segunda-feira, maio 31, 2010

Loba

"E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão?

O que sinto muitas vezes
Faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo
Que me explique porque é
Que não consigo ver sentido
No que sinto, que procuro
O que desejo e o que faz parte
Do meu mundo...

Vai, vem embora, volta
Todos têm, todos têm
Suas próprias razões...

Qual foi a semente
Que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito
O que está acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser
O dia mais importante..."

(Legião Urbana - Eu era um lobisomem juvenil)

Me sinto leve, acho que os últimos acontecimentos andam servindo pra me passar uma só mensagem: você dá conta, garota! Seja o que for, eu dou conta! É tão reconfortante saber que eu dou conta, que quase me dá vontade de chorar de alegria... Eu dou conta do que vier, eu encaro, sou capaz! Vamos que vamos, mesmo!

Essa música me marcou de muitas formas na minha adolescência, escutá-la me leva de volta pra uma época de muitas inseguranças e de muitos medos, e essa adolescente aqui hoje em dia encara esses medos com muito mais tranquilidade, com a cabeça erguida mesmo, mas é muito bom lembrar que essa mulher só tá aqui hoje, porque essa menininha assustada estava lá ouvindo Legião com toda a paixão do mundo...

terça-feira, maio 11, 2010

Plenamente

"Te sequestrei
Vou te reter pra sempre
Na minha idéia
No teu lugar, talvez
Fique alguma tonta, uma dublê
Uma mulher alheia

Na minha idéia
Vives plenamente
És a pessoa
Com todas as canções
Os momentos bons
E as horas más
Que a memória coa"

(Chico Buarque - Romance)

Porque as pessoas que a gente cria, imagina, parecem mesmo ser muito melhores do que as que existem de verdade. Mas é que a gente esquece que nas ilusões não se pode tocar.

Tarô

Primeira carta - Rainha de Espadas

A Rainha de Espadas surge no Tarot como o arcano central de seu momento. Vários pontos chamam a atenção quando esta imagem aparece e o mais importante dentre todos é a idéia de que a fixação de sua mente em ideais muito elevados, no que diz respeito às dimensões afetivas, pode levar você a um estado de solidão difícil de romper. Poucos seres humanos são inatingíveis pela crítica da Rainha de Espadas.

Por isso mesmo, este arcano propicia muito mais a amizade do que os amores e paixões. Ainda que seus idealismos sejam nobres, vale a pena você questionar se porventura os usa como uma forma elaborada de defesa contra relações reais. Caso contrário, você poderá sentir muito isolamento e até mesmo amargura!

Será extremamente difícil para seu parceiro, por mais que sinta uma poderosa ligação com você, corresponder aos seus ideais elevados e às suas constantes críticas. Temos aqui a imagem do medo da entrega afetiva, que pode desencadear sofrimento. Vale a pena investigar mais profundamente as origens do seu bloqueio atual de uma forma terapêutica ou analítica.

Segunda carta - Rainha de Ouros

A Rainha de Ouros como arcano favorável sugere uma excelente energia sexual associada ao carinho. Dedicação amorosa é uma promessa deste arcano quando ele emerge como significante positivo. A tendência natural, no momento, é a da prosperidade não apenas sentimental, mas também sexual e financeira. A busca aqui é pela segurança, pela estabilidade.

Terceira carta - A Estrela

O arcano XVII, chamado “A Estrela”, surge como carta desfavorável, sugerindo o risco de você criar expectativas altas demais que não encontram uma via de correspondência, cultivando ilusões e esperanças tolas. É preciso pautar o amor em bases realistas, caso contrário atraímos o sofrimento como uma forma de fincar nossos pés no chão. Não exponha suas fragilidades tão facilmente. Não é prudente! O amor pode dar certo, até porque A Estrela não é exatamente uma carta negativa, mesmo quando sai na posição de desafio. É tudo uma questão de você não cultivar expectativas irreais demais!

Quarta carta - 5 de ouros

O 5 de Ouros emerge do Tarot para você neste momento como arcano de aconselhamento. Vamos falar sobre perdas: nem sempre se ganha, às vezes se perde. Nosso ego nem sempre processa bem esta idéia, mas cedo ou tarde precisamos compreender humildemente que não podemos tudo e que mesmo as pessoas mais positivas passam por duros golpes. Você tem duas escolhas: ficar se lamentando pelos cantos ou reagir, compreendendo a perda como um processo necessário de aprendizado. Espera-se sinceramente que você escolha esta segunda opção! Seja lá qual for a situação dura que você poderá passar, saiba se permitir o tempo necessário de lamentação, mas reaja!

