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terça-feira, novembro 16, 2010

Se você telefonasse




"...Olha, estou escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa.

Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir.

Eu não achei que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não me lembro onde.

Hoje havia calma, entende?

Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende?

Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas.

Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até.

Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse."

(Caio Fernando Abreu)

Pena que você não telefonou. Né?

terça-feira, setembro 28, 2010

Tão diferente



"...Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas e suspiros..."

(Caio Fernando Abreu)


É engraçado porque no fim das contas era exatamente disso o que eu mais precisava. Precisava dessa sua calmaria toda, desse seu jeito que me equilibra. Precisava tanto desses seus contrapontos pra me ajudarem. É tão nítida a diferença. A comparação de antes e depois. Tudo sua culpa. Tudinho. =) Que bom, meu amor, que bom.

segunda-feira, julho 13, 2009

Peneira

“A memória da gente é safada: elimina o amargo, a peneira só deixa passar o doce.”
(Caio F. Abreu)

E não é exatamente assim?

quarta-feira, junho 17, 2009

Falta cumplicidade

Sabe o que eu sinto falta? De sair dessa superficialidade. Superficialidade de relacionamento mesmo. Tantas são as pessoas que passam pela minha vida, tantas, tantas, mas quais as que verdadeiramente me conhecem? Sabem com penso, o que sei, e quero saber, o que acho, e por que acho, o que sinto, como reajo, o que fiz, o que não fiz, o que quero fazer, o que me irrita, o que me emociona, o que me alegra, o que me entristece, o que me mobiliza e impulsiona, quantas são as que sabem de mim, de verdade? Quantas me conhecem de verdade? Eu não sei responder... Juro que não sei... E é recíproco, sabe? Vejo que não conheço as pessoas de verdade, que não sei delas de verdade, a fundo mesmo... Sinto falta de antecipar frases, de saber de cada passo, de conehcer motivações, segredos, saber não só do dia-a-dia, mas do que está por trás também. Conhecer de verdade. Já tive isso antes com algumas pessoas, mas não tenho mais. Tenho ligações fortes, bons amigos sim, mas são relacionamentos que são profundos só em certas áreas... Em outras é o superficial que predomina mesmo. Acho que literalmente perdi alguns amigos, muitas vezes os vejo perto, sinto carinho por eles, um carinho enorme, mas não os reconheço. É como se não soubesse mais dizer quem são eles, assim como eles também não sabem me dizer quem sou eu. Talvez falte tempo e dedicação, não sei bem. Falta tempo de aprofundar relacionamentos com quem realmente vale a pena. Muitas vezes me vejo assistindo a vida dos outros pelo orkut, por blogs, pela internet, e vejo tantas coisas acontecendo, as vidas caminhando, as pessoas seguindo e me sinto meio espectadora disso tudo, como se não fizesse mesmo parte. O velho Caio Fernando surgindo de novo. É como se eu não tivesse o ingresso da roda gigante. Vejo todo mundo brincando, mas não me deixam entrar. E assim vai... Sinto tanta falta dessa cumplicidade às vezes que me dói. Dói, dói, dói... Mas, tipo, sei lá, acho que não tô num bom momento. Não mesmo.

segunda-feira, março 30, 2009

Desigual

"Verdade, eu tinha qualquer coisa assim como andar de costas, quando todos andam de frente.

Qualquer coisa como gritar quando todos calam.

Qualquer coisa que ofendia os outros, que não era a mesma deles e fazia com que me olhassem vermelhos, os dentes rasgando as coisas, eu doía neles como se fosse ácido, espinho, caco de vidro."

