terça-feira, julho 31, 2007

Brigada Invictus

Mais uma coterie que formulei para o chapter Curitiba do Camarilla. Na apresentação da coterie à coordenação nacional foram utilizadas fotos reais de desaparecidas políticas. Porém, só fiz isso por ser uma referência interna do grupo. Obviamente na publicação aqui preferi retirar as fotos para evitar constrangimentos ou qualquer tipo de ofensa e utilizei imagens de banco de imagem. Modéstia a parte ficou tão legal que me deu uma vontade maluca de arrumar umas amigas para formar um grupinho feminino e tocar o terror no live...

“Porque, por definição, o homem da guerra é nobre. E quando ele se põe em marcha, à sua esquerda vai coragem, e à sua direita a disciplina” (MONIZ BARRETO - Carta a El-Rei de Portugal, 1893)

Personagens:

Coronel Malvina Leônidas
Clã: Ventrue
Convenção: Invictus
Sire: doutora Ana Maria
Coterie: Brigada



Background: Todos os homens nascidos na família Leônidas, tradicional família militar do estado do Paraná, sempre foram encaminhadas à carreira militar. Porém, para tristeza e grande decepção do Coronel Justino Leônidas, sua mulher, Judite Leônidas, só lhe deu filhas mulheres.

Uma dessas filhas era Malvina, nascida em abril de 1935, que nutria profunda admiração e amor por seu pai. Justino, por sua vez, tratava a filha com desprezo, cobranças e escárnio. Tradicional e conservador, o coronel era contra a presença de mulheres em qualquer corporação pois as considerava seres inferiores e menos inteligentes.

Diante dos maus tratos familiares, Malvina tornou-se uma pessoa amarga e ressentida. Para tentar agradar o pai, procurava aprender tudo o que podia sobre o exército e as forças armadas. Sabia atirar perfeitamente, conhecia táticas de guerra e todos os procedimentos militares.

Não era masculinizada, ao contrário, apesar de seu costumeiro mau humor e do comportamento agressivo, orgulhava-se de ser mulher, fazia questão de usar maquiagem, de manter os longos cabelos negros impecáveis e as unhas sempre pintadas de vermelho. Quando se via sozinha em casa, Malvina gostava de vestir as fardas de seu pai e de se admirar no espelho.

Uma noite, em 1960, quando ela tinha 25 anos, seu pai a flagrou em uma dessas exibições ao espelho e não a perdoou. Espancou a filha brutalmente e a jogou para fora de casa, seriamente machucada. Sua mãe e irmãs observaram toda a cena das janelas da casa, sem interferir nem ajudar em nada. Transeuntes chamaram socorro e ela foi encaminhada, desfalecida, a um hospital militar. Como a família de Leônidas era muito conhecida e respeitada, nenhuma testemunha se atreveu a denunciar a agressão e o caso foi abafado.

O período no hospital foi confuso. Ela alternava dias de consciência e de delírios. Em seus delírios, sempre tinha a visão de uma médica militar que a cuidava e amparava. Malvina, que nunca havia recebido afagos e carinhos de ninguém, apaixonou-se por ela. A beleza daquela mulher também encantou a “doutora” Ana Maria Dutra, uma jovem ventrue que não sabia caçar e costumava se utilizar de falsas credenciais para se alimentar em hospitais.

Uma noite, enquanto Ana Maria afagava seus cabelos e sugava o sangue de Malvina pelo pulso, Malvina começou a ter fortes convulsões. Com medo de perder sua amada, Ana Maria seguiu seus instintos e a abraçou.

Fugiram, as duas, para o refúgio de Ana Maria, mas como eram jovens e pouco experientes, logo foram punidas. Ana Maria conheceu a morte final e Malvina foi mantida viva para contar sua história aos vampiros mais jovens, servindo de exemplo para outros vampiros do Invictus.

Foi um momento extremamente triste de sua vida, uma mágoa que ela carrega até hoje, tanto que prefere nem sequer tocar nesse assunto. Apesar de ressentida e magoada, Malvina sentiu-se de certa forma acolhida e apoiada pela tradição e passou a dedicar-se com entusiasmo ao Invictus.

Dez anos depois de seu abraço, sabendo da morte de sua mãe, em 1970, Malvina fez questão de voltar à casa de seu pai. Depois de uma noite que ela batizou como um “acerto de contas”, ela assassinou, friamente, aquele que a humilhou por toda a vida. O coronel Leônidas foi encontrado morto pela manhã, vestindo sutien e calcinhas vermelhos e uma ousada cinta liga. Suas armas, fardas e todo o material do exército despareceram da casa.

Depois da vingança, Malvina sentiu-se plenamente segura para formar sua própria coterie, a Brigada, que era formada somente por mulheres que Malvina fazia questão de “recrutar” em vários lugares do país e treinar pessoalmente. As combatentes recrutadas que se destacavam eram abraçadas pessoalmente por Malvina, com total apoio dos outros Invictus, que identificavam ali uma forte chance da convenção dominar a cidade de Curitiba.

