terça-feira, dezembro 23, 2008

Fan fic - Crepúsculo



"Fanfic é a abreviação do termo em inglês fanfiction, ou seja, "ficção criada por fãs". Trata-se de contos ou romances escritos por terceiros, não fazendo parte do enredo oficial do livro, filme ou história em quadrinhos a que faz referência." (da Wikipedia)

Não tem horas que você tem vontade de mudar o rumo da história?
Pois é, eu tive também...
Como o desenrolar da situação com o Jake não me agradou, lá vou eu me aventurar numa fan fic, coisa que nunca antes havia feito...
Nada como escrever as coisas do nosso jeito, né?
E de quebra participar da história :o)

Espero que vocês gostem desse prólogo para uma fanfiction no cenário de Crepúsculo, apresentando os personagens: Jacob Black, Rebecca Black e "Melissa" (personagem própria)


Bon Appétit

A primeira vez que eu o encontrei, ele estava chorando. Chorava como um bebê, sem se importar com quem estivesse em volta. Na mesma hora me lembrei de minha mãe. Ela costumava dizer, há muitos anos, que os melhores homens são os que não têm vergonha de chorar em público.

Ele certamente ainda não era um homem, mas também não era mais uma criança. Parte daqueles longos e lindos cabelos negros estava grudada em seu rosto de pele morena, molhado de lágrimas. O olhar permanecia fixo no mar. O dia não estava nada bonito mas eu não tinha como saber se aquele era o normal daquela região ou se era uma tarde atípica.

As ondas quebravam com força na praia. O vento trazia até mim o cheiro forte da maresia misturado a um outro cheiro diferente, que me instigava. Não era um cheiro humano normal. Era algo mais forte, mais intenso. Parecia o cheiro de algum animal, mas não havia nada ali. Somente aquele menino lindo e indefeso chorando.

Fiquei particularmente intrigada, mas ainda era necessária muita cautela. Há dias vinha viajando e aquela região ainda era desconhecida e inexplorada, não era nada prudente avançar mais. Nâo agora. Passei a hora seguinte ali, o acompanhando a distância e em silêncio, como costumava fazer vez ou outra com os frágeis humanos.

Observei quando o choro nervoso cessou e quando restaram alguns soluços, que logo também pararam, dando lugar a uma respiração normal. O rosto, que belo rosto, pensei, secou, mas a expressão triste se mantinha. O que seria capaz de entristecer tanto um garoto tão novo?

Num movimento rápido, ele de repente se pôs de pé e virou-se para trás, de costas para o mar. Alguém o chamava. Não era possível ouvir bem, mas consegui ler os lábios da garota que se aproximava. "Jake", balbuciei, quando entendi o que ela dizia. Era parecida com ele, os mesmos traços, talvez da mesma família. "Becca!", foi a resposta do garoto.

Ele sorriu, fazendo com que seus olhos ficassem ainda menores. Ela sorriu em resposta e tive certeza que eles eram parentes, pois a expressao era a mesma. Ela também era nova. Tinha talvez uns 17 ou 18 anos, não tive certeza. Deveriam ser irmãos. Primos, no máximo. Ele passou o braço pelas costas dela, que correspondeu ao gesto carinhosamente. Fiquei aliviada por ele ter alguém com quem contar. "Diferente de mim", pensei, num sorriso meio tristonho, mas conformado.

Foram caminhando em direção da saída da praia, e então o cheiro que eu sentia antes com tanta clareza foi embora, restando somente o aroma salgado do mar. "Então era ele", murmurei sozinha, como sempre. Estranho. Estranho e diferente. Decidi que seria algo interessante a se trabalhar no novo lugar. Investigar um garotinho bonito de cabelos compridos e um cheiro completamente surreal soava como um trabalho mais do que agradável, afinal.

Finalmente, me levantei de meu posto de observação, que era uma pedra maior na ponta da praia, bem próxima da entrada da mata. Era aconselhável me alimentar antes de se aproximar mais do convívio humano. "Afinal, estamos há 35 dias sem acidentes", falei alto, sorrindo, enquanto olhava para meu relógio digital. Seis da tarde.

Estava tão acostumada a não ter ninguém para conversar, que passei a falar comigo mesma. Táticas para não enlouquecer. "A senhorita gostaria de provar então o nosso prato do dia?", dialoguei, engrossando um pouco a voz de maneira escrachada, com um leve sotaque francês. "O que você me sugere?", disse então com minha voz normal, enquanto começava a me embrenhar na mata. "Que tal..." e eu então baixei a voz e passei a espreitar as folhagens, os olhos fixos e alertas em busca de meu jantar.

Farejei o ar com um predador faria. E afinal o que eu era? "...coelhos?", e sorri, me divertindo com a brincadeira boba. "Parece perfeito", murmurei praticamente sem deixar o som escapar pela minha boca. O alvo estava bem próximo. Meus passos não faziam mais barulho, e eu caminhava como se flutuasse. Foi um ataque rápido. Ele não teria chances mesmo. Eles nunca têm. Assim que agarrei o animal, meus olhos amendoados se escureceram e as presas de vampira se destacaram como mágica. "Bon Appétit...", disse ainda, antes de cravar minhas presas com avidez e tingir a penugem clara do bicho de um vermelho vivo. Sangue quente.

3 comentários:

Blue disse...

Mais! \o/

renata penna disse...

como foi o natal aí, flor?
bjocas!

Fabiola disse...

FEliz 2009!
te linkei!