(Caio Fernando de Abreu - O inventário do irremediável)


Seria mais fácil sim, seguir a maré. Fazer tudo como os outros, sem questionar, sem me perguntar se gosto, sem me perguntar se verdadeiramente faz sentido pra mim. Somente seguir, e ser igual, e não diferir, e não buscar o que realmente mexe comigo, o que realmente me importa. Eu sei que é mais fácil, porque já estive lá do outro lado. Já fui boazinha, já obedeci, já fui a boa menina. Mas me matava por dentro, enquanto fingia sorrir por fora. Me diminuía e oprimia, porque me fazia negar minhas verdades. As asas brigavam aqui pra sair, pra me libertar. Mas ficar calada e seguir com a multidão evitava confrontos, e evitava ter que ficar o tempo todo me explicando pra todo mundo, algo que me cansa e tira minhas energias. Hoje não aceito mais, me libertei do casulo, mas ainda morro um pouco quando alguém me aponta o dedo e mostra minhas asas pretas, diferentes do colorido habitual. Choca as pessoas. Elas se ofendem, e eu nem sei direito porque. Porque verdadeiramente não me ofendo com o movimento das asas delas, nem com suas cores, suas nuances. Cada um é livre e sabe de si, de suas verdades, de suas necessidades, do tom das suas asas. Cabe todo mundo aqui, embora às vezes não pareça...

"...Não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto – se tomada com cuidado, verto água limpa sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos, num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia. Mesmo assim, insisto..."
(Caio Fernando Abreu - Fotografias - Morangos mofados)

quinta-feira, março 19, 2009

Problema Técnico

"Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível. Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?"

(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Sobre encontros e desencontros

"(...) Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
- E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
- Mas não seria natural.
- Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
- Natural é encontrar. Natural é perder."

(Caio Fernando Abreu)

Eu sei, eu sei. Que eu te acho todo enigmático, mas tem horas que também não deve dar pra entender nada do que se passa aqui na minha cabeça. É porque as coisas mais sutis mexem comigo de forma tão intensa que às vezes é complicado acompanhar o movimento. Um rápido diálogo de um filme, um trecho de música tocada no momento certo, uma frase solta, um olhar diferente, o tom de voz mudado, alguma coisa que eu não entendo muito bem, ou acho que entendo, e não era nada daquilo, qualquer coisa pode fazer mexer e revirar tudo aqui dentro, e eu fico meio confusa. E então o movimento natural que eu busco, é o de confirmação. Confirmar se é isso mesmo, se você continua por aí, se as coisas ainda são as mesmas, se você ainda quer dividí-las comigo, ou se de repente algo saiu errado e mudou tudo. É insegurança, eu sei, mas é meu jeito. Pode parecer bobagem, mas é bom demais ter essa sua confirmação nesses momentos. Ver você achando graça da minha preocupação, da minha confusão, e me apertando forte, muito forte, que é teu jeito de me falar sem ter que dizer nada. Ter você perto de mim sempre assim, me abraçando forte e dizendo mesmo sem palavras que ainda está tudo bem, é tudo o que eu mais preciso nesse mundo, pode ter certeza. Obrigada pela paciência sempre. Eu amo você.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Curativo



Andava tão sem freios, mas sei lá... Tropecei em alguma lombada, talvez... Quando percebi já estava no chão... E quando a gente tropeça, sabe como é... Fica uma vergonhazinha. Um sei lá o que de constrangimento... O arranhado do joelho é o que menos dói... Sempre é bom dar uma paradinha, olhar a paisagem, respirar, deixar respirar...

"Não que fosse amor de menos (...) era amor demais..." (Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, junho 11, 2008

One Shot



Daí que, em clara linguagem RPGística, depois de atos heróicos, monstros derrotados, planos elaborados e um carisma imbatível, eu ganhei XP suficiente e subi de nível. Dura a caminhada, viu? Foi fácil não... Mas tô feliz feliz. Que só uma vez feliz não bastava nessa situação. :o)))

"..será possível plantar morangos aqui?
Ou se não aqui, procurar algum lugar em outro lugar?
Frescos morangos vivos vermelhos.
Achava que sim.
Que sim.
Sim."
(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, março 20, 2008

