sexta-feira, agosto 21, 2009

Cariño



Faz tempo né? Que eu não escrevo pra você. Não gosto dessa coisa de perder a prática. Não disso. Porque é aqui, com essas letrinhas, nesse meu cantinho, que eu consigo dizer tudo, falar a verdade mesmo, traduzir o que estou sentindo. Mas sei lá, acho que cada relacionamento é sempre tão diferente. Com cada um a gente aprende uma coisa. Já aprendi várias contigo. Várias, várias. Entre elas: dar tempo ao tempo. Foi importante demais essa! Você não tem idéia de como eu me enrolava com isso. Atropelava as coisas, queria estar sempre adiante. Tenho aprendido a ficar aqui, no presente. Vivendo agora, e sentindo agora. Outra coisa legal foi o pé no freio. Calma... Nossa, como eu precisava dessa calma. Desse passo a passo. Eu sempre fui de sair correndo, acelerada, sem parar pra respirar, sem prestar atenção ao que estava sentindo. Forçava a barra de tudo, queria que tudo fosse no volume máximo. E daí com você não foi assim. Foi tudo gradual, e hoje eu percebo que mesmo depois de um ano e um mês (amanhã, não esqueci, viu?) ainda temos passos pra subir, uma escadaria imensa ali na minha frente. Tudo porque você segurou minha mão e me explicou que subir cada degrauzinho de uma vez era mais legal. Você nunca me disse isso, nunca me forçou a entender, isso nunca foi verbalizado, óbvio. Só me mostrou como você fazia, e eu achei genial. Porque era mesmo incrível. Nunca tinha percebido. Que menos é mais. É tão bom hoje saber disso. Estou mais segura. Talvez seja a idade. Trintinha, né? Não é mais 16. Mas talvez os meninos - e pra mim eles sempre serão meninos e eu sempre uma menina também - talvez antes os meninos não me passassem essa segurança que você me passa. E talvez eles também não demonstrassem a segurança que você demonstra ter em mim. Relacionamento é espelho, né? Se eu tenho como relfexo alguém ciumento, controlador, neurótico, é assim que eu acabo refletindo. Agora não é mais assim. Que bom, que bom! Vejo tantas coisas positivas. Tem partes ruins também, mas tenho lidado melhor com elas. Me percebendo mais, enxergando o que realmente vem de mim, os meus grilos, as minhas inseguranças, as coisas que não são culpa sua. Tenho conseguido separar essas coisas e não deixar que elas baguncem o que é nosso. Poxa, maior balanço legal esse. Mesmo. Um dos textos menos viagem que já escrevi sobre alguém. Tinha que ser você, né. Obrigada, amore. Por ser meu e me deixar ser sua. Linda. E metida, por ser essa sua linda. Todo o meu amor pra você.

"Olha as flores que eu trouxe pra você, amor
São pra comemorar aquele dia
Que passei a viver do teu lado
Eu me lembro,
entre nós não havia quase nada

E agora é só você que me faz cantar
E é só você que me faz cantar..."

(Bom Dia - Los Hermanos - Marcelo Camelo)

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