terça-feira, dezembro 04, 2007

nunca mais

Não queria que fosse assim não, sabe... Cheio de mágoa, de raiva, de coisas ruins sendo despejadas em mim. De sentimentos ruins ficando nele. Sempre fui tão constante, sempre tentei ser o mais honesta e correta possível. Claro que errei. É lógico que errei, e errei muito, demais, várias vezes... Mas quem não erra? Serei a mártir agora então. Ok, aceito meu papel, que assim seja, já que ele é pessoa tão difícil de se lidar, tão inconstante as vezes... Não queria. Quem sabe muda algo, quem sabe não mude nunca mais... Vamos ver... Na verdade não queria bem estar falando disso, mas está tão presente que se faz necessário. Pra limpar, pra colocar pra fora, pra tentar fazer melhorar as coisas aqui no meu coração. Meu dedo dói. Cada letra que escrevo é uma dorzinha fina e constante. Um corte bobo, mas profundo, que me incomoda, que me impede de me expressar normalmente. Quando eu teclo, lembro do corte, a dor incomoda. Não é forte não, é só algo constante. A metáfora perfeita. Mas passa, como tudo passa. Não sou de guardar mágoa, nunca fui na verdade. Muito difícil alcançar essa proeza de me magoar de verdade. Ouvi muitas coisas ruins, pesadas, que sei que não mereço, que sei que não sou, mas ouvi. Deixei que me dissessem, que me contaminassem, deixei porque assim eu sou mesmo, aceito as coisas ruins dos outros de vez em quando. Pego elas pra mim, deixo que me machuquem as vezes, como se fosse uma penitência, o castigo para aquela culpa da qual eu sempre tento fugir, mas que vira e mexe aparece, me assombrando, me atormentando, me corroendo por dentro. Eu sei que não tenho culpa, sei que não fiz nada absurdamente errado. Dei minhas mancadas, mas quem não dá... Quem é ele pra apontar o dedo pra mim agora? Ai, isso tá incomodando um pouco. Queria que não incomodasse, talvez um dia ainda alcance esse nível superior de existência em que essas coisas pequenas não me atingirão mais... Até lá o jeito é aprender a lidar com um sentimento que já me ronda e que fica rodeando a minha cabeça e meus pensamentos como assombrações...

"...Deixamos pra depois uma conversa amiga
que fosse para o bem, que fosse uma saída
Deixamos pra depois a troca de carinho
Deixamos que a rotina fosse nosso caminho
Deixamos pra depois a busca de abrigo
Deixamos de nos ver fazendo algum sentido

Deixamos de sentir o que a gente sentia
que trazia cor ao nosso dia a dia
Deixamos de dizer o que a gente dizia
Deixamos de levar em conta a alegria
Deixamos escapar por entre nossos dedos
A chance de manter unidas as nossas vidas

Amanhã ou depois, tanto faz se depois
for nunca mais... nunca mais..."

(Nenhum de Nós - Amanhã ou depois)

Um comentário:

Anônimo disse...

Amém