Roda Gigante

Me sinto sozinha e isso ofende as pessoas. Elas acham que não bastam mais. É mentira. Porque independe. É uma sensação tão particular que acho que me sentiria só no meio de uma multidão inteira. E é egoísta pacas esse meu sentir, assim como é a ofensa alheia diante da minha solidão. Em geral, quando as pessoas me vêem sentada aqui diante desse computador, penteada, uma maquiagem bem feita disfarçando as olheiras, rímel nos olhos, camiseta do Radiohead e um crachá pendurado no pescoço, com meu nome escrito e uma foto sorrindo, elas não acham que é assim. Não acham que a solidão me consome. Nem sequer sonham o quanto tá doendo aqui dentro. Não conseguem entender como funciona aqui. Se eu exteriorizasse, talvez elas se assustassem. Então fico na minha. Cumpro meus prazos, atendo meus telefonemas, escrevos meus textos sem graça (os do trabalho sempre são), sorrio esporadicamente e nos intervalos vou dissecando as sensações. Não tenho vontade de chorar agora. Chorei muito ontem, muito mesmo. De soluçar, perder o ar, engasgar, uma dor tão grande. Parecia que ela era maior que eu. Foi bom até, parece que dormi mais leve. Mas ainda não foi tudo embora. Vez ou outra, a nuvem surge, me envolve, me carrega pra dentro dela. Escurece tudo, parece. E depois passa. Vai embora quase que da mesma forma de veio. Tem muito a ver com rejeição e com eu esperar demais das pessoas todas. Tem a ver com a comparação que eu faço sem raciocinar. Comparo a vida feliz dos outros. Mas ninguém é sempre feliz o tempo todo. Não mesmo. Não é assim que funciona. E eu sei disso. Mas esqueço quando parece que todo mundo consegue e eu vou ficando pra trás, acenando, admirando, aquela ceninha antiga da roda gigante. Parece que todo mundo está lá se divertindo, sendo feliz, namorando, comendo maçã do amor, rindo, e eu fico aqui do lado de fora esperando a minha vez de entrar na brincadeira. Tenho a impressão que quando eu sentar no meu banco vai acabar a luz. Clic.

segunda-feira, março 17, 2008

barquinho

"Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará."

A questão é toda essa: fluir. Tão difícil deixar fluir. Mas é o que precisa ser feito agora. Virar barquinho, mesmo. Relaxar e observar o caminho, a paisagem, perceber minha respiração sempre tão junta da respiração do meu pequenino. E assim vamos fluindo, juntos. Correnteza leve, por favor. Que não estamos assim muito prontos pra grandes tormentas. Tá tudo bem na verdade. É só uma questão de se encontrar. Porque as vezes eu me perco e fico me procurando, e não me acho. Mas quem sabe assim, deixando que a água vá me levando, não dá certo, né? Deus dará...

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Doçura demais

"Então a suspeita bruta: não suportamos aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós. Afirmou, depois acendeu o cigarro, reformulou, repetiu, acrescentou esta interrogação: não suportamos mesmo aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós? Não, não suportamos essa doçura."

(Anotações insensatas - Pequenas epifanias - Ah, vocês sabem de quem é...)

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Jardim

"Olha, antes do ônibus partir eu tenho uma porção de coisas pra te dizer, dessas coisas assim que não se dizem costumeiramente, sabe, dessas coisas tão difíceis de serem ditas que geralmente ficam caladas, porque nunca se sabe nem como serão ditas nem como serão ouvidas."

"Deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver nascer uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente."

Para uma Avenca Partindo, trecho extraído de O Ovo Apunhaldo, Caio Fernando Abreu.

Na correnteza

"olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também." (CF)

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Lost in translation

"Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros." (CFA)

Algum tradutor e intérprete disponível?

sábado, janeiro 12, 2008

Cartaberta

"Tenho um amor fresco, com gosto de chuva e raios e urgências.
Tenho um amor que me veio pronto, assim,
água que caiu de repente, nuvem que não passa.
Me escorrem desejos pelo rosto pelo corpo.
Um amor susto.
Um amor raio trovão fazendo barulho.
Me bagunça e chove em mim todos os dias."
(Caio Fernando)

