Eu, por acaso. Vai ser legal ser Melissa de novo. Mesmo porque eu mesma estou tão diferente. Tudo muda, ensina o titio Vlad. Absolutamente tudo. Sou outra, portanto, e estou pronta pro que der e vier... Seja bem vinda, Mel. Tenho certeza que você também vai arrasar muitos corações, de uma forma ou de outra.

"...É um mistério. Quando penso numa história, eu só tenho uma vaga visão do conjunto, mas isso é uma coisa de momento, que depois se perde. Se houvesse premeditação, eu me desinteressaria pelo trabalho..."
(Clarice Lispector - sobre seu processo de criação)

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