Clap clap clap clap clap clap clap
Os aplausos ecoaram alto por todo o picadeiro vazio. Com o susto, Cassandra caiu da corda bamba onde se equilibrava. Amorteceu a queda numa cambalhota, rolando pelo chão de terra, ágil como uma felina. Logo estava de pé procurando de onde vinham aquelas palmas.
Encontrou num canto um jovem rapaz franzino, cabelos e olhos bem pretos, que a observava sentado em um dos bancos da platéia.
Ele também se assustou com a queda dela, saltou a proteção de madeira que separava a platéia do picadeiro e se aproximou rapidamente.
- Você está bem? Se machucou?
Ela se afastou alguns passos, limpando os braços sujos de terra
- Quem é você? O circo está fechado agora! - ela disse, arredia
- Eu... Eu... Eu sei, desculpe... Simplesmente não pude evitar olhar...
- Vá embora! Saia agora! Não vê que me assustou?
- Me desculpe, não foi minha intenção, eu...
Sem saber o que dizer, ele virou de costas e caminhou alguns passos. Antes de sair pareceu criar coragem e se virou mais uma vez:
- Você é uma excelente acrobata. Das melhores que eu já vi. De verdade. E olha que já vi muitas!
- Por favor... Será que eu terei que chamar alguém pra arrancá-lo daqui?
- Eu... Eu estou indo... Desculpe... Descanse um pouco, você está aí há horas...
- Há quanto tempo você está me olhando?
- Eu não sei... Uma hora, duas talvez... Você nunca para?
- Chega, garoto! Se gosta de circo, pague o ingresso! Ele sorriu
- Eu vou pagar. Pode ter certeza. Adeus, senhorita...
Ela ficou observando pra ter certeza de que ele sairia por um dos cantos do picadeiro.
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