Quinta carta - 5 de paus

O 5 de Paus como carta conclusiva sugere um futuro cheio de pequenas batalhas, em que você terá que lidar com os desafios às suas idéias e desejos, lidando com a realidade concreta desafiante, principalmente com terceiras pessoas que se oporão aos seus objetivos amorosos. Seus planos e metas podem começar a falhar e você precisará manter a atenção mais alerta do que nunca, caso contrário poderá se ver numa apatia geral que não faz bem: o fatal desânimo que acontece quando nos deixamos abater por pequenas coisas. A mensagem do 5 de Paus é clara: muitas vezes precisamos lidar com a realidade que desafia nossos sonhos, mas isso não implica em desistir do que (e de quem) almejamos.

Estes problemas de ordem concreta poderão abalar sua relação com seu parceiro, levando-os a uma situação de estresse e falta de paciência de um para com o outro. Lembrem-se de que se tratarão apenas de alguns meses de desafios e reveses, nada que a vontade concentrada e a atenção devida não consigam vencer.

Sexta carta - 2 de ouros

O Dois de Ouros surge no jogo oferecendo ajuda no aprimoramento de suas relações. Ele traz sérias considerações sobre a maneira como você tem se mostrado e agido perante os outros no seu cotidiano. Primeiramente, é necessária a aceitação verdadeira de que as coisas e as pessoas mudam. Você e os outros passam por transformações que podem afastar, atrair, agradar ou mesmo gerar mágoas pela distância ou mudança na forma de lidar com cada um no dia-a-dia. Dedique um tempo à análise de como andam seus vínculos, desde os mais singelos aos mais importantes e perceba que é preciso perder o medo das diferenças que o distanciamento natural pode gerar. Entregue-se às mudanças e perceba as suas próprias. Não há cabimento em culpar os outros por comportamentos diferentes ao de tempos atrás. Conscientize-se de que tudo muda, inclusive seus ânimos e sua forma de enxergar e tratar as pessoas.

Acima de tudo, observe que a vida lhe oferece as coisas de acordo com seus investimentos. O 2 de Ouros simplesmente representa o retorno daquilo que você investiu. O que você oferecer ao mundo, receberá de volta. Se você apenas reclama, encontrará outras pessoas queixosas. Se, ao contrário, oferece amor, receberá amor em troca. Aquilo que você deseja obter, dê primeiro.

Sétima carta - Dama de ouros

A Dama de Ouros aparece representando os sentimentos do seu parceiro por você. Você já deve ter percebido que esta pessoa esbanja sensualidade e profundidade quando o assunto é relacionar-se de corpo e alma. Considere que existe atração física e afetiva da parte dela. Deseja construir vínculos autênticos, duradouros e férteis. Estes laços entre vocês podem desencadear uma relação respeitosa com muita cumplicidade e afinidades em comum. Mantenha a naturalidade e deixe as coisas caminharem de acordo com o tempo e a maturação das circunstâncias, sempre favoráveis.

quinta-feira, maio 06, 2010

Prova de amor

Por ela, eu teria aprendido até mesmo a gostar de incenso. Por ela, passaria não só a concordar, como a defender que Starway to heaven era a música mais romântica do Led. Deixaria que ela ficasse com o lado da cama que encosta na parede. Mesmo adorando dormir encostado na parede. Pararia de roer as unhas. Faria serenata. Mesmo sabendo que a turma do prédio dela era a mesma que o apelidava de “lambda lambda” na escola. Passaria a comprar requeijão e coca lights. Light, não. Zero. Mas guaraná Zero não, que ninguém merece. Não reclamaria mais do gloss de morango que ela tanto adora. Acompanharia a mãe dela ao supermercado, carregando as sacolas, inclusive. Daquelas ecológicas, pra não destruir o planeta. Na volta, eu até veria, pela décima oitava vez, o álbum de fotos da festa de oito anos dela, aquela em que contrataram o palhaço Tic Tac. Baixaria também pra ela a discografia completa do palhaço Tic Tac, incluindo aquela regravação obscura de 1982. Daria a ela o último halls do pacote. Mesmo que fosse do pacote azul. Deixaria que ela instalasse o The Sims no meu computador e passasse a flertar com o Vladimir Caixão. Assim, na minha frente. Até votaria no PSDB. Mas só para vereador. (ah, o voto é secreto mesmo, como ela poderia saber? Basta manter a pose e transmitir confiança na voz) Iria com ela a exposições de arte contemporânea. Eu disse exposições de arte contemporânea? Não, tenho certeza que disse exposição de arte contemporânea, no singular. Aliás, acho que eu disse Bienal. Sim, uma vez a cada dois anos, como prova de meu infinito amor, iria a uma exposição de arte contemporânea com ela. Pena que tudo terminou, sabe...

