quinta-feira, outubro 25, 2007

Temporal

A chuva não quer passar. Não quer ir embora. Fica aqui, na janela, me lembrando que nem tudo pode ser sempre como eu quero. Esfregando na minha cara a minha falta de controle sobre o mundo. Já que ela só vai acabar quando assim tiver que ser, cabe a mim escolher se me arrisco a sair por aí de cara limpa, deixando que ela me encharque, que invada tudo, lavando minha alma, ou se fico aqui dentro, quietinha, quentinha, escondida e segura, perdendo a chance de sentir como pode ser boa a sensação das gotas caindo no meu rosto, mesmo passando um pouquinho de frio no final.

"Será que é tempo que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara, tão rara.
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,
Eu sei, a vida é tão rara.
A vida não pára não...
A vida é tão rara...

Enquanto o tempo acelera e pede pressa,
Eu me recuso faço hora, vou na valsa,
A vida é tão rara.

Enquanto todo mundo espera a cura do mal,
E a loucura finge que isso tudo é normal,
Eu finjo ter paciência.
E o mundo vai girando cada vez mais veloz,
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós,
Um pouco mais de paciência."

(Lenine - Paciência)

Um comentário:

Anônimo disse...

Contra a chuva guarda-chuva. Contra todas as outras, força de vontade.