Nora Ramalho Abraão (Major Ramalho)
Clã: Ventrue
Convenção: Invictus
Sire: Malvina
Coterie: Brigada



Background: Nasceu em 25 de março de 1947, no Rio de Janeiro, filha de Mário Henrique Ramalho e Anadyr Abraão Ramalho.

Para a idealista que era, o que sempre demonstrou no seu dia-a-dia em atitudes de solidariedade em relação ao próximo, caíram em campo fértil as sementes de rebelião contra o regime autoritário que dominava o país. Era a época aterrorizante do ditador Médici. Aquela mocinha inexperiente, mal saída dos bancos escolares e de um casamento frustrado, aos poucos se converteria na guerrilheira cujos retratos nos aeroportos, rodoviárias e outros lugares públicos, apontavam como uma subversiva perigosa.

Nora foi metralhada e morta na Moóca, em 14 de junho de 1972. Estava com 25 anos de idade. Com ela morreram dois companheiros. Enquanto eles jantavam em um restaurante, o proprietário do estabelecimento, que era alcagüete da polícia, telefonou para o DOI-CODI/SP, avisando da presença de algumas pessoas que tinham suas fotos afixadas em cartazes de "Procurados", feitos na época pelos órgãos de segurança.

Os agentes do DOI-CODI, assim que se certificaram da presença dos quatro companheiros, montaram uma emboscada em torno do restaurante, mobilizando um grande contingente de policiais.

De imediato, foram fuzilados dois homens. Nora ainda vivia quando um policial, ouvindo seus gritos de protesto e de dor, impotente perante a morte iminente, aproximou-se desferindo-lhe uma rajada de fuzil FAL, à queima-roupa.

Ato contínuo, os policiais fizeram uma demonstração de selvageria para a população que se aglomerou em volta daquela já horrenda cena. Dois ou três policiais agarravam o corpo de Nora e o jogavam de um lado para o outro, às vezes lançando-o para o alto e deixando-o cair abruptamente no chão. Descobriram-lhe também o corpo ensagüentado, lançando impropérios e demonstrando o júbilo na covardia de tê-la abatido. Não satisfeitos, desfechavam-lhe ainda coronhadas com seus fuzis.

Os corpos não foram levados para o necrotério, mas sim para as dependências do DOI-CODI do II Exército, onde foram vistos e reconhecidos por outros presos políticos. O corpo da jovem, no entanto, desapareceu e jamais fora encontrado.

Na verdade, Malvina, impressionada pela beleza e talento demonstrados por Nora, já acompanhava e seguia os movimentos da garota, aguardando um momento ideal para intercepta-la. Com tristeza e revolta acompanhou sua violenta morte, sem nada poder fazer naquele momento.

Abraçou-a já morta, sem imaginar se poderia ou não dar certo, mas para sua surpresa a investida foi certeira. Anos depois, já adaptada e contando com a ajuda e participação de Malvina e sua futura companheira de coterie, Eudora, Nora pôde obter sua vingança contra aqueles que a assassinaram. Matou um por um dos agentes que metralharam ela e seus amigos naquela fatídica noite carioca.

Obs: O background foi baseado na biografia da desaparecida política Ana Maria Nacinovic Corrêa.

Eudora de Vicente (Primeiro-tenente Vicente )
Clã: Ventrue
Convenção: Invictus
Sire: Malvina
Coterie: Brigada



Background: Eudora nasceu em Argoin, município de Castro Alves, Estado da Bahia, em 1945, filha de Viriato de Vicente e Elza Conceição Bastos de Vicente. Estudou em Salvador, sendo formada em Geologia pela UFBa, em 1968.

Participou do movimento estudantil em Salvador nos anos 67 e 68, tendo sido presa.
Em maio de 1970 foi para a região da Guerrilha do Araguaia, onde atuou como professora, parteira e foi a única mulher da guerrilha a ocupar o cargo de vice-comandante de Destacamento.

Destacou-se na Guerrilha por sua habilidade militar, escapando várias vezes dos cercos do inimigo. Ex-guerrilheiros presos na época comentam que era temida pelos militares. Tornou-se uma figura lendária por ser exímia atiradora. A última vez que foi vista viva e em liberdade pelos seus companheiros foi no dia 25 de dezembro de 1973, desaparecendo após o tiroteio que houve no acampamento, onde estava gravemente enferma.

Em comentários de vários moradores da região, teria sido presa na Serra das Andorinhas. O ex-deputado federal e um dos comandantes das operações do Exército na região, Sebastião Curió, diz que ela foi a última guerrilheira morta após quatro meses de perseguição.

