sexta-feira, setembro 23, 2011

Menos lágrimas e mais raiva

Um dia de cada vez. Nunca um dia foi tão longo. É difícil mesmo largar um vício. Estou na rehab de você. Estou tentando esquecer você estando do seu lado. Coisa mais difícil essa. Matar quem ainda está vivo, com esperança disso ajudar o relacionamento a respirar. Talvez funcione nessa lógica absurda, mas é mais provável que eu me feche. Já me sinto fechada e não passaram nem 24 horas. Um dia de cada vez, um dia dolorido de cada vez. Sangue e lágrimas, porque você não acredita que dói tanto. Porque enquanto eu estou aqui brigando com a minha vontade de mais uma dose, você sequer se importa ou se lembra da minha existência. Tá acabando, né? É oq ue você quer, será? Se for isso, é meio covarde. Te pedi muitas vezes uma conversa franca, e você me vem com essas sutilezas. Se não acabou, você tá fazendo tudo errado, tá matando o que existia em mim. Existia, porque o que havia ontem já é menor hoje, e amanhã vai ser menor ainda. Está funcionando, mas é muito triste. A rehab faz com que eu volte a escrever, coisa boa, parece que tudo consegue sair daqui de dentro finalmente. Raiva. A raiva vem com força mesmo, é como se eu te odiasse nesse momento, e não vejo mais sinais de sentimentos bons, o que é meio assustador. Sempre pensei que a gente ia ficar juntos pra sempre, que a gente conseguiria passar por qualquer coisa, mas não contava com você assim, me machucando, me pisando. Ninguém pisa em mim assim. Não permito. Então pra me defender te diminuo, você vai ficando pequeno, pequenininho, as lágrimas que me faziam soluçar ontem e gritar de dor hoje já não aparecem. Não me iludo, elas ainda virão pois terei momentos de fraqueza e de dor, mas por agora, estou seca. Era o que você imaginava que aconteceria? Talvez sim, talvez não. Talvez eu tenha exagerado um pouco, talvez eu tenha mesmo te sufocado, mas a intenção foi amar demais, Amei demais mesmo, fazer o que? Minha parte do erro foi gostar demais, embora eu não consiga ver isso como um erro de verdade. A raiva está caminhando agora, e escrever sempre vai ser a melhor das saídas. Por hora chega.

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