Mostrando postagens com marcador Drummond. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Drummond. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, julho 29, 2010

Momento de poesia

"Gastei uma hora
pensando num verso
que a pena não quer escrever.
No entanto, ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Está cá dentro e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda toda a minha vida."

(Carlos Drummond de Andrade)

Tá difícil de escrever alguma coisa. Eu geralmente escrevo muito quando não estou bem, e quando está tudo perfeito eu acabo não encontrando as palavras. Sou uma escritora de fossa, acho, não de dias felizes. :)

Mas tô bem, viu? Ô, se estou! :)

quarta-feira, maio 06, 2009

Teste: que livro nacional você é?

Gente, eu AMEI o resultado desse teste... São livros que eu realmente adoro, tem tudo a ver comigo... Que legal!! Vejam os livros que eu "sou" segundo esse teste que eu roubei daqui:

"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos.

Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma.

Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.

Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria.

Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.

"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade

"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.

"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.

sábado, março 22, 2008

Túnel do tempo

Relendo coisas no meu fotolog, surgiu isso... Como as coisas mudam, né?
Mas foi um lindo post...

Memórias
(Drummond)

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão...

***

"Receio que eu não possa ir à festa"
"Por favor, eu lhe peço, não se preocupe com a festa. Nem pense na festa. Me dê sua mão."
"Você tem sido tão boa pra mim, Mrs. Dalloway"
"Richard..."
"Eu amo você. Isso lhe soa banal?"
"Não."
Richard sorri. Sacode a cabeça. Diz: "Acho que ninguém pode ter sido mais feliz do que nós fomos"
Inclina-se um pouco, escorrega delicadamente do parapeito e cai.
Clarissa grita: "Não..."
(trecho do livro "As Horas" - Michael Cunningham)