Depoimento de um coronel da Aeronáutica à revista "Veja" de 13 de outubro de 1993 e à Comissão de Representação Externa da Câmara Federal, faz referência a uma guerrilheira grávida que teria sido morta. Há também comentários de moradores da região que fazem referência à gravidez em estado adiantado de Eudora. Tinha 29 anos na época.

Resgatada e recrutada por Malvina e Nora, Eudora estava doente, debilitada e grávida de oito meses. Ela foi levada por elas, cuidada e amparada até que desce a luz a sua filha, que foi chamada de Helena. Depois de um parto difícil, Eudora foi então abraçada por Malvina. Sua filha, Helena, uma guerrilheira tão ou mais talentosa do que sua mãe, foi criada como filha por Malvina e Eudora e usa o sobrenome de suas duas mães.

Obs: O background foi baseado na biografia da desaparecida política guerrilheira e desaparecida política Dinalva Oliveira Teixeira.

Ghoul: Helena Leônidas de Vicente (Capitã Leônidas)
Clã: Ventrue
Convenção: Invictus
Sire: Malvina
Coterie: Brigada



Background: Helena nasceu em janeiro de 1974. É a filha que Eudora carregava em seu ventre quando foi salva por Malvina em plena guerrilha. Foi criada por Malvina e Eudora dentro do ambiente do invictus e exclusivamente treinada para ser uma combatente e a sucessora de Malvina. Nunca teve contato com outras crianças, brincava com armas e desde sempre acostumou-se a presenciar cenas sangrentas e violentas. Desde os 20 anos tornou-se ghoul de Malvina, a contragosto de sua mãe biológica. É considerada fria e até mesmo má por quem convive com ela.

Diferentemente de Malvina e Eudora, Helena assumiu uma postura mais masculinizada, mantendo sempre os cabelos curtos, usando roupas largas e sendo comumente confundida com um homem, apesar de ter horror a eles e de nutrir um grande preconceito para com qualquer representante do sexo masculino. Talentosa combatente, e atiradora precisa, Helena herdou muitas habilidades de sua mãe biológica. Tem o desejo de ser abraçada por Malvina o mais breve possível, mas sua mãe ainda traz dúvidas se esse seria um bom destino para sua filha, embora o considere quase que inevitável.

Ghoul: Valentina Radamés (Sargento Radamés)
Clã: Ventrue
Convenção: Invictus
Sire: Nora
Coterie: Brigada



Background: Doce, bela, sedutora e amigável, Valentina foi a última a se juntar à coterie, em 1984. É considerada a relações públicas da Brigada. Ex-menina de rua, foi encontrada por Nora em uma madrugada enquanto era espancada por três homens que tinham a intenção de estupra-la. Tomada por um acesso de violência motivado pelas lembranças de seu próprio e covarde assassinato, Nora acabou caçando e matando os três homens e cuidando pessoalmente dos ferimentos de Valentina.

Como ela não tinha ninguém no mundo, acabou ficando no refúgio da brigada uma noite, outra noite e mais outra. Foi ficando. Malvina a princípio não concordava com a permanência da menina, mas depois percebeu que ela era uma ótima contribuição para o grupo, por ser mais jovem e por ter um incrível manejo social (coisa que faltava, e muito, em Helena).

A única exigência de Malvina foi que Valentina fosse transformada em ghoul. A menina não se opôs. Pelo contrário, demonstra adorar sangue de uma maneira quase obsessiva e deseja ter, em breve, a honra de ser ela própria transformada em vampira por sua querida Nora.

Quote

“A sobrevivência das nações depende, fundamentalmente, da capacidade de suas Forças Armadas sustentarem as decisões estratégicas do Estado, bem como de atuarem contra ameaças à sua integridade política. Recursos humanos altamente qualificados, treinados, motivados e bem equipados são o fundamento da capacitação de qualquer Força Armada, refletindo o desejo da própria sociedade.

As Forças Armadas são, portanto, o elemento final para a preservação dos interesses vitais de uma nação! É com muita tristeza que observo minha cidade decair diante de uma representação falha, com o comando nas mãos de um grupo despreparado, inconseqüente, ingênuo e que não respeita normas hierárquicas nem disciplinares.

Um grupo que dispensa patentes, que não separa por faixas etárias específicas as responsabilidades devidas. Um grupo que não se preocupa com a preparação de seus homens, com a manutenção de seu material bélico, com sua infantaria!”

A voz que se sobrepunha a qualquer outro ruído naquela sala era o clamor de Coronel Leônidas. Uma mulher cujos brios se alteravam quando ela dissertava sobre o assunto que mais dominava e que mais o empolgava: a disciplina militar.

Impecável em sua farda, imponente em sua postura, rigorosa e enfática em cada palavra, agressiva na maioria das vezes, ela permanecia incansável em sua luta quase utópica, seu sonho de expulsar os Carthianos e transfomar Curitiba em um grande quartel comandado por ela própria, é claro.

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