Ladainha



As vozes das beatas ecoavam na catedral... Ave Maria, cheia de graça... Eu caminhava devagar na direção do altar, olhando atenta a arquitetura por vezes sombria da igreja... O senhor é convosco... Meu sapato fazia mais barulho do que deveria... Passos lentos... Bendita sois vós entre as mulheres... Ladainha, terços nas mãos... Por mais surreal que pudesse parecer, elas entoavam aquele oração com lenços na cabeça, ajoelhadas, olhares na direção da cruz... Bendito é o fruto de vosso ventre... Qual a razão daquele ritual? Qual o motivo de tanta devoção? Qual o sentido de repetir frases e mais frases sem pensar? Sentei-me alguns bancos atrás delas... Pecadora... Jesus... Recostei-me no banco de madeira, olhando... Eram quase seis da tarde... Que eu fazia ali? Algo me atraiu... Curiosidade... Sempre quis acreditar em uma religião... Sempre... Santa Maria mãe de Deus... Mas não conseguia crer em nada, não conseguia encontrar razão para crer em nada... Foi rápido... Achei que tinha sido uma impressão... É sempre assim na primeira vez... A idéia inicial é negar... Voltei-me para o alto e lá estava... Nas sombras... Me olhando... Rogai por nós... Pisquei os olhos e já havia desaparecido... Seja lá o que for aquilo, me viu... E sabe que o vi também... Pecadores... Levantei-me, olhei para trás, para os lados, buscando... Onde ele estaria? Me olhando, certamente... Sentiu minha falta de fé... Sentiu que não represento risco... Caminhei mais rápido... Precisava sair dali... O homem negro que entrava no santuário olhou-me feio... Maldito sapato barulhento... Denunciava meus passos, minha direção, minha fuga covarde... Agora e na hora de nossa morte... Voltei-me para o altar antes de sair... Fiz o sinal da cruz, baixei os olhos diante daquilo que para mim nada significava... A noite me aguardava.... Onde ele estava? Desci as escadas da igreja correndo... Me seguiria até aqui? Não, não hoje, não dessa vez... Eu volto... Amém...

terça-feira, maio 04, 2010

Falando das sombras

Meu primeiro bloguinho se chamava Trivial. Era azulzinho e divertido, tinha um lay out maravilhoso com um desenho lindo da Delírio de Sandman (e olha que nessa época html era na raça mesmo que a gente fazia) e foi com ele que eu conheci o mundo blogueiro e me apaixonei por ele. Todos os dias eu me obrigava ao desafio de escrever pelo menos um texto no Trivial. Não qualquer texto, mas um bom texto, pelo menos. Um por dia. Sempre deu certo. Fiz amigos por lá, me inseri na blogosfera, era gostoso cuidar do Trivial diariamente. Mas num dia triste e nublado o extinto (?) weblogger matou o Trivial. Desconsolada, montei então o Muito Barulho por Nada, blog esse que não foi exatamente sucesso de público e crítica, mas prestava-se muito bem à finalidade que lhe era destinada: diarinho de princesa. Foi bom enquanto durou, mas depois que o Mosca chegou não teve pra mais ninguém. Resistente que sou às novidades, tenho um cisquinho de curiosidade para migrar para wordpress mas me falta ânimo, Prefiro ficar por aqui resmungando e resistindo até que não seja mais possível me segurar. Mamíferas me transportou para o maravilhoso mundo da blogagem pop, mas ainda não consigo me acostumar com os flashs e prefiro me manter de óculos escuros e me esgueirando pra sair zunindo pela porta de trás antes que alguém me reconheça. Muitos comentários por minuto me assustam, embora até me agrade a idéia da popularidade dos meus escritos, prefiro ficar aqui no breu, esperando que me entenda quem realmente consiga, e só. Pelo menos aqui.

segunda-feira, maio 03, 2010

Verde

Eu sei, eu sei, cor de Wasabi...
Isso tá parecendo possessão...
Mas eu simplesmente não tô conseguindo evitar, sabem?

Ardida

Desde a semana passada estou com um nome que não sai da minha cabeça... Wasabi, wasabi... Não sai... Hoje quando vi que ia passar na televisão um filme com esse nome resolvi aceitar os sinais do universo e entender o que diabos esse nome está querendo me dizer...

Não, não é desejo de comida japonesa! É uma nova personagem! Estranho, né? Mas não questiono, não...

Por esses dias Wasabi deve começar a aparecer por aqui... Aguardem...