Oi. Desculpa. Eu sei, era a última das coisas que você queria ouvir. Você nunca quer que eu me culpe de nada, quer que me liberte desse grande peso que eu vivo trazendo pra mim. Acho lindo isso. De você querer me libertar do que fica me maltratando, me ferindo. Sério. Mas me faz tão bem pedir perdão. Perdão por ser assim tão estranha, por ter na minha cabeça um turbilhão. E vai tudo girando, girando, esse universo inteiro de sensações e de prazeres e de alegrias que você me proporciona. Misturado com essa saudade filhadaputa e com esse vazio imenso que você deixa quando vai embora. É tão difícil controlar. Mas aí o tempo vai passando, e pelo visto meu tempo é proporcional à intensidade de tudo, e dessa vez foi tão forte. Não deu. Minha capacidade de assimilação é limitada. Muita coisa, cara, muita coisa. É querer demais de mim. Por isso perdão. Pela TPM. Loucura mensal que há tempos não me assolava, mas que pelo visto voltou, e eu vou ter que reaprender a lidar com ela assim como te ensinar que nesses dias o mundo inteiro começa uma conspiração secreta contra mim e eu começo a cair, cair, e a queda nunca termina. E enquanto caio vou me raspando em sentimentos, em prateleiras empoeiradas cheias de coisas guardadas. E isso dói. Meio Alice, sabe? Caindo, caindo, crescendo, diminuindo, milhões de pensamentos juntos, e eu ali, desse despencar eterno, entre potes de geléia, morcegos e antigos porta retratos. Mas acaba. Em lágrimas, que inundariam uma sala inteira se eu deixasse. Desculpa. Desculpa te tirar certezas e te colocar dúvidas. Desculpa te magoar sem nem sequer perceber e ainda subir no meu palanquinho portátil de dona da verdade absoluta que aponta o dedo na cara de todo mundo mas não se enxerga. Desculpa pelas minhas ausências, e me desculpa quando minha presença foi quase uma ausência, de tão nula. Eu te amo, e me descubro sua toda vez que o turbilhão termina. Resta rir disso tudo. Ou tentar. Fazer disso tudo só mais uma dificuldadezinha ultrapassada, entre tantas, tantas. Sorri pra mim? Diz que vai ficar tudo bem? Me pega no colo e cuida dos arranhões todos. Assopra. Me aperta e não larga nunca mais? Responde, tá? Tô te esperando. [insira aqui a mais brega das baladas farofeiras jovi/sambora. a escolha fica de acordo com a sua preferência. tiamo, assim, bem miguxa :o)]

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Por que?

"Podia esperar de qualquer um essa fuga, esse fechamento. Mas não de você, se sempre foram de ternura nossos encontros e mesmo nossos desencontros não pesavam, e se lúcidos nos reconhecíamos precários, carentes, incompletos. Meras tentativas, nós. Mas doces. Por que então assim tão de repente e duro, por que?"
(Diálogo - Caio Fernando)

Não me interprete assim, como se eu fosse tão simples. Não me julgue assim tão rápido, por favor. Não se feche, não se esconda de mim assim. Não por algo tão pequeno, tão bobo. Essa sou eu. Defeitos, qualidades, chatices, coisas legais... Posso mudar, mas não demais. Não tudo, não sempre. Posso fazer concessões, mas não escolhas definitivas. Porque não serei mais eu, entende? Não me ignore, não feche a porta, porque me afasta e me entristece essa falta de vontade de falar, de tentar, de dialogar. A gente conversou tanto sobre isso, e agora você se afasta assim. E me julgando, e achando coisas, e definindo preferências e estabelecendo valores. Não, essa não sou eu. Essa é alguém que você acha que sou eu. Precisa se aproximar pra tirar a dúvida. estou aqui sentada, coração na mão. E nem é o meu. É aquele que você me deu pra eu cuidar e que divide o travesseiro comigo toda noite.

sábado, janeiro 05, 2008

Cadê?

"...Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso. Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis..."

(Caio Fernando Abreu - Ao som de Suzane Vega - O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 29/07/87)

Que sensação estranha e ruim...
Quem sabe um dia eu aprendo,né?