quinta-feira, novembro 08, 2007

Redenção

E qual não foi a grande ironia, quando o tempo, que parecia tão certo, fechou, assim, de repente, e a encontrou ali, desprevenida, no meio da rua. Um trovão, um vento, e pronto, lá estava ela. Como se fosse uma tempestade mágica, vinda de lugar algum, saída sei lá de onde. Densa, pesada, a maior chuva de todas, um grande temporal. E ela ali, de sandália, calça jeans e camiseta, mais nada, mais nada, peito aberto. O primeiro instinto foi correr, mas não, não correu. Parou ali, no meio da rua, olhando o céu, buscando seus motivos. Mas que dia, aquele! Sempre o mesmo, mas tão diferente a cada hora... Deixou que ela viesse, que a encharcasse, que inundasse, que fizesse dela o que fosse preciso, que lavasse tudo. E ninguém entendia nada quando via aquela menina ali no meio da rua, da chuva, andando, rindo, sorrindo, gargalhando e chorando, tudo ao mesmo tempo...

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